21/03/22

Material traz vantagens fundamentais para a indústria automotiva, como maior durabilidade e resistência

O aço é uma das matérias-primas mais importantes para a indústria automotiva. Sem ele, é impossível fabricar um automóvel, já que o mesmo está presente em várias partes essenciais de um veículo - inclusive aquelas onde os olhos não conseguem enxergar.

Diante disso, é enorme a importância de usar um aço de qualidade no processo produtivo. 

Referência no setor de siderurgia e uma das principais fornecedoras de aços especiais no mundo, a Gerdau é especializada em aço limpo, ou clean steel, em inglês. Trata-se de um material com elevado nível de limpeza inclusionária fabricado por meio de rigorosos processos de produção. 

Só que, antes de conhecer os benefícios dos aços especiais, é preciso entender que o aço não é uma simples commodity.

“A Gerdau trabalha com foco em inovação e estabelece uma relação próxima com os clientes com o intuito de gerar cada vez mais valor para estes consumidores e de entender como pode contribuir para o aumento de sua competitividade, além de melhorar o nível de qualidade e trazer uma diferenciação para que o cliente tenha um produto único”, analisa Samuel Henrique Freese, responsável pela área de relacionamento com cliente e pela área de Pesquisa & Desenvolvimento da Gerdau Aços Especiais.

“Neste contexto, investir em pesquisa e desenvolvimento (P&D) é fundamental para o desenvolvimento de novas soluções, que atendam às reais necessidades dos clientes”, complementa.

Clean Steel traz maior durabilidade

A linha de produtos Gerdau Max Cleanity possui tecnologia que garante maior desempenho, confiabilidade e melhoria de performance, o que possibilita redução de peso dos componentes. O resultado são produtos com maior vida útil e mais resistência mecânica.

“Existe uma diversidade de conceitos, mas o clean steel pode ser resumido como um aço de maior homogeneidade e menor nível de impurezas internas, mais especificamente menor nível de inclusões não metálicas. 

Quanto maior o nível de pureza, melhor será o desempenho de uma peça no que diz respeito à fadiga. Então, se eu quero um produto que dure mais ciclos, vou precisar de um componente de maior nível de limpeza”, afirma Kareline Bueno, engenheira de materiais da Gerdau Aços Especiais.

Esta tecnologia abrange práticas diferenciadas desde o processo de preparação de sucata, refino e desgaseificação até a solidificação do aço. 

O resultado é assegurado graças a variáveis como os controles rígidos de processo, monitoramento online de composição química do aço e da escória, além de equipamentos com alto nível tecnológico.

Mas quais são os principais benefícios de usar o clean steel na indústria automotiva? É isso que a gente vai descobrir a seguir.

1. Matéria-prima de qualidade

A Gerdau é a maior recicladora de sucata ferrosa da América Latina. No caso dos aços especiais como o clean steel, a empresa adota um rigoroso padrão na escolha da matéria-prima. 

Os processos de refinos primário e secundário também são realizados de maneira diferenciada para otimizar a remoção de inclusões e assegurar a limpeza do aço durante sua fabricação.

E, por fim, a tecnologia empregada nos equipamentos e parâmetros de processo visam o melhor nível de fluidodinâmica capaz de absorver inclusões ainda não removidas antes da solidificação do material.

2. Maior durabilidade

Por ser um aço de maior homogeneidade, o clean steel oferece maior vida útil em relação a um mesmo componente feito com outro tipo de aço.

No caso dos rolamentos e cubos de roda, o aço limpo melhora a resistência e, consequentemente, a vida em fadiga. Benefício semelhante acontece nas molas, já que os esforços repetitivos de tração, compressão e torção também são influenciados por concentradores de tensões como as inclusões não metálicas. Também nos eixos as vantagens são perceptíveis, uma vez que mesmo para esforços torcionais, a maior homogeneidade do material contribui para não nucleação de defeitos, o que é fundamental para a segurança de utilização nas peças.

3. Redução de peso

Peças que usam o clean steel como matéria-prima podem também permitir um downsizing (redução) do componente. Na prática, um automóvel mais leve pode obter melhores médias de consumo de combustível e até entregar uma dirigibilidade mais precisa, além de um comportamento mais seguro em situações extremas.

Inovação premiada

Um exemplo da aplicação do clean steel na indústria automotiva está na produção do cubo de roda de terceira geração.

“Originalmente, o aço para fabricação de capas e pistas de rolamento é muito diferente em termos de composição química do aço para cubos de roda. 

O desafio foi promover o mesmo grau de limpeza inclusionária para que o componente pudesse agregar funções, propiciando o downsizing do sistema. 

A solução foi desenvolvida nacionalmente no final de 2019 e nosso cliente obteve uma redução de 15% no peso da peça e um aumento de estabilidade de 30%”, conta Kareline.

Essa solução de engenharia foi reconhecida pela cadeia automotiva já que o Gerdau Max Cleanity recebeu o Prêmio REI de 2020, organizado pela Automotive Business, na categoria de Insumos.

Uma empresa ambidestra

Desenvolver soluções para os clientes é um dos compromissos da Gerdau. É por isso que a empresa vem se transformando em uma organização ambidestra estrutural, ou seja, orientada a buscar a excelência operacional em suas atividades de rotina ao mesmo tempo em que emprega o business agility, ou modelo de gestão ágil, para inovar com maior velocidade diante das necessidades dos clientes e do mercado. 

Alexandre Tomm, líder de business agility da Gerdau, revela que a cultura da transformação digital e da agilidade do negócio começou a ser implantada na empresa em 2016.

“Em 2021, demos um importante passo em direção à uma organização ambidestra com a criação de uma estrutura de business agility dentro da operação de aços especiais. Nosso objetivo estratégico é acelerar o processo de geração de valor para nossos clientes e evoluir em nossa competividade industrial”, diz.

Como os squads mudaram a rotina da Gerdau

Para atingir seus objetivos, a Gerdau implantou o modelo organizacional de squads – pequenos times multidisciplinares focados em objetivos específicos – em alguns temas estratégicos, dentre eles o de desenvolvimento de novos produtos com escopo em clean steel e mobilidade alternativa. 

Tomm acredita que isso faz com que a empresa se torne mais inovadora.

“Garantimos que os squads trabalhem com menor burocracia e maior autonomia. Isso faz com que as pessoas destravem seu potencial criativo e seu espírito empreendedor para entregar mais resultados. 

Existe uma busca maior pela transparência e o incentivo à comunicação entre as pessoas, e a interação dos squads acaba contagiando todas as áreas da empresa”, analisa. 

“Antes não havia um time dedicado a um tema como o clean steel, então a mesma pessoa conduzia projetos de temas bem diferentes. 

Hoje, existe uma dedicação total para o assunto em questão por parte do squad, e isso acelera a tomada das decisões. 

Esse modelo traz uma estrutura mais horizontal de maior protagonismo e autonomia dos colaboradores: antes existia um líder de projeto com a informação centralizada, e hoje, se alguém quer saber algo sobre o produto, ele consegue essa informação com qualquer pessoa do squad”, conta Kareline.

Para Tomm, o modelo de squads é peça fundamental em nossa estratégia de atender as demandas dos clientes com maior eficiência.

“Invenção é criar algo novo ou inédito, e a inovação é a capacidade de transformar uma invenção em um produto demandado pelo mercado. 

Não basta apenas criar um novo tipo de aço no laboratório, é preciso vencer todas as etapas de desenvolvimento do produto, de matérias primas e do processo industrial e, para isto, todas as áreas da operação precisam estar integradas, desde a área de suprimentos até quem produz e vende o aço. 

Os squads garantem esta integração, acelerando o time to market e gerando uma entrega de valor mais rápida para nossos clientes. É também dessa forma que colocamos diariamente me prática o nosso propósito de empoderar pessoas que constroem o futuro”, conclui Tomm.

Fonte: Automotive Business

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