Revista Ferramental Edição 112

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O IMPOSTO NOSSO DE CADA DIA

Aorigem do imposto remonta a 4.000 a.C. Encontrado na Mesopotâmia, um dos mais antigos documentos faz referência aos impostos. Além de entregar parte dos alimentos que produziam ao governo, os Sumérios, um dos povos a viver por ali, eram obrigados a passar até cinco meses por ano trabalhando para o rei. Os mais afortunados seguiam na colheita ou trabalhos públicos. Os menos sortudos entravam para o exército, com grandes chances de morrer em uma guerra. Tonia Sharlach, arqueóloga da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, afirma que já naquela época não havia garantia de contrapartida aos cidadãos. Não há registro sobre os benefícios que as pessoas recebiam em contrapartida ao pagamento, mas presume-se que elas o faziam porque, caso contrário, o rei as mataria. Era assim também no antigo Egito. As evidências indicam que, em 3.000 a.C., os faraós coletavam impostos em dinheiro ou em serviços pelo menos uma vez por ano.

O censo, usado até hoje em muitos países, foi criado pelos romanos para decidir quanto deveriam cobrar de cada província. O cálculo era feito com base no número de pessoas.

Em 167 a.C., Roma se tornou tão rica que suspendeu a cobrança de impostos sobre os cidadãos romanos. Mais que isso, distribuía pão e outros produtos gratuitamente na cidade como forma de partilhar a riqueza. Ainda assim, calcula-se que menos de 10% do PIB do império era cobrado em impostos. Isso porque os gastos do governo eram limitados. Cerca de 50% do orçamento para manutenção do exército, e o resto destinado às despesas do governante, à construção de estradas, portos e mercados e à manutenção do sistema legal.

Isso mostra que o valor recolhido em impostos é função do quanto o

governo quer gastar e não da percepção sobre quanto é justo tirar de cada cidadão. Afinal, os romanos, que se consideravam donos dos povos conquistados, cobravam-lhes menos do que muitos governos cobram, hoje, daqueles a quem deveriam servir.

Mas qual a função do imposto? Este “capital” arrecadado é utilizado para financiar todos os gastos públicos, principalmente em investimentos onde o livre mercado não alcança. Além de arrecadar parte do capital que vem de pessoas físicas e jurídicas, o governo tem como objetivo, rastrear e mensurar a atividade econômica.

Também rege o princípio da boa tributação que ela seja baseada em: justiça, simplicidade e neutralidade. Nesta linha, não é admissível o desvio de função do imposto. O dever de probidade exige dos agentes públicos que o desempenho de suas atribuições esteja fundamentado sob a base de ações e atitudes retas, leais, e advindas de um caráter íntegro.

Portanto, a criação e gestão de impostos e/ou tributos deve respeitar a afirmação anterior sobre o quanto o governo quer gastar. Esse “quanto” gastar precisa ser calculado com critérios técnicos e não políticos, deve ser determinado a partir de dados e informações fidedignas e com viés de produtividade. Sim, produtividade no setor público, tal qual é exigido na operação privada de qualquer empreendimento.

Se respeitadas as necessidades e adotadas as medidas de efetiva produtividade, cria-se um círculo virtuoso, onde o capital atende com cada vez menos volume as demandas. Dessa forma, o imposto tende a ser reduzido

(como fez Roma há 2.000 anos) e mais empresas passam a contribuir. Isso significa que o “custo fixo” passa a ser diluído em mais contribuintes, podendo gradativamente ser minguado.

Recentemente abriu-se uma queda de braço entre as siderúrgicas instaladas no Brasil e os setores consumidores de aço importado. As usinas pela elevação da alíquota do imposto de importação e as indústrias clientes entendem que o efeito de tal medida será maléfico à competitividade dos produtos brasileiros. O governo atua no centro da disputa.

Neste momento, qualquer elevação de imposto trará impactos gigantescos à toda economia nacional, encarecendo os produtos de consumo e impactando diretamente na geração de emprego e renda.

Há de se analisar, todos juntos, a cadeia produtiva inteira de forma propositiva, trazendo à luz as soluções para tornar o aço brasileiro mais barato e viabilizar sua produção em território nacional. Talvez começando pela redução do custo de energia elétrica, grande fator de custo da siderúrgica local.

Bendito imposto nosso de cada dia!

EDITORIAL
CONTEÚDO 12 MOVER & INOVAÇÃO Conecta Mais gera R$1,3 milhões em ganho médio inicial para ferramentarias no primeiro mês 19 AMBIENTAL O risco invisível dos passivos ambientaisparte 3 22 HOMENAGEM Industry4her - a indústria para elas 32 PROCESSOS Manutenção preventiva - aumento de performance e vida útil de moldes 38 MBE Os desperdícios no setor público 24 INTELIGÊNCIA DE MERCADO Feiras de negócios e missões empresariais internacionais - um passo adiante 15 GESTÃO Possibilidades e avanços com a inteligência artificial 40 CANTINHO DE IDEIAS O Japão e as questões ambientaissituação e ação 48 PROCESSOS Conformação de chapas a frio - impactos de óleos lubrificantes nos processos de pintura, soldagem e armazenamento 44 GESTÃO Novos modelos de manufaturacompartilhada (MC) e distribuída (MD) 60 MEMÓRIAS Fac tools: de um sonho à empresa promissora 56 GENTE & GESTÃO Negociação - o perfil do DAN 64 ESPAÇO LITERÁRIO Indicação de livros 64 CONEXÃO WWW Indicação de websites 62 CIRCUITO BUSINESS Cursos, eventos e feiras 66 OPINIÃO A fábrica do futuro ORGULHO DE SER MEMBRO PROUD TO BE MEMBER SUMÁRIO 06 EXPRESSAS Informes objetivos sobre acontecimentos do setor

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NOVIDADES E ACONTECIMENTOS DA INDÚSTRIA

1 FEIMEC 2024 OCORRE NO MÊS DE MAIO

A FEIMEC - Feira Internacional de Máquinas e Equipamentos é o evento mais importante da indústria e sua 4ª edição será realizada de 7 a 11 de maio de 2024, no São Paulo Expo. A feira é uma oportunidade única de conhecer pessoalmente novas tecnologias, soluções e lançamentos do mercado, além de encontrar novos fornecedores e adquirir produtos e serviços que atendam às necessidades de sua empresa.

A organizadora desafia o participante a: Estabelecer contatos com um grupo exclusivo de fornecedores e fabricantes industriais de toda a cadeia; Inspirar-se e adquirir novas perspectivas sobre a indústria obtendo lições importantes que podem ser aplicadas imediatamente na empresa e que economizarão tempo e dinheiro; Saber mais sobre as tendências em soluções para a empresa e conectar-se com profissionais que têm o potencial de maximizar o valor do projeto de energia; Participar de workshops e palestras e obter conhecimentos valiosos sobre o futuro de vários setores da indústria. Ótima oportunidade de explorar as mais recentes tendências do setor industrial, conhecer especialistas e líderes de mercado, e descobrir produtos e soluções de ponta em primeira mão. Com demonstrações ao vivo, é possível testar máquinas e equipamentos de última geração, participar de palestras e workshops conduzidos por profissionais renomados.

No evento, haverá algumas áreas especiais e de destaque como:

Arena de Intralogística – Por meio de palestras, workshops e demonstrações práticas, a Arena de Intralogística oferece um ambiente dinâmico para a troca de conhecimentos e experiências entre profissionais, especialistas e empresas do segmento.

Ilha Soldagem & Corte – Um universo de tecnologia avançada, inovação e soluções de ponta para processos de soldagem e corte. Na ilha serão apresentadas as últimas tendências e práticas do setor, reunindo os principais fabricantes, fornecedores e especialistas para compartilhar conhecimento.

Parque de Ideias – A criatividade e a inovação se encontram neste ambiente para explorar novas possibilidades e impulsionar o futuro da indústria. O parque é um espaço dinâmico e estimulante, projetado para inspirar, educar e conectar profissionais de todos os setores da indústria.

Feimec Tech – Oportunidades de mergulhar em um mundo de tecnologia de ponta, desde robótica avançada até inteligência artificial e automação. O espaço é dedicado a apresentar as últimas tendências e desenvolvimentos que estão moldando a indústria.

Indústria 4.0 Soluções Tecnológicas no Brasil - O Demonstrador da Indústria 4.0 é uma iniciativa da ABIMAQ, Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, para demonstrar as principais tecnologias e conceitos relacionados à Indústria 4.0.

Fonte: feimec.com.br

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FÓRUM SOBRE ECONOMIA CIRCULAR

Economia circular é o nome do conceito que os especialistas e entusiastas trabalham para que as ações de sustentabilidade, conscientização e preservação ambiental entrem em equilíbrio com as questões econômicas e ganhem atenção especial no mundo corporativo. É a ideia do “nada se perde, tudo se transforma”. Essa proposta tem evoluído e se intensificado ao longo dos anos, e o avanço da tecnologia tem contribuído para que soluções inovadoras sejam incorporadas à rotina dos cidadãos e das empresas.

Neste contexto, a revista Plástico

Sul realiza o 3º Fórum de Economia Circular que ocorre de 22 a 23 de maio de 2024, em Canela, no Rio Grande do Sul. Com uma expectativa de público superior a 400 participantes, terá transmissão ao vivo pelo canal Plástico Sul TV do YouTube. A edição 2023 contou com a presença de mais de 300 profissionais presencialmente e ultrapassou 2.000 visualizações no canal virtual.

Os objetivos do evento estão cirurgicamente definidos como: abordar desafios e oportunidades do Brasil na transição da economia linear para a circular; discutir caminhos, soluções e estratégias para o crescimento da circularidade na cadeia produtiva; conhecer e compartilhar casos de sucesso de diferentes segmentos, que tenham em comum a busca por alternativas sustentáveis; estimular, incentivar e promover o debate entre os participantes de todo o setor plástico; e entender os avanços das pautas discutidas na edição anterior. No dia anterior, 21 de maio, serão realizadas visitas guiadas à empresas da região que contribuem com conhecimentos sobre os temas propostos.

Fonte: revistaplasticosul.com.br (51) 99317-9148

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SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE FERRAMENTAS DE CORTE

Estudos indicam que aproximadamente 80% das empresas enfrentam paralisações de máquinas devido à falta de ferramentas, ou seja, 8 em cada 10 empresas já vivenciaram ou ainda enfrentam esse desafio. Com base nesses dados alarmantes, a Haimer, especializada em equipamentos para montagem e gerenciamento de ferramentas para usinagem, introduziu no mercado o ToolBase.

Esse sistema oferece uma abordagem automatizada e centralizada para o armazenamento e gestão de estoque de ferramentas de corte, insumos, instrumentos de medição e acessórios. O ToolBase foi concebido a partir de 3 pilares: pedidos automatizados, controle e gerenciamento de acesso. O sistema conta com gavetas e divisórias indivi-

duais para cada ferramenta. Além disso, traz um software intuitivo, assegurando segurança, rastreabilidade e controle preciso de cada operação, exibindo na tela a localização exata do item e facilitando sua retirada de forma eficiente. A gestão de ferramentas não necessita ser complexa. Por isso, o produto é equipado com interfaces personalizáveis, adaptadas às suas necessidades específicas. O sistema é projetado para assegurar que os usuários visualizem na tela somente os dados essenciais para suas tarefas, mantendo o restante oculto. Isso proporciona uma integração ágil e requer baixos esforços de treinamento. Além de gerenciar ferramentas de corte, nosso sistema permite o controle e organização de qualquer outro item crucial para o seu processo produtivo, incluindo instrumentos de medição que requerem aferição/calibração anual. Quando um instrumento estiver com a calibração vencida, o software emitirá um aviso e bloqueará a gaveta correspondente. Acesso a esses instrumentos só será possível com a credencial de administrador, garantindo a conformidade e a precisão necessárias em seu ambiente de trabalho. De maneira totalmente autônoma e segura, cada usuário conta com um registro individual que delimita suas permissões de acesso e modificação. Todas as retiradas são meticulosamente registradas no banco de dados do armário. Relatórios automáticos são gerados diariamente, semanalmente ou mensalmente, destacando as atividades e identificando

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os respectivos usuários que estavam logados no momento.

O sistema é equipado com um computador central que supervisiona todos os demais. Isso permite realizar um investimento inicial em apenas um módulo. Com o passar do tempo, haverá flexibilidade de adquirir outros armários a um custo reduzido para estabelecer uma conectividade abrangente, permitindo assim o rastreamento completo da fábrica. Há uma opção adicional para conexões com armazenamento vertical. Da mesma maneira, é possível encaminhar pedidos de ferramentas, acessórios e mandris diretamente do software Microvision para o ToolBase. Essa integração aprimora significativamente a comunicação, precisão e confiabilidade das informações, garantindo uma gestão mais eficiente e transparente.

Fonte: Haimer.com vendas@haimer-brasil.com

4 INTERPLAST

2024 OCORRE NO MÊS DE AGOSTO

A importante feira Interplast 2024 será realizada entre 13 e 16 de agosto de 2024, em sua 12ª edição, na cidade de Joinville, Santa Catarina. A região é um polo de transformação de plástico da América Latina, e Joinville um centro de produção de peças de engenharia. As empresas investem constantemente em tecnologia de ponta para aprimorar seus sistemas produtivos. A feira se consolidou como principal ferramenta para os profissionais dessas empresas, ajudando-os a identificar novos fornecedores e

investir em tecnologias inovadoras. Somado a isso, Joinville sedia o segundo maior polo de ferramentarias do país, especialmente as voltadas à produção de moldes de plástico para injeção e extrusão. Com essa grande demanda por inovações tecnológicas, a Interplast se tornou a maior vitrine do setor para tecnologias de ponta.

A Interplast está consolidada como um dos principais eventos do Brasil e o único que reúne a cadeia completa do plástico no mesmo ambiente, abrangendo de fornecedores de moldes a matéria-prima, máquinas e equipamentos, processos e moldes,

EXPRESSAS

além de contar com atividades simultâneas de conhecimento técnico e Rodada de Negócios. A expectativa da organizadora é superar o sucesso da edição anterior, em 2022, que ocupou 100% dos três pavilhões da Expoville (22 mil m²), reuniu 400 marcas, recebeu 30 mil visitantes, com expectativa de movimentar R$ 300 milhões em negócios em até 12 meses posteriores ao evento.

“A Interplast é a única feira que reúne toda a cadeia do plástico e mostra a força do nosso Estado, que apresenta altas taxas de crescimento da indústria e concentra algumas das principais empresas de transformação de plástico no Brasil, reconhecidas pela qualidade dos seus produtos em âmbito mundial”, afirma Richard Spirandelli, diretor da Messe Brasil. As mais de mil indústrias do plástico empregam mais de 44 mil pessoas diretamente em Santa Catarina e estima-se o dobro de empregos indiretos. O setor no Estado inclui grandes empresas de atuação nacional e internacional, com destaque para a fabricação de peças técnicas, embalagens para conservação de alimentos e medicamentos, artigos de transporte, produtos para construção civil, autopeças, peças de eletroeletrônicos, eletrodomésticos, utilidades domésticas e produtos descartáveis.

Além da feira, a Interplast terá reforço na programação técnica por meio do Congresso CINTEC Plásticos 2024, abordando temas ligados à inovação e tecnologias para a indústria de transformação do plástico. Expositores terão a oportunidade de apresentar suas soluções e tecnologias por meio de workshops direcionados aos profissionais das indústrias. Em 2022, foram mais de 35 horas de conteúdo, apresentadas por 50 especialistas. “Vamos trabalhar com foco nos eventos paralelos, buscando apresentar novidades e temas que tragam competitividade à indústria, parcerias com entidades nacionais e internacionais para ampliar a abrangência da feira, a fim de aumentar o número de expositores e visitantes de fora do

Brasil, especialmente da América do Sul”, destaca Spirandelli.

A Rodada de Negócios é outro espaço consolidado no evento e reúne compradores e fornecedores em mesas de negociação, incluindo segmentos como Automotivo, Embalagens e Construção Civil, com foco em efetivar negócios. Na edição anterior, foram realizadas 586 reuniões de negócios.

Fonte: interplast.com.br

5 ROBÔ AUTÔNOMO HUMANIZADO PARA TRANSPORTE NAS INDÚSTRIAS

Imagine um futuro próximo em que profissionais de diversos setores compartilham seus espaços de trabalho com robôs. Juntos, colaboram em uma variedade de atividades, tornando-as mais eficientes e ágeis. O que soa como um enredo de ficção científica está se tornando uma realidade cada vez mais comum no Brasil. Uma das últimas novidades nesse cenário é o robô desenvolvido pela Human Robotics. Trata-se do Robios Cargo, projetado para tornar o transporte de cargas seguro e rápido, principalmente em ambientes fabris.

A Human, sediada em Curitiba, é também responsável pelo primeiro robô brasileiro de autoatendimento e telepresença, totalmente interativo. Ele pode conversar, piscar e sorrir, proporcionando uma experiência humanizada. Agora, essa abordagem se estende à funcionalidade de transporte dentro das fábricas.

Equipado com inteligência artificial e sensoriamento por meio de câmeras de profundidade e visão computacional, o Robios Cargo apresenta precisão em seus deslocamentos. Pode ser chamado e enviado para qualquer ponto de uma indústria, seja por controle manual ou através de integração de sistema, permitindo o monitoramento em tempo real de seu trajeto. Com capacidade de carga de até 40 quilos, sua estrutura integrada possui um layout de transporte configurável, adaptando-se às diferentes formas de cargas que precisam ser transportadas. Dentre suas funcionalidades,

destacam-se a navegação natural que o permite andar sozinho no mapa da empresa, bem como um leitor de código 2D que permite a leitura de códigos de barras e QR Codes para conferência em tempo real. Além disso, possui uma API aberta para integração com softwares e uma estação de recarga automática, para onde o Robios Cargo retorna quando necessário. Em uma aplicação prática em um laboratório farmacêutico, o Robios Cargo assumiu o transporte de amostras de sangue, antes feito por pessoas que percorriam até 54 quilômetros por dia. Isso aliviou a carga dos funcionários, proporcionando precisão e segurança, reduzindo significativamente o risco de danos, e aumentando produtividade.

Olivier Smadja, fundador e CEO da Human Robotics, destaca o impacto positivo dessa automação: "Com menos tarefas de transporte, os profissionais puderam concentrar sua expertise em diagnósticos ainda mais precisos, elevando a qualidade do serviço prestado. Agora, imagine esse potencial em um cenário em que 8 milhões de amostras médicas são transportadas mensalmente dentro de uma planta fabril. O impacto recai sobre a produtividade e competitividade de mercado, diretamente". E, além de suas funcionalidades, os robôs interativos e simpáticos conquistam a equipe, tornando o trabalho diário dos profissionais mais fácil e até mesmo mais divertido. Smadja destaca, ainda, que toda a implementação do Robios Cargo é conduzida pela Human Robotics, incluindo configuração, suporte e treinamento. "Oferecemos atendimento personalizado em todo o território brasileiro. Ao contrário daqueles que adquirem robôs de fora e enfrentam desafios ao buscar assistência, em nossa empresa isso não acontece. Contamos com profissionais capacitados para fornecer todo o suporte necessário. E como os robôs são fabricados no Brasil, não há problema com peças de reposição e manutenção, caso precise", explica.

O Brasil figura entre os 20 países com maior estimativa de receita

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proveniente da venda de robôs. Em 2016, esse mercado movimentou 225 milhões de dólares no país, e a expectativa é que esse valor ultrapasse 390 milhões em 2027, colocando o Brasil na 18ª posição no ranking de países com previsão de maiores receitas no mercado de robótica. Globalmente, as projeções indicam que o mercado de robótica crescerá de US$ 25 bilhões em 2021 para até US$ 260 bilhões em 2030, segundo a empresa de consultoria BCG (Boston Consulting Group). Esse crescimento será impulsionado por mudanças no perfil do consumidor, crescimento econômico global e avanços tecnológicos, especialmente relacionados à inteligência artificial, internet das coisas e inteligência de máquina. O uso de robôs está em ascensão tanto na indústria quanto nos serviços. De acordo com dados do Statista, site de inteligência de mercados, projeta-se um crescimento anual de 5,5% no faturamento mundial com robótica até 2027. A maior parte dessa receita será gerada nos Estados Unidos, na China e na Alemanha. Em 2023, esse mercado movimentou quase 45 bilhões de dólares com a produção de 4 milhões de robôs em todo o mundo.

Sabemos que o Brasil enfrenta desafios na corrida da automação industrial, tendo ficado para trás durante dez anos entre 2008 e 2017. Ao comparar esse movimento internacionalmente, percebemos a dificuldade de ingressar na quarta revolução industrial, e um dos motivos é a quantidade limitada de robôs industriais. Para reverter esse cenário, a Human Robotics promove a tecnologia robótica acessível no Brasil. "Acreditamos que ao incentivar a fabricação local, desde o projeto até a fabricação e montagem, os custos de produção podem ser potencialmente reduzidos a longo prazo", completa.

Fonte: humanrobotics.ai

6 TENDÊNCIAS PARA O SETOR METAL MECÂNICO EM 2024

“Indiscutivelmente, a tecnologia manterá sua posição central e indispensável no cenário empresarial no próximo ano, especificamente as plataformas de software ERP, que desempenharão um papel de extrema importância na otimização das operações e no impulsionamento do êxito das organizações”, explica Thiago Gobetti, Gerente de Produto da Cyncly, companhia global que desenvolve softwares para diversos setores, com 70 mil clientes em mais de 100 países. Abaixo, confira outras tendências do setor metal mecânico para este ano:

Automação: Continuará a ser uma tendência fundamental no setor, com a adoção de tecnologias avançadas, como robótica e automação cognitiva, que podem melhorar a eficiência operacional, reduzir custos de produção e aumentar a qualidade dos produtos;

Redução do consumo de recursos e impacto ambiental: Empresas do setor metal mecânico já estão buscando maneiras de reduzir o consumo de recursos e minimizar o impacto ambiental no planeta. Isso inclui a procura por processos de produção mais limpos e o uso de materiais reciclados;

Inovação: O tema inovação em materiais é algo vital para a indústria. Ligas mais leves e resistentes podem levar a produtos mais duráveis e eficientes, sendo cruciais para o avanço no setor metal mecânico;

O setor metal mecânico começa a visualizar o horizonte do que pode ser tendência em 2024. Nos últimos doze meses, segundo o IBGE, o crescimento da indústria brasileira apresentou variação nula (0,0%), o que pode representar uma preocupação, mas também a possibilidade de uma melhora para as empresas no próximo ano, a partir da utilização de diversas tecnologias. Diante deste cenário, onde não foi apresentado crescimento, a indústria brasileira tem buscado melhores maneiras de aproveitar as tecnologias que avançam rapidamente na construção das novidades para o mercado construir um 2024 melhor para o setor.

Customização e flexibilidade: A demanda por produtos personalizados está crescendo, e softwares robustos, que permitem a customização eficiente de itens desde a concepção até a produção, podem apoiar o atendimento dessa necessidade de mercado; Ferramentas tecnológicas: É difícil prever com certeza quais tecnologias específicas permanecerão como protagonistas no setor metal mecânico, pois o campo está sempre evoluindo com inovações e descobertas. No entanto, com base nas tendências atuais e no desenvolvimento tecnológico em curso, algumas áreas deverão continuar a desempenhar um papel importante. Entre elas, estão:

• Internet das Coisas (IoT) e Indústria 4.0: Permitem a interconectividade de máquinas e dispositivos, facilitando a coleta de dados em tempo real e o monitoramento e manutenção de equipamentos, aumentando a eficiência operacional;

• Robótica Industrial: Robôs industriais são usados para automação de tarefas repetitivas e perigosas, aumentando a eficiência e segurança da produção;

• Realidade Aumentada (AR) e Realidade Virtual (VR): Podem ser usadas para treinamento de pessoal, simulação de processos e manutenção remota, melhorando a eficiência e reduzindo custos;

• Big Data e Análise Preditiva: A análise de grandes volumes de dados pode fornecer orientações valiosas para elevar a capacidade produtiva, prever padrões de produção e identificar áreas de melhoria.

Fonte: cyncly.com

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EXPRESSAS

CONECTA MAIS GERA R$ 1,3

MILHÕES EM GANHO MÉDIO INICIAL PARA

FERRAMENTARIAS NO PRIMEIRO MÊS

Iniciativa apresenta soluções em tecnologia, finanças e gestão em uma plataforma única

Mais de R$1,3 milhão de ganho médio foi gerado para as empresas cadastradas no Conecta Mais Ferramentarias em seu primeiro mês de funcionamento, em janeiro de 2024. A plataforma digital multilateral reúne ferramentarias, fornecedores, agentes de relacionamento e consultores técnicos em um só ambiente, oferecendo soluções gratuitas para as indústrias brasileiras em sua jornada de produtividade.

A inciativa faz parte do Programa Prioritário Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas, iniciativa do programa Mover (Mobilidade Verde e Inovação), substituto do Rota 2030. No total, 455 empresas estão cadastradas, entre ferramentarias, fornecedores de soluções e consultores.

Até o final de janeiro, a iniciativa já havia investido mais de R$ 49 mil em consultorias e R$ 1,5 milhão em

fornecedores. “As ferramentarias têm a possibilidade de implementar soluções efetivas, o que poderia ser inviável caso não houvesse o aporte via programa”, ressalta o líder técnico de Projetos da FUNDEP Álvaro Silva.

O Conecta Mais promove a integração entre as empresas, com contatos e parcerias, e expande as oportunidades para além das soluções trazidas pelo programa. “A ferramentaria consegue visualizar e analisar mais facilmente os tipos de soluções implantadas e os resultados obtidos. Outro benefício é a centralização e a transparência das informações, como documentos de cadastro e status de contratos e soluções.”

AGENTES DE RELACIONAMENTO

Auxiliando na identificação de questões que impactam as ferramentarias ou buscando especialistas para esse trabalho, os agentes de relacionamento do Conecta Mais

12 // REVISTAFERRAMENTAL.COM.BR // MAR / ABR 2024
POR FUNDEP
MOVER & INOVAÇÃO

são responsáveis por fazer a ponte entre as empresas e os fornecedores e/ou consultorias com soluções tecnológicas disponíveis. Após a implementação das medidas e ações necessárias, os profissionais analisam os resultados e a efetividade do serviço prestado durante o processo.

“Muitas vezes, os responsáveis pelas ferramentarias já sabem quais soluções trariam melhores resultados para o negócio, mas sua implementação demanda tempo, de que eles não dispõem. Os agentes e as consultorias ag ilizam o processo”, ressalta o líder técnico de Projetos da FUNDEP. Vale lembrar que os agentes de relacionamento estão presentes nas regiões com maior concentração de ferramentarias fornecedoras do setor automotivo: Campinas/SP, ABC Paulista, Joinville/SC e Caxias do Sul/RS.

MUDANÇAS E MELHORIAS

A ferramentaria Maffer Componentes para Moldes está localizada em Caxias do Sul/RS e integra o Conecta Mais Ferramentarias desde 2021. A empresa implantou e concluiu duas jornadas e caminha para as terceira e quarta experiências do programa, registrando 30% de melhoria na produtividade e eficiência no volume de produção. “Também expandimos a rede de conexão entre clientes e fornecedores, estreitando as relações e parcerias nos negócios”, destaca o gerente Comercial da Maffer, Juliano de Oliveira.

Ele explica que, além de atrair recursos financeiros para a empresa, o Conecta Mais possibilita investir em tecnologia e, consequentemente, caminhar para uma indústria 4.0. “Juntos, somos mais competitivos, podemos absorver uma parcela maior de mercado. Nosso intuito é também atrair investimentos com projetos pontuais, nos quais as empresas possam aumentar a produtividade e disponibilizar novas demandas, oportunidades e conectividade.”

Outra empresa que registra resultados positivos é a Walbert Modelação e Ferramentaria, de Joinville/SC. Segundo a gestora de TI e Inovação da Walbert, Edna Luciano Borges

Schmitt, em maio de 2023, a empresa alcançou um marco significativo com a concretização de seu projeto de inovação e, desde então, realizou treinamentos com a equipe de Engenharia, implementou melhorias nos processos produtivos e avançou na automação de diversas tarefas. “Adquirimos licenças do software CAD/CAM, robotizamos algumas rotinas diárias e estamos criando as áreas de Controladoria, Controle de Investimentos e RPA.”

A Walbert ingressou no Conecta Mais no início de 2023 e, segundo Edna, o programa teve impacto significativo nos planos de inovação da empresa, acelerando projetos. “Temos jornadas concluídas, algumas em implementação e outras aguardando análise. Evoluímos muito até agora com o uso de Inteligência Artificial, Digital Twin e RPA, e queremos ser uma empresa de alta produtividade, considerada a maior e melhor ferramentaria do mundo”, ressalta.

COMO PARTICIPAR

Além da liberação de acesso e dos eventos virtual e presencial, melhorias na plataforma estão previstas para os próximos meses, agregando ainda mais agilidade aos processos de cadastro e contratação de soluções. As ferramentarias interessadas em participar da jornada de consultoria e implementação tecnológica do Conecta Mais devem se cadastrar no https://mover.fundep.ufmg.br/conecta-mais/

MAR / ABR 2024 // REVISTAFERRAMENTAL.COM.BR // 13
MOVER & INOVAÇÃO

POSSIBILIDADES E AVANÇOS COM A INTELIGÊNCIA ARTIFICAL

POR OSWALDO SOUZA

Ainteligência artificial (IA) está desempenhando um papel revolucionário no mercado de engenharia e indústria, transformando fundamentalmente a maneira como os processos industriais são concebidos, desenvolvidos e executados. Ao longo das últimas décadas, a IA tem sido um catalisador para a eficiência e inovação em uma variedade de setores industriais, desde manufatura até produção de energia. Seu impacto é particularmente notável na otimização de processos, em que algoritmos de aprendizado de máquina, em conjunto com a análise de big data, têm sido empregados para analisar e interpretar grandes volumes de dados operacionais. Através dessa análise avançada, a IA identifica padrões, tendências e correlações ocultas, permitindo melhorias significativas na eficiência energética, redução do desperdício de materiais e maximização da utilização de recursos.

Por exemplo, em ambientes de produção, a IA pode ser usada para otimizar o fluxo de trabalho, identificando gargalos e pontos de ineficiência, e sugerindo ajustes em tempo real para maximizar a produtividade. Além disso, na área de energia, a IA pode ser aplicada para prever padrões de demanda, ajustando a produção e distribuição de energia de acordo com as necessidades do momento, resultando em uma utilização mais eficiente e sustentável dos recursos disponíveis. Em suma, a inteligência artificial está desempenhando um papel crucial na transformação dos processos industriais, impulsionando a eficiência e inovação em todas as etapas da cadeia de valor.

No âmbito da engenharia, o uso consciente das ferramentas e aplicações da IA desempenha um papel essencial na condução de avanços significativos em diversas áreas e setores. Ao integrar sistemas inteligentes em processos industriais, as empresas podem não apenas melhorar a eficiência e a produtividade, mas também impulsionar a inovação e a competitividade. A IA não se limita apenas à automação de tarefas repetitivas; ela oferece a capacidade de realizar uma análise abrangente e em tempo real de todos os aspectos de um processo industrial. Isso inclui desde o monitoramento de variáveis-chave até a identificação de padrões complexos e a previsão de possíveis falhas. Essa capacidade de

análise avançada permite não apenas a detecção precoce de problemas potenciais, mas também a implementação de ajustes proativos para otimizar continuamente o desempenho do sistema. Além disso, a IA é capaz de se adaptar dinamicamente a novas condições e demandas do mercado, garantindo que os processos industriais permaneçam eficientes e competitivos em um ambiente em constante mudança.

Por exemplo, em ambientes de fabricação, a IA pode ser usada para otimizar o fluxo de produção, identificando gargalos e oportunidades de melhoria em tempo real. Isso não apenas aumenta a eficiência operacional, mas também reduz os custos e melhora a qualidade dos produtos. O uso consciente da IA na engenharia é essencial para impulsionar avanços significativos e garantir a sustentabilidade e competitividade das operações industriais no cenário atual.

Além disso, a IA está revolucionando a forma como a educação e aprendizagem são abordadas no contexto da engenharia, desempenhando um papel fundamental na transformação do ensino e na capacitação dos futuros profissionais do setor. A personalização do ensino, impulsionada por algoritmos de IA, vai além de simplesmente adaptar o conteúdo educacional às necessidades individuais dos alunos. Essa personalização também envolve a criação de experiências de aprendizagem altamente customizadas e adaptativas, que levam em consideração não apenas o ritmo de aprendizagem de cada aluno, mas também seus interesses, habilidades e estilos de aprendizagem.

Por meio da IA, os estudantes de engenharia têm a oportunidade de explorar conceitos complexos de forma mais profunda e significativa, usando recursos educacionais que são ajustados dinamicamente para atender às suas necessidades específicas. Isso não só aumenta o engajamento e a motivação dos alunos, mas também melhora significativamente a retenção do conhecimento a longo prazo. Além disso, a IA está transformando a sala de aula tradicional em um ambiente de aprendizagem mais interativo e imersivo. Por meio de tecnologias como realidade virtual (VR – Virtual Reality) e aumentada (AR –Augmented Reality), os estudantes podem experimentar simulações e cenários do mundo real, o que os coloca no

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centro do processo de aprendizagem e os prepara melhor para enfrentar os desafios do mundo real da engenharia.

Em suma, a IA não apenas está melhorando a eficácia do ensino de engenharia, mas também está capacitando os alunos a se tornarem profissionais mais qualificados, criativos e adaptáveis em um mercado de trabalho em constante evolução.

No campo jurídico, a IA oferece apoio valioso na aplicação das leis e regulamentos relacionados aos processos industriais, desempenhando um papel fundamental na garantia da conformidade legal e na mitigação de riscos. Algoritmos avançados são capazes de realizar análises detalhadas de contratos complexos, identificando cláusulas específicas, obrigações legais e potenciais lacunas ou inconsistências. Além disso, a IA pode examinar vastos conjuntos de dados jurídicos e precedentes judiciais para identificar padrões e tendências relevantes, fornecendo sugestões cruciais para tomadas de decisão informadas.

No contexto da engenharia, onde projetos industriais frequentemente envolvem contratos complexos, parcerias comerciais e acordos legais, a capacidade da IA de processar e analisar grandes volumes de informações legais em um curto espaço de tempo é inestimável. Ao automatizar tarefas de análise contratual e de conformidade legal, a IA não apenas reduz o tempo e os recursos necessários para revisões legais, mas também ajuda a garantir que todas as partes envolvidas estejam cientes de suas responsabilidades e obrigações legais.

A Inteligência Artificial auxilia na identificação proativa e mitigação de riscos legais associados a projetos de engenharia. Por meio da análise preditiva, a IA pode avaliar possíveis desafios legais que podem surgir durante o desenvolvimento e execução de um projeto, permitindo que as empresas implementem estratégias proativas para minimizar esses riscos. Isso não apenas protege as organizações de potenciais litígios e penalidades, mas também contribui para o desenvolvimento de práticas empresariais éticas e transparentes.

Questões relacionadas à privacidade e segurança de dados emergem como preocupações fundamentais, especialmente em ambientes industriais sensíveis onde informações confidenciais e estratégicas são manipuladas. Diante disso, medidas rigorosas de proteção e monitoramento dos dados se fazem essenciais para evitar violações de segurança e garantir a integridade das operações industriais.

contato.oswaldosouza@gmail.com

Embora a IA ofereça oportunidades sem precedentes para o avanço da engenharia e de toda indústria, é crucial reconhecer e enfrentar os desafios éticos e sociais associados ao seu uso. Somente através de uma abordagem holística e colaborativa, que integre considerações éticas, práticas e sociais, podemos garantir que a IA seja implementada de forma responsável e benéfica para a sociedade como um todo.

A Inteligência Artificial está promovendo uma transformação profunda e abrangente no mercado de engenharia e indústria, estabelecendo-se como uma ferramenta catalisadora para o progresso e a inovação. Suas aplicações multifacetadas estão gerando oportunidades sem precedentes para aumentar não apenas a eficiência operacional e a qualidade dos produtos, mas também para impulsionar a inovação em todos os aspectos do ciclo de vida do produto.

No entanto, é fundamental reconhecer e abordar os desafios éticos, sociais e práticos associados ao uso da IA de maneira responsável e ética. Isso envolve não apenas a implementação de medidas rigorosas de segurança de dados e proteção da privacidade, mas também a consideração cuidadosa dos impactos sociais da automação generalizada.

É essencial garantir que a IA seja uma força positiva para o desenvolvimento sustentável da engenharia e da indústria, contribuindo para a criação de ambientes de trabalho mais seguros e inclusivos, e para o avanço de práticas comerciais socialmente responsáveis e ecologicamente sustentáveis.

Portanto, ao abordar os desafios e maximizar os benefícios da IA, podemos moldar um futuro em que a tecnologia não apenas impulsiona o progresso econômico e tecnológico, mas também promove o bem-estar humano e o desenvolvimento sustentável em escala global.

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Oswaldo Souza - Especialista em Inteligência Artificial e em Defesa Cibernética. MBA em Gestão de Tecnologia da Informação. Profissional com mais de 10 anos de experiência nas áreas de tecnolog ia, telecomunicações, instituições bancárias, órgão públicos e órgãos governamentais.

O RISCO INVISÍVEL DOS PASSIVOS

AMBIENTAIS – PARTE 3

D ando seguimento à série dos “Riscos Invisíveis”, nessa edição abordaremos a terceira etapa do Diagnóstico de Áreas Contaminadas, a Investigação Detalhada.

Recapitulando, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB apresenta a metodologia do gerenciamento de áreas contaminadas da seguinte forma: “A Metodologia de Gerenciamento de Áreas Contaminadas baseia-se em uma estratégia constituída por etapas sequenciais, em que a informação obtida em cada etapa é a base para a execução da etapa posterior.”

Quando a etapa de Investigação Confirmatória, segunda fase do diagnóstico, revela a existência de substâncias químicas acima dos níveis permitidos, deve-se seguir com a Investigação Detalhada. Essa fase visa determinar não apenas o volume das plumas de contaminação, mas também as concentrações máximas atingidas nessas plumas. Em outras palavras, são necessárias análises adicionais nos compartimentos ambientais das áreas onde foram constatadas a existência de contaminantes, a fim de determinar a massa de contaminante em solo e água subterrânea.

Na última coluna, discutimos sobre como a gestão de riscos deve estar atenta aos passivos ambientais, destacando a importância de associá-la a uma visão ESG (Environmental, Social and Governance - Ambiental, Social e de Governança), tendo em vista que a exposição da contaminação aos colaboradores ou comunidade local recaem ao Responsável Legal do imóvel. No entanto, a questão vai além nos aspectos econômicos, uma vez que áreas que apresentam risco à saúde humana estão sujeitas a interdições, tornando galpões, setores produtivos, terrenos e até edifícios obsoletos e proibidos de utilização.

No Brasil, há casos emblemáticos que evidenciam os desafios enfrentados devido à contaminação ambiental. Por exemplo, a interdição da Universidade de São Paulo – USP Leste (destinação inadequada de resíduos) e do Shopping Center Norte (presença de gás metano). Ou o caso de Barão de Mauá (desocupação de imóveis construídos em área contaminada). Já nos Estados Unidos, um dos principais casos de contaminação foi decorrente da empresa DuPont, no qual funcionários e a comunidade local que dependia do abastecimento de água comprometida pela contaminação foram expostos aos contaminantes. O caso desencadeou uma série de impactos à saúde das pessoas que consumiam a água e que manipulavam os produtos (PFAS) na empresa, causando diversos problemas no fígado, comprometendo o sistema imunológico, diferentes tipos de câncer, má formação, dentre outros sintomas. Por fim, o filme “O preço da verdade” ou “Dark Waters” lançado em 2019 demonstra como ocorreu todo o processo judicial da comunidade versus a companhia.

Até agora discutimos os impactos das contaminações, e agora vamos aprofundar um pouco mais antes de abordar as ações necessárias para atenuar os riscos. Antes de qualquer plano de intervenção para viabilizar o uso da área, é necessário realizar um diagnóstico profundo da contaminação e compreender os receptores envolvidos. Nesse sentido, a Investigação Detalhada é essencial para compreender a extensão do problema. Somente após essa etapa é possível avançar para a Análise de Risco à Saúde Humana, que constitui a quarta etapa do GAC. Afinal, não há como fornecer um diagnóstico sem realizar todos os “exames” antes.

Como a Investigação Detalhada costuma ser a base para elaboração da Análise de Risco à Saúde Humana, essa etapa deve abarcar mais coletas de dados em campo, aprofundando os conhecimentos dos compartimentos ambientais, concentrações dos contaminantes e a interação entre eles. Com isso, nessa etapa é imprescindível a delimitação das plumas horizontal e verticalmente, além de destacar os centros de concentração com os maiores níveis de contaminantes, prevendo as regiões mais afetadas, para ser avaliado o cenário mais grave de exposição aos receptores.

Para realizar a delimitação das plumas de contaminação em projetos de alta complexidade, tais como aqueles envolvendo diferentes tipos de contaminantes, dificuldade em encontrar a fonte secundária (pluma de contaminação que foi liberada e se dispersa pelo solo e água subterrânea), geologia fraturada que confina a con -

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Figura 1 – Área interditada pela CETESB por conter contaminantes com riscos à saúde (Fonte: UOL, 2019)

taminação, podem ser utilizados equipamentos de alta resolução. Esses métodos oferecem maior precisão e detalhamento, permitindo uma avaliação mais acurada da extensão e distribuição dos contaminantes no ambiente. Embora possuam um alto valor de investimento devido à sua assertividade, os dados obtidos na área ao longo da investigação podem justificar sua aplicação.

Por outro lado, métodos de screening e geofísicos, como mencionado na última coluna, auxiliam no refinamento das informações do ambiente subterrâneo e tendem a direcionar melhor amostras representativas para cumprir o objetivo da Investigação Detalhada. Com isso, amostradores passivos para casos com compostos orgânicos voláteis tendem a trazer bons dados para tomada de decisão e inspeções com georadar podem facilitar a localização de fontes de contaminação enterradas como tambores de produtos químicos, tubulações de efluente e insumo.

A indústria metalmecânica costuma ter um contaminante “vilão” que requer mais atenção na sua investigação, o percloroetileno, um solvente clorado muito utilizado para desengraxe de peças metálicas. Essa substância química tem a característica que chamamos, no termo técnico da área ambiental, de DNAPL (Dense Non-Aqueous Phase Liquid), ou seja, são contaminantes não aquosos em fase líquida, mais densos do que a água. Mas o que isso implicaria no ambiente subterrâneo? Justamente a capacidade de atingir zonas mais profundas do solo e aquífero da área afetada. Essa propriedade acaba tornando os diagnósticos mais complexos devido aos centros de massa dos contaminantes atingirem profundidades atípicas e que não podem passar despercebidas pelo responsável técnico, ou seja, a consultoria ambiental no momento de prever um escopo de investigação. Para tornar ainda mais crítica a situação desses solventes clorados, eles são extremamente voláteis e tendem emitir vapores para a superfície, expondo riscos à saúde humana.

Apresentamos novamente essa figura, pois, ilustra muito bem os casos, demonstrando a fonte primária (tambores de produtos químicos), a fonte secundária (pluma de contaminação em solo e dissolvida na água subterrânea) e a volatilização dos gases para a vizinhança e o empreendimento.

Durante a Investigação Detalhada, especialmente quando ocorrem contaminações com compostos voláteis, são instalados poços para monitoramento do vapor emitido até a superfície. Essa abordagem permite uma avaliação mais criteriosas em termos de riscos, pois permite identificar e avaliar a exposição até os receptores pela inalação

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AMBIENTAL
de Figura 2 – Varredura geofísica (Fonte: PHA3523, 2016) Figura 3 – Demonstração das fontes de contaminação e a volatização (Fonte: Cernansky, 2016)

gases tóxicos. Além do vapor do solo, analisam-se mais amostras de solo e água subterrânea de forma a delimitar toda a extensão da pluma de contaminação detectada na investigação confirmatória.

Ao final, as amostras retiradas em campo são enviadas a um laboratório de análises ambientais acreditado pelo INMETRO e os resultados dos laudos de análise são confrontados com os valores orientadores específicos da legislação vigente ao local estudado, determinando a extensão da contaminação e sua massa.

Abaixo, uma imagem de investigação detalhada com contaminação por tricloroeteno (TCE), observa-se uma

grande quantidade de poços de monitoramento instalados para delimitar a extensão das plumas de contaminação.

CONCLUSÃO

A Ambitera conta com equipe especializada para diagnóstico de áreas contaminadas, em constante capacitação e com experiência em diversos desafios de diligências ambientais. Ademais, vale destacar que a Ambitera, além de utilizar todas as normas e legislações pertinentes a região onde está sendo conduzido os estudos, traz experiência de outros ramos de atuação para somar no rol de abordagens técnicas de investigações industriais.

Daniel Groff - Engenheiro Ambiental e Sanitarista com 5 anos de experiência na área ambiental. Atuou em startup de valorização de resíduos, indústrias metalmecânicas, a exemplo de General Motors do Brasil e Docol Metais Sanitários, além de liderar projetos em grandes

daniel.groff@ambitera.com.br

Lara Yumi Fand Ykeizumi - Engenheira Ambiental e Sanitarista com Mestrado em Ciências Ambientais e uma trajetória de 10 anos de experiência. Especialização consolidada em licenciamento e monitoramento ambiental, atuando tanto no âmbito público quanto privado. Possui uma expertise que engloba todas as fases do processo de licenciamento, desde a obtenção da Licença Prévia até a supervisão contínua das operações. Demonstra uma liderança marcante na gestão integral de resíduos, efluentes e emissões, sempre em alinhamento com os parâmetros estabelecidos pelos órgãos ambientais, legislação vigente e os princípios dos Sistemas de Gestão Integrada. Apresenta uma diversificada experiência, com participação em projetos de distintos setores como indústria, construção civil e setor portuário.

lara.yumi@ambitera.com.br

Fone 47 99131-3585 @ambitera.eng ambitera.com.br

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consultorias. Proficiência em monitoramento e passivos ambientais, supervisionando mais de 45 diligências de áreas contaminadas para aquisição de terrenos, galpões e diagnósticos de indústrias da transformação incluindo clientes nacionais e internacionais.
AMBIENTAL
Figura 4 – Exemplo de pluma de contaminação por Tricloroetileno – TCE (solvente) em fase Detalhada (Fonte: Vasconcellos, J. F. S.; Fonseca, F. V. Águas Subterrâneas, v. 31, n. 4, p. 365-372, 2017)

INDUSTRY4HER –A INDÚSTRIA PARA ELAS

“Você realmente acha que alguém da fábrica de manufatura vai ouvir o que uma mulher tem a dizer?”

“Estamos optando por homens nesse cargo, sabe como é, a indústria não é um ambiente para mulheres”

“Minissaias deveriam ser o uniforme de mulheres na indústria”

Essas frases parecem ser datadas da 1ª revolução industrial, mas foram ouvidas por mulheres reais que atuam na indústria neste século. As barreiras históricas entre os direitos de homens e mulheres vêm sendo rompidas dia após dia em nossa sociedade, mas, para o ambiente fabril, isso ainda tem se desenrolado em um ritmo lento. Prova disso é que, de acordo com dados de 2023 da Confederação Nacional da Indústria (CNI), apenas 29% dos cargos de liderança na indústria brasileira são ocupados por mulheres, enquanto nos demais setores da economia, as mulheres correspondem a mais de 46% das funções de liderança.

Contudo, com a chegada da Indústria 4.0 e um modelo de negócio que a inovação é parte fundamental do sucesso financeiro, a diversidade cada vez mais se torna um recurso imprescindível para que negócios sejam bem-sucedidos. O relatório Getting to Equal (2019) da Accenture afirma que o mindset de inovação é 6 vezes maior em empresas que têm culturas inclusivas quando comparadas com empresas que não têm. Assim, é preciso compreender que o nascimento da inovação está para muito além de somente contratar os melhores profissionais disponíveis no mercado. Para gerar novas ideias, é preciso ter um ambiente que permita e incentive a diversidade, para que, assim, proporcione o intercâmbio entre pessoas de diferentes perfis, a fim de gerar novas ideias.

Observando isso, a Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha, a VDI Brasil, teve a iniciativa de criar um programa de capacitação dedicado a fomentar e impulsionar o potencial das mulheres na Indústria 4.0, chamado Industry4Her. Realizado em parceria com a Accenture, o programa proporciona às participantes uma imersão completa em uma série de conteúdos que abordam desde as temáticas técnicas e teóricas da Indústria 4.0 até a aplicação prática em projetos reais. Esse projeto nasceu em 2020 e já impactou mais de 500 mulheres, que, através dele, puderam construir uma forte rede de empoderamento entre si, para enfrentar os desafios da indústria. O Industry4Her tem como propósito especial fazer com que as mulheres se capacitem profissionalmente para que, em breve, elas possam protagonizar a transformação digital na indústria.

O Industry4Her demonstra a importância da colaboração mútua que deve haver entre ensino e indústria, já que o projeto não poderia ser executado sem o relevante patrocínio de empresas engajadas em fazer a diferença. Empresas como Continental, BASF, Volkswagen, Beiersdorf, Faber-Castell e tantas outras, acreditam em programas como esse e enviam suas colaboradoras para se capacitarem, demonstrando o compromisso genuíno com a promoção da diversidade e inclusão em suas operações.

Ainda há um grande caminho a ser percorrido e só falar sobre a importância de mulheres na indústria não é o suficiente para transformar. É preciso agir para que a inclusão de mulheres na indústria seja uma realidade e que frases como as mencionadas no início desse artigo fiquem para trás. Para tal, o apoio de empresas a iniciativas que promovem diversidade e inovação, como o Industry4Her, é fundamental.

Uma homenagem da VDI Brasil às mulheres do Brasil.

VDI - ASSOCIAÇÃO DE ENGENHEIROS BRASIL-ALEMANHA

Av. Prof. Almeida Prado, 532 – Campus IPT – Prédio 65, 1º andar - 05508-901

– Cidade Universitária – São Paulo – Brasil (11) 91574-3198

laura.siroky@vdibrasil.com.br www.vdibrasil.com

22 // REVISTAFERRAMENTAL.COM.BR // MAR / ABR 2024
HOMENAGEM
POR VDI

FEIRAS DE NEGÓCIOS E MISSÕES EMPRESARIAIS INTERNACIONAIS –UM PASSO ADIANTE

Participações em feiras e missões empresariais agregam imenso valor a empresas e indivíduos, sejam os mesmos do meio empresarial ou do meio acadêmico. Sejam os proprietários, os gestores, os profissionais, bem como os alunos e seus professores. Feiras atuando nos grandes centros mundiais (América, Europa e Ásia), com envergadura de 180.000 m2 (cerca de 40 campos oficial de futebol), com 175.000 visitantes oriundos de 150 países e com 3.000 expositores, permitem que formados em nível técnico ou superior, empresa de pequeno, médio ou grande porte, satisfaçam as mais diversas necessidades profissionais hoje demandadas em nosso ramo de manufatura e de indústria de transformação.

Feiras são historicamente pontos de convergência de pessoas, empresas e entidades, localizadas em cidades estratégicas ao mundo da manufatura ao redor do mundo, que são munidas de toda infraestrutura e permitem que experiências exclusivas sejam adquiridas aos seus participantes. Iremos expor as principais feiras mundiais com dados relevantes, compará-las com nossas referencias nacionais e comentar suas devidas particularidades. Nosso critério de escolha foi a relevância destas no cenário mundial, tendo em foco a experiência do autor em diversas delas, podendo assim posicionar os leitores com não somente informações importantes e acuradas, mas certo que se os mesmo decidam embarcar na direção recomendada deste artigo,

estejam certos que estarão qualificados para aproveitar em alto nível as oportunidades que esses eventos entregam, principalmente a amostragem das feiras mencionadas, dentre elas a que consideramos “imperdíveis” pelo tamanho e relevância que adquiriram após tantos anos presentes no calendário mundial.

Missões empresariais são iniciativas organizadas com o envolvimento de várias entidades com o intuito de expor seus participantes a oportunidades de visitações supervisionadas, com as presenças de guias multiculturais, à empresas e entidades diferenciadas pela sua maturidade tecnológica e empresarial (produtos, processos e pessoas). Reuniões com o corpo profissional destes players de uma categoria diferente em nível mundial permitem a construção de um benchmarking empresarial, comparação de indicadores de desempenho nas diversas áreas fundamentais das empresas, e melhores práticas em sistemas de gestão. Não somente o acesso ao chão de fábrica, com todo o conhecimento do parque de máquinas e equipamentos, mas também ciência do leiaute fabril, da estratégia de movimentação de materiais e fluxo de processos são vivenciados nas visitas. A proximidade com que esse grupo de empresários adquire com seus respectivos pares internacionais e nacionais, permite a construção de uma rede de relacionamento intra e inter participantes, que proporciona um ambiente ímpar no compartilhamento de ideias, geração de oportunidades e negócios praticamente impossível de

ser realizado em outro ambiente.

O investimento em tempo de permanência no exterior para cumprir uma iniciativa que inclua programa com visitação a feiras somado a missão comercial, gira entre uma e duas semanas. Os valores financeiros para a participação plug and play de um indivíduo, na média, incluindo a parte aérea e terrestre (com hospedagem meia pensão, quarto duplo, deslocamento, ingressos de feiras e guias bilíngues) gira em torno de U$ 3.500,00 a 5.000,00. Esses números são estimativos, e os valores podem variar consideravelmente conforme a categoria da passagem aérea e da hospedagem, da duração da viagem, das localizações da feira e da missão, e outros.

Com essa informação em mãos, resta a pergunta: Seria isso um investimento ou uma despesa certeira? Pensando em termos estritamente empresariais, um aporte em uma destas iniciativas tem que necessariamente, em curto, médio ou longo prazo, retornar o investimento seja através do aumento das receitas ou através de redução de custos e despesas da empresa. Simples assim, mas não é fácil... Vamos relacionar quais pontos devem ser considerados aos tomadores de decisão.

O BRASIL FORA DO EIXO MUNDIAL

Indicadores de desempenho mundiais informam que, apesar do Brasil estar presente entre os 15 maiores mercados consumidores de ferramentais (figura 1) e com potencial para amplia-

24 // REVISTAFERRAMENTAL.COM.BR // MAR / ABR 2024 INTELIGÊNCIA DE MERCADO
POR LUIS EDUARDO ALBANO

ção deste consumo, sua competência tecnológica para a concepção e fabricação dos ferramentais fica entre os últimos colocados dos 21 países mais importantes da indústria de ferramentais mundial (figura 2). Isso demonstra que a tecnologia para esse necessário posicionamento não se encontra em nosso mercado doméstico. Portanto, o acesso ao know-how fundamentalmente encontra-se em outros centros. Tradicionalmente são a Europa Ocidental (muito bem representado por Alemanha, Suíça, Itália e Portugal), a Ásia (Japão, Coreia do Sul e China) e América do Norte (Canadá e EUA).

Além do mercado consumidor de tecnologia de ponta estar presente timidamente no Brasil, não nos encontramos totalmente imersos e inclusos nas cadeias de suprimentos globais, e sua distância física dos grandes centros encarece e dificulta intercâmbios e possibilidades que são muito mais acessíveis a outros países.

A figura 3 ilustra outros importantes aspectos do motivo de sermos praticamente obrigados a nos deslocar para beber do conhecimento de fontes externas. A escala de empresas chamadas “ferramentarias de mercado”, ou seja, as quais sua criação e sobrevivência são feitas de construção e manu-

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Figura 1 – Mercado consumidor – 14ª posição (Fonte: WBA – Werkzeugbau Akademie, 2018) Figura 2 – Competência tecnológica – 20ª posição (Fonte: WBA – Werkzeugbau Akademie, 2018)

tenção de ferramentais para terceiros, é pequena quando somada a outros centros de manufatura. Isso permite que ganhos de escala sejam aplicados quando falamos de investimentos em feiras para atender esses centros. O stand de um mesmo fabricante (inclusive uma multinacional presente também no Brasil) em uma feira nacional versus uma feira global é significativamente diferente, provendo, portanto, uma experiência ímpar para seus visitantes. Onde, em uma feira no Brasil, no máximo visitantes da América do Sul estarão presentes, em uma feira Central, o mundo está presente, e, além disso, empresas com outra estatura financeira frequentam feiras globais em relação a feiras locais.

Também é importante se atentar ao índice de produtividade de nossas empresas e da idade média de nosso parque de máquinas. Se nosso índice é tão baixo (quase que a metade de outros países), podemos dizer que temos que aprender, com os países líderes, quais técnicas e tecnologias se valem para sustentar estes índices. Quando se fala de parque de máquinas, se a média das empresas deste mercado ainda opera um sistema na versão 1.0 e estamos já na versão 4.0

como lançamento de mercado global, é muito provável que o mercado nacional esteja almejando satisfazer a versão 2.0 da tecnologia. E como é possível se preparar estrategicamente para tomar as decisões corretas se não conseguirmos nos aproximar de onde “a bola vai estar, e não onde ela está”.

PENSANDO O ESTRATÉGICO E O TÁTICO

Conforme os argumentos acima, pode-se deduzir que o autor deste artigo acredita que somente nas feiras do exterior, encontram-se oportunidades para captura de conhecimentos. Mas não é. Nossas feiras e missões nacionais são sim capazes de agregar também valor ao processo decisório do empresariado. A diferença seria na magnitude dos impactos e da diversidade de áreas que estamos conversando. Os impactos provenientes da regular participação nestes eventos são de ordem estratégica e tática (principalmente em nível operacional) nos negócios das ferramentarias. Permitam-me ilustrá-los brevemente.

Estrategicamente, cinco pontos chamam a atenção, e eles são e foram explorados pelos participantes de

feiras e missões passadas.

I. Posicionamento para investimentos em novas tecnologias e inovações disruptivas. O que chamamos “estado da arte”. Exemplos: manufatura aditiva em metal, células flexíveis de manufatura, automação de abastecimento de máquinas ferramenta, entre outros.

Conversas com especialistas, empresas e usuários “early adopters” (aqueles que são os pioneiros na adoção das tecnologias) somente podem ser encontrados em tais eventos. Poder interagir com tais pessoas, somado ao fato de ver in loco o funcionamento das tecnologias, não mais por catálogos, fotos e vídeos, permite uma imersão muito real e produtiva para o entendimento completo

26 // REVISTAFERRAMENTAL.COM.BR // MAR / ABR 2024 INTELIGÊNCIA DE MERCADO
Figura 3 – Indicadores de desempenho do setor ferramenteiro (Fonte: ISTMA 2017, ABINFER, 2021)

dos processos e tecnologias. Quão mais disruptiva e inovadora a tecnologia, mais produtiva e ágil a aquisição do conhecimento. Em conversas com os fabricantes e vendedores originais das soluções, podemos ter acesso aos valores FOB dos custos de aquisição e operação, os quais antecipadamente nos permitem estimar os retornos e viabilidades em nossa realidade. Aqui a máxima “Olhos nas estrelas, mas pés no chão” representa a situação com que muitos encontram-se ao deparar com essas tecnologias, pois ainda fica claro quantos estágios temos para galgar para poder entrar neste patamar. Mas planejamento estratégico tem exatamente esta função;

II. Posicionamento para investimentos em tecnologia, máquinas e equipamentos. O que chamamos de inovações evolutivas ou o “estado da prática”. São aquelas soluções que já se encontram “na prateleira” dos nossos fornecedores e provavelmente adotadas em nossas empresas e até concorrentes. Aqui procuraremos novos fornecedores, novos parceiros, os últimos modelos com as novas características e funções, e quais modelos serão descontinuados. O exercício de percepção das empresas e suas respectivas marcas

são também abordados nestes eventos: Qual o portfólio de produtos que expõe internacionalmente. Seria o mesmo do mercado brasileiro? Qual a aceitação desta marca pelas empresas estrangeiras? Qual a capacidade de transferência de tecnologia? Qual o nível técnico exigido pelo quadro técnico? Qual a dependência nossa da informação proveniente de representantes e fornecedores da filial local? Qual a estrutura de treinamento, showroom e de open house comparado com a operação brasileira? Perguntas chave para o entendimento e posicionamento de quem correntemente consome e aloca significativa parte de nossos orçamentos em ativos fixos;

III. Networking profissional e pessoal. Encontro com os executivos de seus fornecedores estratégicos (a maioria dos responsáveis pela operação global ou regional encontra-se prontamente disponíveis em feiras internacionais). Usuários e consumidores de nossos produtos e tecnologias aproveitam-se para informar-se e atualizar-se (excelente ideia para acompanhar seu cliente, ou interagir com potenciais novos clientes – brasileiros ou não). O nível de maturidade de empresas e pessoas que frequentam esses eventos permite a construção de relações profissionais, que

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acabam culminando em alianças estratégias coerentes e formação de opiniões em nível nacional e internacional. Não podemos desprezar que a maioria dos especialistas e pesquisadores das maiores empresas e universidades do mundo também são assíduos frequentadores destas edições; IV. Venda de seus produtos e serviços internacionalmente. Se, além da redução de custos ou da melhor qualidade de investimentos em ativos, uma empresa almeja aumentar seu faturamento e mercado através da internacionalização de suas operações, feiras de negócios internacionais são um dos mecanismos mais eficazes de conquistar este objetivo. Mas há uma série de providências a serem tomadas para que essa jornada seja bem-sucedida. Nossos concorrentes internacionais sabem disso, e cito aqui Portugal como um exemplo de excelência em sua estratégia. Com maioria absoluta de sua produção sendo exportada principalmente para a Europa Ocidental (Alemanha e França), além de Estados Unidos da América, o comprometimento com

os idiomas dos países de seus clientes é notório nos stands dos portugueses. Também o cuidado dado à pré-venda, onde já na própria duração da feira, quando solicitado um orçamento, rapidamente a etapa de DFM (Design for Manufacturing), simulação de injeção (para moldes termoplásticos) e orçamento são muitas vezes entregues com extrema agilidade. Também atentem ao fato de se decidirem contratar seus representantes, estes estão presentes na feira aceitando novos participantes ao seu portfólio. E cuidado com sua estratégia. Deseja um representante dedicado (e, portanto, mais caro pois irá sobreviver somente dos negócios gerados por sua empresa) ou compartilhado? Se compartilhado, outras empresas com porte e produtos similares ao seu serão representadas, ou também outros nichos de mercado? Em feiras internacionais, encontra-se o ambiente propício para aproximar-se do seu parceiro local para aquele mercado que você pretende explorar. Pretende imediatamente montar uma estrutura local? Em relação ao pós-venda, como será concebido este processo? E na

via inversa, como ferramentarias estrangeiras encaram o desafio de dar suporte a seus clientes globais? Há a possibilidade de estabelecer uma parceria, uma joint venture, uma aquisição ou ser adquirido com uma empresa brasileira? Qual seu comprometimento com a solução para com seu futuro cliente?

V. Benchmarking e posicionamento. Ao final de uma experiência de imersão, nossas empresas devem estar aptas a relatar, em seus planejamentos, indicadores chaves como índices de produtividade (faturamento/ funcionários), bem como valores pagos pelas empresas estrangeiras para aços ferramenta, mão de obra especializadas, entre outros, troca de experiências em boas práticas de fabricação e modelos de gestão gerenciais e empresariais. A maioria dos empresários se surpreende ao ver que muitos dos problemas encontrados são hoje de natureza global e não mais exclusiva de nossa realidade.

Taticamente o pensamento deve ser direcionado em quatro pontos. Em diversas ocasiões, já presenciamos o retorno

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INTELIGÊNCIA DE MERCADO

imediato do investimento da participação da feira ou missão, somente com a abordagem em um dos itens a seguir.

I. Descontos promocionais. Como em todas as feiras, mesmo as internacionais, fabricantes concentram promoções e eventos para que compras centralizadas, ou seus investimentos na estrutura da feira sejam pagos. Portanto, aquisições pontuais ao final dos eventos são sempre bem-vindas;

II. Oportunidades de treinamentos, literatura e informações. Projeto do produto, fabricação, controle de qualidade, logística, manipulação de materiais, periféricos, padronizados, planejamento e controle da produção e outros (gestão administrativa e comercial, marketing, pesquisa aplicada, entre outros). A quantidade de periódicos e livros técnicos disponíveis é imensamente superior à sua capacidade de consumo (e transporte);

III. Estratégias de corte, ferramentas de corte. É comum em feiras inter-

nacionais que novas estratégias de corte e usinagem, bem como as respectivas ferramentas utilizadas fiquem disponíveis, demonstrando economia de tempo e melhoria de qualidade. Em muitas feiras internacionais, ao contrário das nacionais, são usinadas peças em tempo real, com materiais de engenharia, peças conceito que provam os resultados propostos;

IV. Elementos padronizados de ferramentais. Principalmente no ramo das ferramentarias, a quantidade de componentes e elementos padronizados e seus respectivos displays e mostruários permitem que nossos profissionais, não somente tenham uma educação dos diversos conceitos de soluções de moldagem e estamparia, como também possibilitem uma

INTELIGÊNCIA DE MERCADO

imediata visualização de conceitos e situações que muitos somente conheciam por livros e catálogos. Fabricantes fazem demonstrações de aplicações ao vivo, com modelos físicos e didáticos que permitem uma total compreensão dos conceitos de utilização (e seus benefícios) propostos.

DICAS

Após um considerável número de feiras e missões no portfólio, sugerimos iniciativas e dicas para uma prospera experiência.

a. Planejamento - tenha metas diárias de visitação em expositores e empresas. Estabeleça prioridades, elabore um roteiro de visitas baseado na geografia dos pavilhões e stands, uso os aplicativos e mapas das feiras para auxiliá-lo nesta tarefa. Se possível, agende previamente visitas dirigidas. Durante a feira, planeje suas refeições, fique atento a qualidade e diversidade da culinária disponível (e seu preço). Use calçados confortáveis. Lembre-se você irá caminhar

cerca de 10 km ou mais por dia e nem irá perceber. Somente quando terminar o evento você se dará conta de quanto andou tamanha a imersão em diversidade e amplitude dos stands e suas produções. Insira no roteiro algumas atrações culturais e turísticas. Conhecer o mundo, saber de história, e compreender comportamentos contribui deveras no seu próprio crescimento e na sua influência organizacional de empresa. Esteja certo, não é luxo nem abuso de recursos, é fundamentalmente preparo pessoal, espiritual e profissional;

b. Durante a feira - cuidados ao impulso em querer adquirir produtos ou tecnologias sem critérios, não realizando uma prévia do retorno de investimento, bem como considerando quem poderá dar o suporte necessário na implementação em sua realidade e no pós-vendas. Cuidado com o acesso a bebidas alcoólicas nos stands. Moderação em seu uso, bem como no acesso ao buffet oferecido pelos expositores. Seja

modesto ao acesso a brindes. Cuidado com as amostras disponíveis pelos expositores. Não adquira/colecione catálogos desnecessários (a maioria está disponível nos sites das empresas). Postura profissional, afinal estamos em um ambiente diferenciado, e de suma importância para aqueles que tanto investiram para estarem ali expondo e vendendo seus produtos. Seja cortês e peca licença para tirar fotografias e realizar filmagens e postagens. Fique atento a avisos e sinalizações de proibições ou limitações;

c. Pós-viagem - limpeza e organização são os temas. Separe catálogos e amostras. Organize suas fotos profissionais e pessoais. Faça um álbum impresso se possível. Separe em temas como período, nome da feira e destaques. Isso será útil para você no passar dos anos. Elabore um breve relatório técnico-comercial e se possível apresente à sua equipe. Isso ajuda em duas maneiras: resumir a grande quan -

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tidade de informação vista, e no passar dos anos, a percepção e a evolução dos fatos tecnológicos e de mercado para a correta elaboração e acompanhamento de tendências. Elabore também um relatório de despesas em moeda estrangeira e nacional, para controle e conhecimento das grandes áreas de custos das viagens, e sua otimização para as próximas experiências.

PRÓXIMOS PASSOS

Veja se faz sentido para sua empresa ou instituição adquirir os conheci -

mentos nas áreas aqui mencionadas. Há uma plenitude ímpar de oportunidades em todas as épocas do ano e nas mais diversas realidades e periodicidades. Sendo ainda um usuário inexperiente destas ferramentas, opte por juntar-se a grupos em missões pré-concebidas e organizadas por organizações e empresas que já possuam em seu histórico missões bem-sucedidas. Consulte empresas e profissionais que já vivenciaram tais jornadas, e confronte com as opções de feiras.

Permita-se a experiência de “pensar fora da caixa”, e reflita que

muitas vezes somente realmente compreendemos nossa verdadeira condição ao conhecer e estar imerso em outras realidades, outras culturas, outros locais e ambientes, acompanhado com novas pessoas, que pensam e fazem diferente do que fazemos (e muitas vezes melhor). Não há outro jeito. Proximidade é poder. Bons ventos a todos!

As principais feiras de negócios e missões empresariais no mundo da ferramentaria e da cadeia de usuários de ferramentais estão frequentemente relacionadas na seção Circuito Business da revista Ferramental.

INTELIGÊNCIA DE MERCADO
LUIS EDUARDO ALBANO Empresário, Vice-presidente de Relações Internacionais da ABINFER – Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais. lealbano@kobonet.com.br

MANUTENÇÃO PREVENTIVAAUMENTO DE PERFORMANCE E VIDA ÚTIL DE MOLDES

POR

Aindústria de injeção plástica depende fortemente da confiabilidade e eficiência dos moldes para garantir a produção consistente e de alta qualidade. Nesse contexto, a manutenção preventiva emerge como uma estratégia essencial para maximizar a performance dos moldes e evitar problemas operacionais que possam comprometer a produção e a qualidade final do produto.

As boas práticas de utilização de moldes na produção desempenham um papel crucial na maximização da vida útil do molde e da máquina injetora. Elas carregam consigo também a elevação considerável da performance do conjunto molde e máquina.

Aqui estão algumas maneiras como essas práticas podem ser implementadas para alcançar esse objetivo:

1. Ajustes adequados da máquina injetora: Garantir que a máquina injetora esteja configurada corretamente de acordo com as especificações do molde, incluindo parâmetros como temperatura, pressão e velocidade de injeção. A configuração adequada da máquina ajuda a evitar danos ao molde e a própria máquina injetora, prologando a vida útil de ambos;

2. Manutenção preventiva regular: Implementar um programa de manutenção preventiva para a máquina injetora e o molde, incluindo a lubrificação adequada, limpeza e inspeção periódica. A manutenção regular ajuda a prevenir problemas antes que eles ocorram e evita danos graves que possam reduzir a vida útil do molde e da máquina;

3. Operação consciente dos operadores: Treinar os operadores para operar a máquina injetora de forma cuidadosa e consciente, evitando práticas que possam causar desgaste excessivo no molde, como sobrecarregar a máquina, usar temperaturas inadequadas ou realizar ajustes bruscos;

4. Monitoramento ativo do processo de produção: Implementar sistemas de monitoramento para acompanhar o desempenho da máquina injetora e detectar problemas potenciais, como variações de temperatura ou pressão, que possam afetar negativamente o molde. O monitoramento ativo permite a intervenção rápida para corrigir problemas e evitar danos ao molde;

5. Manuseio adequado dos moldes: Garantir que os moldes sejam manipulados e armazenados corretamente para evitar danos físicos, como rachaduras ou arranhões. Isso inclui o uso de equipamentos de manuseio apropriados e a adoção de procedimentos de armazenamento adequados para proteger o molde quando não estiver em uso;

6. Investimento em componentes de qualidade: Utilizar materiais de alta qualidade na fabricação do molde e seus componentes para garantir durabilidade e resistência ao desgaste. Investir em componentes de qualidade pode resultar em uma vida útil mais longa do molde e da máquina injetora.

Em resumo, a implementação de boas práticas de utilização de moldes na produção é fundamental para aumentar a vida útil do molde e da máquina injetora e garantir a produção eficiente e de alta qualidade.

MANUAL DE BOAS PRÁTICAS

A implantação de um manual de boas práticas na utilização de moldes de injeção e máquinas injetoras pode ter uma série de impactos positivos tanto na eficiência operacional quanto na qualidade final do produto. Alguns dos principais benefícios são:

1. Padronização dos processos: Diretrizes claras e consistentes são estabelecidas para a utilização de moldes de injeção e máquinas injetoras. Isso promove a padronização dos processos de produção, reduzindo variações não desejadas e garantindo consistência na qualidade das peças produzidas;

2. Redução de erros e defeitos: Ao fornecer instruções detalhadas sobre os procedimentos corretos de operação e manutenção, o manual de boas práticas ajuda a minimizar erros humanos e prevenir defeitos de produção. Isso resulta em menos retrabalho, menos peças rejeitadas e maior eficiência geral no processo de fabricação;

3. Aumento da vida útil dos equipamentos: O manual pode (e deve) incluir orientações sobre a manutenção preventiva adequada das máquinas injetoras e dos moldes de injeção. Seguir essas recomendações ajuda

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CÁSSIO ROBERTO DA SILVA
PROCESSOS

a prolongar a vida útil dos equipamentos, reduzindo o desgaste e a necessidade de reparos corretivos dispendiosos;

4. Melhoria da segurança: Ao definir procedimentos seguros de operação e manutenção, o ambiente de trabalho torna-se mais seguro para os operadores e técnicos. Isso inclui instruções sobre o uso correto de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e práticas de segurança ao lidar com máquinas e moldes;

5. Melhoria da eficiência operacional: Seguir um manual de boas práticas ajuda a otimizar os processos de produção, minimizando tempos de parada não planejados e maximizando o tempo de atividade das máquinas. Isso resulta em uma maior eficiência operacional e uma produção mais ágil e rentável;

6. Facilitação do treinamento e capacitação: Estabelece uma ferramenta valiosa para o treinamento e capacitação de novos funcionários. Ele fornece um recurso de referência abrangente que ajuda os novos operadores e técnicos a entenderem os procedimentos e práticas recomendadas na utilização de moldes de injeção e máquinas injetoras.

A implantação de um manual de boas práticas na utilização de moldes de injeção e máquinas injetoras traz impactos positivos contribuem para uma operação mais eficiente, segura e rentável na indústria de injeção plástica.

MONITORAMENTO DAS BOAS PRÁTICAS

O monitoramento das boas práticas na utilização de moldes de injeção e máquinas injetoras pode ser realizado de várias maneiras, garantindo que os procedimentos e padrões estabelecidos sejam seguidos consistentemente. Algumas formas de realizar esse monitoramento estão listadas a seguir:

1. Inspeções regulares: Realize inspeções regulares das instalações, máquinas e moldes para verificar se estão sendo mantidos de acordo com as boas práticas estabelecidas. Isso inclui verificar a limpeza, condições de desgaste, lubrificação adequada e qualquer sinal de deterioração nos equipamentos;

2. Listas de verificação: Desenvolva checklists para acompanhamento que detalhem os principais pontos a serem observados durante as operações diárias. Os operadores e técnicos podem usar essas listas para garantir que todos os procedimentos necessários sejam seguidos e que nada seja negligenciado;

3. Monitoramento de parâmetros de processo: Implemente sistemas de monitoramento automatizado para acompanhar os parâmetros de processo durante a produção, como temperatura, pressão, velocidade de injeção e tempos de ciclo. Isso permite detectar desvios das especificações e intervir rapidamente para corrigir problemas;

4. Registros e documentação: Mantenha registros detalhados de todas as atividades relacionadas à utilização de moldes e máquinas injetoras, incluindo manutenção, reparos, ajustes e incidentes de produção. Essa documentação fornece um histórico completo das operações e facilita a identificação de áreas que precisam de melhoria;

5. Retro avaliação dos funcionários: Encoraje os funcionários a fornecerem feedback regular sobre as boas práticas de utilização de moldes e máquinas. Isso pode incluir relatos de problemas

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encontrados, sugestões de melhorias e observações sobre a eficácia dos procedimentos existentes;

6. Auditorias internas e externas: Realize auditorias internas periódicas para avaliar o cumprimento das boas práticas estabelecidas e identificar áreas de não conformidade. Além disso, submeta-se a auditorias externas por parte de entidades reguladoras ou clientes para garantir a conformidade com normas e regulamentos específicos da indústria;

7. Análise de indicadores de desempenho: Utilize indicadores de desempenho, como taxa de rejeição, tempo de inatividade da máquina e incidência de problemas de qualidade, para avaliar a eficácia das boas práticas implementadas. Esses indicadores ajudam a identificar tendências e áreas que exigem atenção adicional.

Ao implementar um sistema abrangente de monitoramento das boas práticas na utilização de moldes de injeção e máquinas injetoras, as empresas podem garantir que operem de maneira eficiente, segura e consistente, alcançando padrões de qualidade mais elevados e uma maior satisfação do cliente.

MANUTENÇÃO PREVENTIVA EM MOLDES

Considerando as boas práticas na operação e/ou utilização de um molde bem como do conjunto de meios produtivos, há de se acrescentar a importância da manutenção preventiva destes recursos produtivos. Ela, a manutenção, traz vários benefícios para o processo produtivo, a saber:

1. Prevenção de defeitos: A manutenção regular ajuda a identificar e corrigir pequenos problemas nos moldes antes que eles se tornem defeitos de produção, garantindo a conformidade com as especificações do produto;

2. Redução de tempo de inatividade: Programas de manutenção preventiva bem planejados minimizam as interrupções não programadas na produção, permitindo uma operação mais eficiente e produtiva;

3. Prolongamento da vida útil dos moldes: A manutenção preventiva inclui a lubrificação adequada, limpeza e inspeção dos moldes, prolongando sua vida útil e evitando a necessidade de substituição prematura;

4. Redução de custos de reparo: Investir em manutenção preventiva pode reduzir significativamente os custos de reparo associados à correção de problemas graves nos moldes, economizando tempo e recursos;

5. Aumento da eficiência operacional: Moldes bem mantidos operam de forma mais eficiente, com menos desperdício de material e menor tempo de ciclo, aumentando a produtividade geral da linha de produção;

6. Melhoria da satisfação do cliente: A produção consistente de produtos de alta qualidade, resultante de

moldes bem mantidos, contribui para a satisfação do cliente e para a reputação da empresa no mercado.

NOVAS TECNOLOGIAS EM MANUTENÇÃO PREVENTIVA

Para além das práticas já conhecidas no mercado, é fundamental que as empresas fiquem atentas às novas abordagens de manutenção que surgem no mercado. A seguir estão relacionadas algumas das “novidades”.

1. Monitoramento remoto e sensores inteligentes: Integração de sensores inteligentes nos moldes para monitorar temperatura, pressão e desgaste, permitindo a detecção precoce de problemas e a programação de intervenções de manutenção antes que ocorram falhas;

2. Manufatura aditiva para reparos: Utilização de tecnologias de impressão 3D para reparar rapidamente componentes danificados dos moldes, reduzindo o tempo de inatividade e os custos de substituição de peças;

3. Realidade Aumentada (RA) e Realidade Virtual (RV): Aplicação de RA e RV para fornecer treinamento virtual e orientações passo a passo durante a manutenção dos moldes, aumentando a eficiência e precisão das operações de manutenção;

4. Análise de dados e Machine Learning : Implementação de algoritmos de machine learning para análise preditiva de dados de desempenho do molde, identificando padrões e prevendo potenciais problemas de manutenção com antecedência;

5. Tecnologia blockchain para rastreabilidade: Utilização de blockchain para rastrear o histórico de manutenção de cada molde, garantindo transparência, integridade e confiabilidade das informações de manutenção.

FORMAÇÃO PROFISSIONAL DOS

FERRAMENTEIROS

Cada nova tecnologia, metodologia ou solução disponível para aplicação na manutenção dos ativos da empresa deve ser estrategicamente planejada, capacitada e implantada. Não há como obter benefícios das soluções sem a devida preparação do corpo técnico da empresa. Portanto, a formação do profissional ferramenteiro é um dos componentes mais importantes para o sucesso do programa de manutenção e seus principais impactos são relacionados a seguir.

1. Necessidade de capacitação em tecnologias emergentes: Os ferramenteiros precisam adquirir habilidades em tecnologias emergentes, como monitoramento remoto, manufatura aditiva e análise de dados, para realizar manutenção preventiva de forma eficaz;

2. Treinamento em Realidade Aumentada e Virtual: A formação profissional dos ferramenteiros deve incluir

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treinamento em RA e RV para permitir a familiarização com novas ferramentas e técnicas de manutenção;

3. Adaptação à mudança de paradigma: Os ferramenteiros precisam se adaptar a um novo paradigma de manutenção baseado em dados e análise preditiva, abandonando abordagens reativas e adotando uma mentalidade proativa de prevenção de problemas;

4. Desenvolvimento de habilidades analíticas: Com a crescente ênfase na análise de dados para manutenção preventiva, os ferramenteiros devem desenvolver habilidades analíticas para interpretar e utilizar eficazmente as informações fornecidas por sistemas de monitoramento e diagnóstico;

5. Colaboração interdisciplinar: A formação dos ferramenteiros deve promover a colaboração interdisciplinar com profissionais de tecnologia da informação, engenharia de manufatura e ciência de dados, a fim de aproveitar plenamente o potencial das novas tecnologias para a manutenção preventiva em moldes de injeção plástica.

A MÁQUINA INJETORA

Uma boa regulagem da injetora pode ter um impacto significativo na vida útil da máquina e do molde, ajudando a reduzir o número de paradas por quebras e/ou manutenção corretiva. Aqui estão algumas maneiras pelas quais isso pode ser alcançado:

1. Reduzir estresse nos componentes do molde: Uma regulagem cuidadosa da injetora pode garantir que os parâmetros de injeção, como temperatura, pressão e velocidade, sejam ajustados de acordo com as especificações do molde e do material. Isso minimiza o estresse nos componentes do molde, reduzindo o desgaste e prolongando sua vida útil;

2. Evitar sobrecargas e sobreaquecimento: Uma regulagem adequada da injetora evita sobrecargas excessivas nos componentes do molde, como cavidades, núcleos e canais de resfriamento. Além disso, ao controlar adequadamente a temperatura e a pressão durante o processo de injeção, é possível evitar o sobreaquecimento do molde, o que pode levar a deformações e falhas;

3. Melhorar a qualidade das peças injetadas: Uma regulagem precisa da injetora contribui para a produção de peças plásticas de alta qualidade, com menor probabilidade de defeitos, como rebarbas, deformações e falhas estruturais. Isso reduz a necessidade de retrabalho e ajustes no molde, minimizando o desgaste e prolongando sua vida útil;

4. Prevenir de colisões e danos: Uma regulagem inadequada da injetora pode resultar em colisões entre os componentes do molde e da máquina, causando danos significativos que exigem manutenção corretiva. Uma regulagem cuidadosa ajuda a evitar essas colisões,

protegendo tanto a máquina quanto o molde de danos desnecessários;

5. Monitorar e ajustar continuamente: Implementar sistemas de monitoramento contínuo dos parâmetros de processo da injetora, como sistemas de controle de processo e sensores de monitoramento de temperatura e pressão. Isso permite ajustes em tempo real para garantir que a operação da injetora esteja sempre otimizada para minimizar o desgaste do molde e evitar problemas de produção.

Em resumo, uma boa regulagem da injetora é fundamental para maximizar a vida útil da máquina e do molde, reduzindo o número de paradas por quebras e/ou manutenção corretiva. Ao garantir que os parâmetros de processos sejam ajustados de forma precisa e cuidadosa, é possível minimizar o desgaste, evitar danos e produzir peças de alta qualidade de forma consistente ao longo do tempo.

ANÁLISE DA CAUSA RAIZ DE PROBLEMAS

Uma análise eficaz de causa raiz de problemas em moldes de injeção plástica pode ter um impacto significativo na vida útil do molde e na sua performance de produção de várias maneiras. Os impactos são listados a seguir.

1. Identificação de problemas subjacentes: Ao realizar uma análise de causa raiz, os fabricantes podem identificar as verdadeiras causas dos problemas enfrentados pelos moldes, em vez de simplesmente tratar os sintomas. Isso permite a implementação de soluções permanentes e a prevenção de recorrências, prolongando a vida útil do molde;

2. Prevenção de danos adicionais: Uma compreensão profunda das causas raiz dos problemas permite que os fabricantes tomem medidas proativas para evitar danos adicionais ao molde. Isso pode incluir ajustes no processo de produção, modificações no design do molde ou a implementação de medidas de manutenção preventiva;

3. Otimização do processo de produção: Ao eliminar as causas raiz dos problemas nos moldes, é possível otimizar o processo de produção para maximizar a eficiência e a qualidade. Isso pode resultar em tempos de ciclo mais curtos, menor desperdício de material e uma produção mais consistente;

4. Redução de custos de manutenção: Uma análise eficaz de causa raiz pode ajudar a reduzir os custos de manutenção associados aos moldes de injeção plástica. Ao resolver os problemas fundamentais, os fabricantes podem evitar reparos frequentes e substituições prematuras de componentes do molde;

5. Melhoria da satisfação do cliente: Moldes que funcionam de forma confiável e produzem peças de alta qualidade contribuem para a satisfação do cliente. Uma análise de causa raiz bem-sucedida pode ajudar

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a garantir que os produtos atendam às expectativas dos clientes em termos de qualidade e consistência.

Assim sendo, uma análise de causa raiz cuidadosa e abrangente é essencial para maximizar a vida útil do molde e melhorar sua performance de produção. Ao identificar e resolver os problemas fundamentais, os fabricantes podem evitar interrupções na produção, reduzir custos e fornecer produtos de alta qualidade de forma consistente.

CONCLUSÃO

Em suma, a manutenção preventiva desempenha um papel fundamental na otimização da performance de produção e na garantia da qualidade do produto em processos de injeção plástica. Ao investir em programas de

manutenção regulares e proativos, as empresas podem reduzir custos, aumentar a eficiência operacional e fortalecer sua posição competitiva no mercado.

Infelizmente no Brasil ainda não temos uma cultura industrial forte voltada para a manutenção preventiva para moldes, máquinas e equipamentos. Uma pequena parte das empresas do ramo atuam com foco neste quesito, porém, de maneira geral, ainda é muito tímido este movimento.

Outro ponto é a questão de orientação ao resultado dos números de produção, deixando muitas vezes de lado os impactos causados por falhas no processo ou a falta total de manutenção preventiva em moldes e máquinas.

Cássio Roberto da Silva - Engenheiro Mecânico com mais de 20 anos de experiência em projetos, moldes e processos de injeção plástica, passando pelas áreas de ferramentaria, engenharia e manufatura. Atualmente é Gerente de Engenharia Corporativo no Grupo InBetta, que tem como principais marcas Bettanin, Sanremo e Pincéis Atlas. Trabalhou em 22 países, sendo Plant Manager no México e no Canadá e passou por multinacionais como Tupperware, Mauser-Rubbermaid, Aptar Group, Ficosa Group e Grupo Simoldes. Liderou projetos de nível global para grandes empresas do mercado como P&G, Unilever, L’Óreal, Fiat e Phillips. cassio.roberto@inbetta.com

PROCESSOS

OS DESPERDÍCIOS NO SETOR PÚBLICO

Amelhora na nossa classificação de risco de crédito soberano feita pela S&P Global Ratings Brasil, sem dúvida, foi uma boa notícia para fechar o ano de 2023. A agência de risco atribui o fato em grande parte às reformas que vêm sendo feitas desde 2016 para enfrentar a péssima situação fiscal da época, e o consequente crescimento da economia acima do esperado nos últimos três anos, embora muito fraco em relação a países emergentes comparáveis, como a Índia, que em 2011 tinha um PIB 44% inferior ao nosso, e em 2021 já havia superado o do Brasil em 100%. As notas da S&P, porém, manifestam preocupação com o retrocesso nas regras de governança das estatais e com o fato de o novo regime fiscal depender principalmente do aumento de arrecadação, ainda mais considerando a já elevada carga tributária do país: “as perspectivas de crescimento de longo prazo continuarão limitadas por déficits fiscais elevados e rigidez orçamentária”.

O economista Pérsio Arida, um dos pais do Plano Real, manifesta preocupação com o esforço do atual governo para aumentar receita para poder gastar mais, dada a já muito elevada carga de impostos. “Se o governo quiser ampliar os gastos numa direção, que trate de diminuir em outra. Tem muitos desperdícios no setor público... Temos uma série de gastos que, quando anunciados, no campo das intenções, sempre são meritórios, mas que terminam com uma governança e um funcionamento muito ruins. Em parte, porque o Estado brasileiro não é eficiente, em parte por captura por grupos de interesse e muitas vezes por inércia. Além do já mencionado engessamento do orçamento: se aumentar os gastos porque, supostamente, a economia está fraca, quero ver diminuir depois. É fácil aumentar, é muito difícil reduzir”.

O que estamos vendo no Brasil reflete bem o que certa vez disse o ex-secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, que o fisco tem a missão de arrecadar os recursos para fazer frente aos gastos do Estado. Então quanto maiores os dispêndios, maior a arrecadação necessária.

Por outro lado, se com maior eficiência dos gastos a necessidade de arrecadação diminuir, abre-se o único caminho para a redução da carga tributária, e o melhor caminho para o aumento de produtividade da economia. Hoje a Secretaria da Receita Federal (SRF), um dos órgãos mais eficientes do governo, foca só na arrecadação. Por que não dividir os esforços, olhando também a qualidade da despesa, para buscar um ponto de equilíbrio entre receita e despesa num nível mais baixo de arrecadação, o que certamente contribuiria para aumentar a competitividade da economia? Poderia ser criada a Secretaria da Despesa Federal com remanejamento de quadros da SRF, portanto sem aumentar o gasto da máquina, com poderes para fiscalizar a eficiência dos dispêndios, diferentemente da Secretaria de Avaliação e Monitoramento de Políticas Públicas e Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento e Orçamento, que não tem passado do campo das boas intenções nesse assunto, pela própria concepção. E isso poderia ser replicado nos estados e municípios.

Também não custa lembrar, que, como famílias e empresas, e muitos países, o Estado precisa incluir entre os pontos da responsabilidade fiscal, preparar-se nos momentos de bonança para enfrentar momentos difíceis, que sempre vêm, com políticas anticíclicas, inclusive de apoio aos mais pobres, como foi feito durante a pandemia. No Brasil, infelizmente, nos períodos favoráveis os governos têm aumentado gastos obrigatórios, que muito dificilmente serão reduzidos quando precisarmos apertar os cintos.

Rodolfo Schneider Empresário, um dos idealizadores do Movimento Brasil Eficiente (MBE). Membro do Conselho Político e Social da Associação Comercial de São Paulo – ACSP e do Comitê de Líderes da Mobilização Empresarial pela Inovação da Confederação Nacional da Indústria – CNI. crs@brasileficiente.org.br

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MBE
Carlos

INTERCÂMBIO BRASIL-JAPÃO DA INDÚSTRIA DE FERRAMENTAIS

18ª Reunião – O Japão e as questões ambientais –situação e ação

Asigla ESG tem surgido de forma expressiva e crescente no setor econômico mundial. Ela se refere ao acrônimo, do inglês, Environmental, Social and Governance, que traduzido para o português indica o escopo da responsabilidade ambiental, social e de governança.

O ESG é um conjunto de padrões e boas práticas que visa orientar e definir se uma empresa é socialmente consciente, sustentável ambientalmente e corretamente administrada, indicando o desempenho de sustentabilidade de uma organização.

Nesta reunião, realizada em 7 de fevereiro de 2024, o Prof. Etsujiro Yokota brindou os participantes com informações sobre a situação atual no Japão referente aos cuidados com as questões do ESG e abordou planos e visões sobre o futuro desta tendência.

Foi definido o próximo encontro virtual para o dia 27/03/2024 (quarta-feira), as 20:00h. O título sugerido para

a próxima reunião foi “pontos focais da melhoria da produtividade” e, adicionalmente, como convencer o empresário de que ele precisa atuar neste ponto.

INTRODUÇÃO

Inicialmente, o Prof. Yokota perguntou sobre o interesse da ABINFER em discutir o tema. O presidente da ABINFER, Christian Dihlmann, esclareceu que a ISTMA –International Special Tooling and Machining Association , entidade mundial que representa a indústria de ferramentais e na qual o Brasil tem uma das cadeiras na Vice-presidência, definiu, em 2022, que as entidades-membro de cada país devem elaborar, aprovar e disseminar normativas em direção a reduzir o impacto ambiental gerado pelas ferramentarias, aconselhando seus associados a praticá-las. Estas normativas devem estar alinhadas com as políticas e legislações locais de cada país membro, mas buscando alinhar com as práticas mundiais. Mencio -

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Etsujiro Yokota Presidente de Honra Christian Dihlmann Presidente Stephan Dihlmann Engenheiro Agile2 Roberto Eiji Kimura Membro Associado Ugo Ibusuki Membro AOTS Juvenil Fukushima Membro Associado Roberto Monteiro Spada Diretor SENAI/SP Júlio Harada Membro Associado
CANTINHO DE IDEIAS

nou ainda que, em alguns casos no Brasil, entidades de fomento financeiro já estão solicitando práticas de ESG dos seus tomadores de crédito.

O Prof. Yokota sequenciou informando que as grandes empresas do Japão estão “correndo para o verde”, perseguindo o Challenge to Zero Beyond – Desafio atrás do Zero. A Toyota já está “se mexendo” no Japão e adotou o Desafio Ambiental Toyota 2050. A Panasonic com o programa Green Impact – Impacto Verde.

E que o conceito GX, de redução da emissão de carbono, de crescimento econômico e de energias renováveis é uma tendência irreversível naquele país. Explicando melhor, o GX, Green Transformation significa Transformação Verde e refere-se à transformação de todo o sistema econômico e social de uma economia, sociedade e estrutura industrial dependentes de combustíveis fósseis para estruturas impulsionadas por energia limpa – o objetivo da iniciativa é impulsionar o crescimento econômico e o desenvolvimento por meio da mitigação de emissões. Em suma, é alcançar as metas de Carbono Neutro com iniciativas para o crescimento econômico.

Cinco iniciativas-chave que estão sendo discutidas pelo governo para alcançar US$ 1 trilhão de investimento público-privado para promover a transformação verde do Japão:

1. Precificação de carbono orientada para o crescimen -

to (incluindo títulos de transição GX). Com referência ao estado de introdução da precificação de carbono internacionalmente, sob quais princípios e em que momento o Japão deve realizar 150 trilhões de ienes de investimento público-privado nos próximos dez anos e introduzir sistemas para cumprir seus compromissos internacionais e, simultaneamente, alcançar o fortalecimento da competitividade industrial doméstica e o crescimento econômico?

2. Medidas integradas de promoção da regulamentação/assistência. Como devem ser combinados regulamentos e sistemas com financiamento governamental obtido de títulos de transição GX a fim de estimular o investimento privado efetivo?

3. Novos métodos de financiamento. Como deve ser incentivado o financiamento verde para realizar o investimento GX? Exemplos incluem a expansão do uso de financiamento de transição globalmente, particularmente na Ásia, e uma combinação de financiamento público e investimento privado.

4. Estratégia internacional de desenvolvimento, incluindo a formação da Comunidade de Emissões Zero da Ásia.

5. Desenvolvimento da GX League (fórum de cooperação entre empresas, governo e academia). Com base nas tendências internacionais e na necessidade de manter condições equitativas para as empresas

CANTINHO DE IDEIAS

participantes, com que momento e em que direção deve ser desenvolvida a GX League de uma forma que aumente a eficácia?

RESPOSTA DAS EMPRESAS À TENDÊNCIA

São diversas as ações já iniciadas, principalmente por grandes corporações, para buscar atendimento à essa tendência e normativas. A adoção intensiva do uso de energias renováveis, como eólica, solar e geotérmica é uma das principais. Um exemplo é a própria Honda do Brasil, cuja totalidade da energia consumida é gerada em sua usina eólica.

A promoção ativa de medidas protetivas das florestas, inclusive com reflorestamento para autossustentabilidade do ecossistema.

Entretanto, Yokota afirma que estas medidas não são a solução, mas que as empresas estão fazendo “apenas isso”. Em seu entendimento, essa tendência é irreversível, mas seu conteúdo e métodos não foram estabelecidos. Por enquanto, avançarão com o modelo arcaico de “tentativa e erro”. A demanda das grandes empresas deve ser uma crescente no futuro e não haverá mais negócios com empresas que não atendam aos requisitos de sustentabilidade. As empresas estão ameaçadas.

E como reagir à isso?

Yokota menciona que, nessa tendência, em alguns casos, já há subsídios do governo de até 70% para aquisição de equipamentos com menor consumo de energia. Por outro lado, na Ásia (Japão, China e Índia), pouco se fala em uso de bioplásticos.

A FERRAMENTARIA NO JAPÃO

Como as ferramentarias podem e devem enfrentar a nova realidade? O que ocorre nas questões ambientais? São diversas possibilidades e necessidades, de curto, médio e longo prazo.

1. Mudança no mix de produto

I. Redução de peças/componentes no molde

II. Prolongamento da vida útil do molde, com diferentes tratamentos superficiais

2. Instalações com redução de consumo de energia (com apoio e subsídios do governo)

3. Mudança da matéria-prima do produto injetado

I. A doção de materiais biodegradáveis

II. Mudança de plástico para papel

4. Atitude proativa de melhoria da produtividade

5. Adoção de usinagem sem óleo

6. Utilização de material reciclável

Dos pontos mencionados, o item 4 é o mais importante na visão de Yokota. Uma ação importante, no universo da indústria de moldes, é a utilização de componentes padronizados para ganho de produtividade e consequente redução de custo de produção com menor impacto ao ecossistema ambiental.

Várias ferramentarias de moldes plásticos no Japão fabricam moldes para bioplásticos e os estão vendendo para uso deste bioplástico, mas acabam de começar e não nos tornou um negócio ainda.

Infelizmente, no Japão, houve pouco progresso na transformação GX no setor de ferramentarias de moldes.

O fato é que nem se fala disso na Ásia!

E o que os clientes vão exigir das ferramentarias muito em breve? No entender de Yokota, serão 3 etapas distintas, mas muito próximas.

42 // REVISTAFERRAMENTAL.COM.BR // MAR / ABR 2024
CANTINHO DE IDEIAS

I. Primeira etapa – dados detalhados de quanta energia foi utilizada para a fabricação do ferramental;

II. Segunda etapa – comprovação da redução no consumo de energia da manufatura

III. Terceira etapa – exigência de um plano de redução contínua do consumo de energia e desperdícios na manufatura.

O Prof. Yokota pediu para que informassem a situação atual no Brasil e a perspectiva para o futuro.

SOBRE O BRASIL

O Professor Roberto Spada fez uma breve apresentação do entendimento nacional de sustentabilidade, citando o Plano Nacional de Energia (PNE 2050). A apresentação ficou muito alinhada com as informações trazidas pelo Prof. Yokota referentes as atuações do Japão neste tema, principalmente nos três pontos chave, a saber: uso de fontes de energia renováveis; modernização de máquinas; e medidas para otimizar o uso de energia.

CD mencionou diretrizes que iniciam a ser discutidas no Brasil em termos de Economia Circular, Manufatura Aditiva, Planejamento Logístico e Logística Reversa.

Há recomendações para a produção de produtos descartáveis (pratos, talheres, copos) com materiais biodegradáveis. Entretanto, ainda há a limitação do alto custo do bioplástico.

Questões de custo de logística (queima de combustível), inerentes ao frete entre Brasil e China, já impactam decisões no escopo estratégico dos grandes consumidores.

Sobre o projeto Podium – Complexo Econômico Industrial de Ferramentarias, proposto pela ABINFER ao governo federal em 2023, CD apresentou o pilar 9, cujo objetivo é o desenvolvimento e implementação do Programa Ferramentaria Sustentável, por meio de desenvolvimento de ações de logística reversa, economia circular e sustentabilidade dos processos e a meta é de certificar 200 ferramentarias com Selo de Sustentabilidade (Bronze, Prata e Ouro) até 2031. Pretende-se ainda, com ferramentarias certificadas na área ambiental, abrir novos mercados e atender melhor a demanda interna e externa de ferramentais.

CONCLUSÕES

As ferramentarias, a partir deste momento, precisam avançar em:

1. Coleta de informações (de clientes nacionais e do exterior);

2. Atividades proativas de economia de energia;

3. Completar a digitalização dos processos.

Se esses pontos não forem aplicados nas ferramentarias, elas não se tornarão rentáveis. É um requisito absoluto para a operação continuar a ser lucrativa.

Na voz de Yokota, “torne-se digital” e destaca que devemos pensar na palavra CASE – Connected, Automated, Shared, Electric, que do inglês significa Conectado, Automatizado, Compartilhado e Elétrico. Não pensar somente em veículos elétricos, mas sim na indústria de ferramentais com o viés de CASE, reduzindo consumo de energia e aumentando a produtividade.

(47) 3227-5290

abinfer.org.br

MAR / ABR 2024

NOVOS MODELOS DE MANUFATURA –COMPARTILHADA (MC) & DISTRIBUÍDA (MD)

POR BRUNO DIESEL GELLERT - FERNANDO AGUIRRE DE OLIVEIRA JÚNIOR

Aaplicação dos conceitos de “serviços compartilhados”, normalmente mais conhecidos para atividades administrativas, é perfeitamente cabível e apropriada para o momento atual da manufatura, dado o descasamento crescente entre demanda (quem compra meu produto no preço justo) e oferta (quem consegue fabricar o que o mercado absorve num custo adequado).

Na manufatura compartilhada (MC), uma mesma planta ou linha consegue fabricar diversos produtos para clientes distintos. São quase sempre linhas seriadas configuráveis, permitindo o menor tempo de setup possível. Exemplos já existentes em segmentos como o de alimentos e bebidas, mas necessária franca evolução para os segmentos metais-mecânicos, como linhas de montagem de dispositivos que possam ser utilizados por diferentes marcas de clientes.

Já a manufatura distribuída (MD) é capaz de ter partes do processo sendo feitas em locais distintos. Se temos a necessidade de fabricação ou processos spot - como processos de usinagem - qual o benefício em manter uma estrutura verticalizada, ao invés de localizar esses baixos volumes para produção em fabricantes que tem mais especialização e mais escala, permitindo custos menores?

Entendemos que, no Brasil, há inúmeros desafios para a adoção de MC ou MD, sendo os principais os que destacamos abaixo:

• Alta ociosidade nas plantas – muitas empresas padecem de ociosidade, porém os gestores não conseguem decidir sobre ajustar seu modelo de negócios e modelo operacional para MC ou MD - o que acaba aumentando o desafio conforme passa o tempo;

• Crescente comoditização dos produtos - a queda nas margens de vendas aumenta a pressão sobre os fabricantes e aumenta o receio para a adoção dos modelos MC ou MD, dado o temor por perder diferenciais competitivos, como formulações ou relacionamento com clientes estabelecidos;

• Custos proibitivos - acabando por motivar a decisão por importação de determinados componentes e a desistir de buscar uma produção local. A guerra fiscal

entre os estados da federação tem impactos históricos sobre os custos logísticos. E assim por diante;

• Obsolescência dos parques fabris - sendo a parte que cabe ao empresário, mas que, após ter investido muito em sua fábrica há anos atrás, não consegue hoje ter capital suficiente para manter-se atualizado;

• Ausência de incentivos para (re)industrializaçãonecessários incentivos consistentes governamentais para a substituição de importações por uma nova indústria local competitiva.

• Dificuldade de previsão de demanda - com diversas cadeias “quebradas” e, portanto, imprevisíveis, os efeitos-chicote são constantes - “morro de sede ou morro afogado”.

A adoção da MC ou da MD, ou de ambas, é a trilha de solução para a reversão dos desafios acima destacados, porém no longo prazo exige aporte de novos investimentos e a predisposição para que os empresários ou investidores renovem suas apostas no parque industrial brasileiro. Sem o apoio do governo na sinalização de incentivos (não subsídios) e regras claras, o que resta é a colaboração inteligente entre parceiros confiáveis para movimentos não menos relevantes e que poderão ser vistos pelos entes públicos como caminhos possíveis.

Com a MC vislumbramos a possibilidade de atualização tecnológica ( green ou brownfield ); a redução de plantas ociosas; assim como a possibilidade de aprimorar uma cultura de serviços.

Com a MD é possível ampliar a economia compartilhada, com utilização de capacidade ociosa; possibilitar também a criação de uma cultura de serviços; trazer uma receita incremental, ainda que não seja a princípio a receita “ideal”.

Como vimos em outros mercados, esta receita que parecia não ser ideal, em diversos casos se tornou a receita principal e acabou por desenhar novos modelos de negócios, como as dark kitchens para o mercado de delivery ou até profissionais em tempo integral dedicados para a atividade de motorista por aplicativo, no mercado de transportes.

44 // REVISTAFERRAMENTAL.COM.BR // MAR / ABR 2024 GESTÃO

O que difere a MD do tradicional outsourcing são os fluxos digitais e com alto teor de lean que transformam todo o supply chain, atingindo um nível inédito de eficiência. Assim é possível ganhar escala e especialização no mercado spot.

Existem riscos técnicos e barreiras culturais na adoção de modelos de MC e MD. Normalmente o modelo de MD não é indicado para produtos complexos, dado os desafios de engenharia, não sendo também indicado para altos volumes que requerem otimização fina dos processos de manufatura. Porém, dado que a ociosidade tem sido um grande “desafio”, os modelos podem fazer muito sentido para uma redução dessa ociosidade. No caso da MC, sua adoção inadequada pode gerar efeitos negativos de pressão de preço, reduzindo margens da cadeia. É também necessário um inventário sobre as capacidades instaladas e o grau de aproveitamento, especialmente se pensarmos em flexibilidade para múltiplos produtos e ganho de escala.

O senso de propriedade do negócio e da fábrica é um grande detrator para a adoção de uma nova governança para MC e MD, tanto do ponto de vista da abertura para novos arranjos societários quanto para a caracterização de um negócio fabril sem possuir o controle de toda a manufatura. Confunde-se com frequência a venda da fábrica com a venda do negócio. A equipe sempre pressiona para fazer tudo dentro de casa (“sabemos fazer tudo!”), esquecendo que, de posse do projeto, muitas

empresas poderiam fabricar as mesmas peças/produtos.

Também as questões relativas à propriedade intelectual de determinadas tecnologias, muitas vezes se contrapondo às estratégias focadas na relação com o cliente e que podem sinalizar um caminho interessante para rentabilização do negócio. Portanto um modelo de governança que propicie equidade e transparência para os clientes - inclusive já validado em diversos segmentos, como já dito - alimentos, eletrônicos, saúde, etc - assim como sociedade com fornecedores através de consórcios, podem ajudar a reequilibrar uma cadeia inteira de fornecimento que esteja em dificuldade.

A contratação de um assessor que possa apoiar nas questões técnicas e de governança do modelo de serviços é fundamental, além do suporte para as questões econômico-financeiras, como um adequado valuation do parque de ativos, as decisões de Capex X Opex, as possibilidades de uso de incentivos tributários relacionados às leis de inovação, a capacidade de negociar incentivos interinos, sem claro esquecer da perspectiva futura da nova legislação face à reforma tributária. Não menos relevantes as questões relativas aos riscos trabalhistas, jurídicos e previdenciários, assim como a disponibilidade e capacitação de mão-de-obra que irá absorver novas tecnologias e processos.

O que há de comum entre a MC e a MD? Podemos

dizer que muita coisa. A decisão de estratégia do que fazer internamente e onde utilizar parceiros é um ponto comum muito relevante. Além do aspecto de tomada de decisão, é relevante mencionar que a MC e a MD demandam tecnologia para adequada gestão dos contratos de serviços sendo prestados de parte a parte. Sem isso, o potencial para interpretações díspares da performance do serviço é muito alto. A orientação que fornecemos é de “plugar” coletores de dados nas linhas e apurar os principais indicadores, associados a um bom contrato.

Mas voltando às questões estratégicas, vamos lembrar sobre a curva sorriso. Saber posicionar sua “marca” mediante a curva ajuda a evitar perda de foco e competitividade no seu mercado. Por exemplo, dentro da manufatura existe o “ core ” e o “ non-core ”, como por exemplo, a usinagem do spindle de uma máquina de usinagem versus o volume de peças usinadas da estrutura externa da máquina. Onde está o meu (seu) foco?

CONCLUSÕES

A cultura de serviços precisa ser dinamizada e implantada na manufatura, sem que isto signifique uma desindustrialização. Ao contrário, viabiliza novos modelos de manufatura, com muita tecnologia, aumentando inclusive a sua atratividade para as novas gerações. Ajuda a viabilizar a Indústria 4.0 com retorno tangível, em muitos casos.

O Brasil está no meio do caminho, não temos um mercado pequeno para focar em exportação e não temos um mercado grande consumidor para garantir escala (temos um baixo PIB per capita apesar de uma grande população). O local da empresa de manufatura não é valor percebido pelo consumidor na maioria dos produtos industrializados, portanto setores que fabricam sob demanda sofrem com os picos e vales, resultando num alto custo para manter a operação fabril.

BRUNO DIESEL GELLERT – Profissional com formação em Engenharia de Materiais pela UFSC e pós-graduação em Estratégias de Mercado pela FGV-SP. Com uma sólida trajetória no setor de manufatura desde o início de sua carreira, concentrou sua expertise na indústria de máquinas e equipamentos. A paixão reside na exploração de novos modelos de negócios de plataforma, economia compartilhada e servitização da manufatura. É um dos co-fundadores da Peerdustry Usinagem Conectada, plataforma de usinagem distribuída da América Latina. Além disso, é presidente da CSDIGITAL na ABIMAQ. bruno@peerdustry.com

FERNANDO AGUIRRE DE OLIVEIRA JÚNIOR – Sócio da Fractals Ventures, empresa dedicada à transformação de negócios de manufatura. Utilizando capacidades combinadas de engenharia, tecnologia e estratégia, a Fractals Ventures busca criar novos modelos de negócios e modelos operacionais junto aos seus clientes. Antes de atuar na Fractals, atuou por 26 anos como consultor e sócio da KPMG na área de consultoria. fernando.aguirre@fractalsventures.com.br

46 // REVISTAFERRAMENTAL.COM.BR // MAR / ABR 2024
GESTÃO

CONFORMAÇÃO

DE

CHAPAS A FRIO – IMPACTOS DE ÓLEOS

LUBRIFICANTES NOS PROCESSOS DE PINTURA, SOLDAGEM E ARMAZENAMENTO

POR GIOVANI A. GIESEL - ANGÉLICA P. DE OLIVEIRA - LEONARDO B. L. S. RIBEIRODIEGO T. DE ALMEIDA - LUCAS A. M. WERNER - DEOCLEBER J. R. PADILHA - CAMILA

E. SCHNEIDER - BRUNA F. KUNZ - FELIPE TUSSET

Aconformação de chapas metálicas, notadamente as operações de estampagem profunda, desempenha um papel crucial em diversas cadeias de processos de fabricação, com destaque para sua aplicação na indústria automotiva. Este processo, reconhecido por sua alta eficiência e pela obtenção de peças com excelente qualidade superficial, enfrenta desafios crescentes devido à intensificação da concorrência e à demanda por geometrias de produtos mais complexas. Nesse contexto, as restrições nas janelas de processo estão se tornando

mais pronunciadas e o atrito assume um papel importante, haja vista a sua criticidade na determinação da robustez dos processos de estampagem.

Como destacado por Nielsen e Bay (2017) os parâmetros que influenciam significativamente o atrito na conformação de chapas metálicas incluem diversos fatores e fenômenos como lubrificação, pressão normal, rugosidade superficial da ferramenta e da chapa, velocidade de deslizamento, materiais do par de contato e temperatura. Sob condições lubrificadas, sabe-se que o atrito muda à medida que o material se deforma plasticamente e a rugosidade

da superfície aumenta, causando uma transição de um regime de atrito hidrodinâmico para um regime de atrito misto, onde o contato metal-metal é aumentado (Trzepiecinski; Bazan; Lemu, 2015).

De acordo com Aha et al. (2020) ao longo das décadas, a evolução na lubrificação dos aços, desde o óleo de proteção contra corrosão até os óleos Prelube e Spot Lubricants, reflete a busca incessante por melhorias nas propriedades de conformação. Diante desse cenário, o setor automotivo busca alternativas, como a segunda geração do Prelube (Prelube 2), conforme especificado na VDA 230-213,

Tabela 1 – Requisitos para peças estampadas durante a sua fabricação (Fonte: Adaptado de Souza 2011)

48 // REVISTAFERRAMENTAL.COM.BR // MAR / ABR 2024 PROCESSOS

para atender às exigências da cadeia de processos de fabricação.

Este artigo se propõe a avaliar diferentes lubrificantes, considerando não apenas seu impacto na conformação de chapas metálicas, mas também os efeitos nos processos subsequentes de pintura e solda, além de analisar a sua influência no armazenamento das peças. Essa abordagem abrangente visa contribuir para a seleção criteriosa de lubrificantes, otimizando a eficiência e qualidade ao longo de toda a cadeia produtiva na indústria automotiva

MATERIAIS E MÉTODOS

A metodologia aplicada foi baseada na norma VDA 230-213, que apresenta as especificações de testes que podem ser realizados para validar os tipos de óleos que estejam em conformidade com todos os requisitos de produção, conforme descrito na tabela 1.

Adicionalmente, a norma VDA 230-213 tem o objetivo de padronizar procedimentos de teste, orientando na definição de uma estratégia para a aprovação de óleos e lubrificantes usados nos processos produtivos. Para cada etapa de um processo produtivo a norma sugere procedimentos experimentais que podem ser realizados para a avaliação do lubrificante. A metodologia de avaliação é apresentada na figura 1.

Os três óleos lubrificantes selecionados para este estudo foram fornecidos por diferentes fabricantes e as suas especificações estão descritos na tabela 2.

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Tabela 2 – Descrição dos lubrificantes selecionados (Fonte: O Autor, 2023) Figura 1 – Fluxograma de avaliação e metodologia empregada no estudo (Fonte: Adaptado de Souza 2011)

RESULTADOS E DISCUSSÕES Pintura

O comportamento das amostras se deu de forma comum para cada condição de lubrificação. A figura 2 exibe o acompanhamento do ensaio após 96 horas de exposição em uma câmara de umidade saturada e as análises para cada lubrificante.

Observando os resultados na figura 3, os testes de quebra d’água mostraram que não houve o ancoramento de água após a peça ser submetida ao processo de desengraxe para todos os lubrificantes testados, indicando compatibilidade entre os óleos e o banho de pré-tratamento.

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Figura 2 – Acompanhamento do ensaio após 96 horas de exposição (Fonte: O Autor, 2023) Figura 3 – Resultados dos testes de quebra d’água (Fonte: O Autor, 2023)

Já no teste de aderência, todos os corpos-de-prova obtiveram grau zero de acordo com a norma ABNT NBR 11003, demonstrando uma ótima adesão da tinta no substrato, sem influência dos lubrificantes, conforme indicado na figura 4.

Soldagem

As soldas MAG apresentaram aspecto satisfatório, evidenciando uniformidade e ausência de descontinuidades no cordão de solda (figura 5). A utilização de lubrificantes resultou em maior produção de respingos, especialmente notável nos corpos de prova lubrificados em comparação com a ausência de lubrificação. Observou-se a propensão à formação de escórias na região lateral sem lubrificante, enquanto na condição com lubrificante foram identificadas escórias tanto nas laterais quanto no centro do cordão de solda.

Amostras da seção transversal dos corpos de teste foram submetidas à análise macroscópica, revelando fusão adequada, ausência de falhas e boa penetração na raiz (figura 6). Os lubrificantes A e B demonstraram menor penetração devido à maior densidade, contudo, todos os lubrificantes foram eficazes, eliminando a falta de fusão e garantindo uma soldagem sem porosidades.

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Figura 4 – Resultados dos testes de aderência em tinta (Fonte: O Autor, 2023) Figura 5 – Vista superior das seções centrais dos corpos de prova, a) sem lubrificante; b) com lubrificante A; c) com lubrificante B; d) com lubrificante C (Fonte: O Autor, 2023) Figura 6 – Macrografia da seção transversal das juntas soldadas, a) sem lubrificante; b) com lubrificante A; c) com lubrificante B; d) com lubrificante C (Fonte: O Autor, 2023)

A tabela 3 sumariza os resultados, indicando cordões regulares, formação de escórias nas laterais e centro nas condições lubrificadas, presença moderada de respingos nessas condições, e um topo de solda aprovado em todas as situações, denotando qualidade superficial e ausência de porosidades. Conclui-se que todos os lubrificantes avaliados são apropriados para a soldagem MAG, proporcionando juntas de alta qualidade.

Conformação

Foi realizado o ensaio de atrito e desgaste tipo tracionamento de tiras (Strip-draw), utilizando um aço ferramenta laminado com revestimento (figura 7) deslizando em uma tira do aço USI RW550 de 3 mm de espessura, estando o sistema em temperatura ambiente. A velocidade de deslizamento avaliada foi de 100 mm/s, com uma força normal de 30 kN e pressão de contato de 120 MPa.

Os ensaios de estiramento revelaram comportamentos semelhantes nas curvas de atrito para os lubrificantes A, B e C (figura 8). O lubrificante A mostrou um aumento leve no coeficiente de atrito, enquanto o lubrificante B apresentou um coeficiente mais instável, apesar de mais baixo.

O coeficiente de atrito médio, figura 9, indicou que o lubrificante C teve o desempenho menos favorável dentre os três comparados, sendo ele significativamente maior que os demais: 25% em relação ao A e 43% em relação ao B.

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Tabela 3 – Resumo dos resultados para a análise dos ensaios de solda (Fonte: O Autor, 2023) Figura 7 – Corpo de prova da ferramenta (Fonte: O Autor, 2023) Figura 8 – Desempenho do coeficiente de atrito ao longo das chapas deslizadas para os lubrificantes: a) A, b) B e c) C (Fonte: O Autor, 2023)

Após os ensaios, imagens dos corpos de prova foram capturadas por um microscópio eletrônico.

A observação das amostras de ferramentas (tabela 4) revelou uma adesão visível a olho nu em todas as condições, sendo mais severa nas condições com o lubrificante C, resultando em maior desgaste dos insertos e, consequentemente, no maior coeficiente de atrito desse lubrificante (figura 9). As demais ferramentas apresentaram menor desgaste e, portanto, coeficientes de atrito mais baixos.

A análise do aspecto superficial das chapas (tabela 5) mostrou que a trilha de desgaste formada na chapa para os lubrificantes C e A exibiu um desgaste visual severo (sulcamento), o que está em concordância com o desgaste observado nas ferramentas (Tabela 4) e com o maior coeficiente de atrito observado nas curvas (Figura 8). Por outro lado, as trilhas de desgaste geradas na superfície da chapa para a condição de lubrificação da ferramenta B apresentaram um alisamento da superfície, com a presença de sulcos suaves.

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Tabela 4 – Aspecto superficial dos insertos A1, A2 e A3 dos corpos de prova das ferramentas de conformação após ensaio (Fonte: O Autor, 2023) Figura 9 – Coeficiente de atrito médio (Fonte: O Autor, 2023)

Avaliação de desempenho

Os critérios foram elaborados através dos ensaios realizados, identificando as características mais importantes em um lubrificante dentro da indústria. Foram definidos pesos, na escala de 1 a 10, refletindo a importância do critério na avaliação final. Peso 1 indica uma funcionalidade insignificante e peso 10 para uma funcionalidade indispensável. Para a avaliação de cada critério foi definida uma escala de pontuação dentro do intervalo de 1 até 3. Sendo 1 (um) a colocação mais baixa, lubrificante que obteve o menor êxito e 3 (três) a colocação mais alta, significa que o lubrificante que melhor satisfez o critério. Os resultados dos critérios foram somados calculando a pontuação final de cada lubrificante, obtendo-se assim uma matriz de calor com a pontuação (tabela 6).

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Tabela 5 – Aspecto superficial das chapas de substrato de aço carbono após o ensaio (Fonte: O Autor 2023) Tabela 6 – Aspecto superficial das chapas de substrato de aço carbono após o ensaio (Fonte: O Autor 2023)

A avaliação final dos lubrificantes (tabela 6), revelou claramente o desempenho relativo dos produtos. O lubrificante A e o B alcançaram pontuações iguais de 188, enquanto o lubrificante C obteve 176 pontos. Embora o lubrificante A e o B compartilhem a mesma pontuação, o A se destacou na resistência à corrosão, limpeza do lubrificante e macrografia, enquanto o B obteve destaque em aspectos financeiros, como custo e condição de pagamento. Apesar de uma pontuação ligeiramente inferior, o C apresentou resultados aceitáveis tecnicamente, mas teve desvantagem em termos de custo em comparação com os concorrentes. Considerando tanto os aspectos técnicos quanto financeiros, os lubrificantes A e B emergem como escolhas promissoras, oferecendo vantagens financeiras e desempenho robusto, respectivamente. A análise destaca a importância de ponderar cuidadosamente benefícios técnicos e econômicos na seleção do lubrificante, adaptando-a às necessidades específicas da apli -

cação e às prioridades no processo produtivo.

CONCLUSÃO

O objetivo principal foi analisar o desempenho dos lubrificantes no processo de conformação, por meio de simulações que reproduzem a dinâmica da cadeia produtiva. Os ensaios e análises indicaram que os lubrificantes B e C apresentam desempenho inferior em comparação ao lubrificante A. Esta limitação está associada ao desempenho insatisfatório como agente antioxidante, um aspecto crucial para grandes lotes de produção na estamparia que passam por armazenamento prolongado antes de processos subsequentes.

Entretanto, em lotes com fluxo mais rápido, os lubrificantes alternativos B e C podem ser aplicados, atendendo às especificações técnicas necessárias. O lubrificante B destaca-se tecnicamente em relação ao A, especialmente em condições de menor exposição ao ambiente fabril antes do processo de pintura. O lubrificante B é indicado para pe -

Giovani Adiel Giesel - Atua na Bruning Tecnometal, Panambi/RS. giovani.giesel@outlook.com

ças com fluxos rápidos, enquanto o lubrificante A é mais adequado para peças com fluxos lentos, que permanecem expostas por períodos mais longos. Isso ressalta a importância de um controle rigoroso dos lubrificantes, alinhando sua aplicação ao tempo de fluxo do lote.

Em conclusão, destaca-se que o estudo é crucial para a seleção do lubrificante ideal no processo de conformação a frio de chapas metálicas, considerando seu impacto nas diversas etapas da cadeia produtiva, com foco na integridade e qualidade do processo.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem os fornecedores que prontamente cederam amostras de lubrificantes e informações técnicas.

BIBLIOGRAFIA

Utilize o QR Code ao lado para ver a bibliografia

Angélica Paola de Oliveira Lopes - Engenheira de Produção pela UNICRUZ - Universidade de Cruz Alta, Mestranda em Engenharia Mecânica na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Analista de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação na Bruning Tecnometal, Panambi/RS. http://lattes.cnpq.br/2761846079223180. angelica@bruning.com.br

Leonardo Barbosa Lazarini Silva Ribeiro - Atua na Bruning Tecnometal, Panambi/RS. angelica@bruning.com.br

Diego Tolotti de Almeida - Engenheiro Mecânico pela UNIJUI - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Mestre em Ciência e Tecnologia dos Materiais pela UFRGS. Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Minas, Metalurgia e Materiais (PPGE3M/UFRGS). Supervisor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação na Bruning Tecnometal, Panambi/RS. http://lattes.cnpq.br/9263882491107556. diegot@bruning.com.br

Lucas Alexandre Mello Werner - Engenheiro Mecânico pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (2002). Tem experiência na área de Engenharia Mecânica, com ênfase em Processos de Fabricação. Gerente de Engenharia da Bruning Tecnometal, Panambi/RS. http://lattes.cnpq.br/1462753951596551. lucas@bruning.com.br

Deocleber Jorge Radke Padilha - Atua na Bruning Tecnometal Ltda., Panambi/RS. deocleber@bruning.com.br

Camila Emanuelle Schneider - Engenheira de produção pela Sociedade Educacional Três de Maio (2017), MBE (Master Business Engineering) em Engenharia de produção (2021). Tem mais de 7 anos de experiência nas áreas de engenharia de produção e mecânica voltadas a processos metal mecânicos. Atuou em melhoria contínua e padronização de processos, e redução de custos de produção no cargo de Analista de processos na empresa Nelson do Brasil (2016 a 2018). Atualmente atua como Analista de Inovação em processos de soldagem (2022), visando novas tecnologias em produtos e processos, como soldagem a laser (híbrido e autógeno) e soldagem FSW e RFW, inclusive de materiais especiais. Analista de Inovação em processos de soldagem na Bruning Tecnometal, Panambi/RS.

http://lattes.cnpq.br/7456564336574894. camila.schneider@bruning.com.br

Bruna Feltes Kunz - Técnica em Química pelo Instituto Federal Farroupilha (IFFAR). Graduanda em Licenciatura em Ciências Biológicas pela mesma instituição. Atualmente exerce a função de Técnica de Laboratório na Bruning Tecnometal, de Panambi/RS, sendo responsável pela realização das atividades do laboratório de tratamento superficial, com foco em inspeção de matéria-prima e produtos, controle de processo, estudo de inovação e melhoria contínua.

http://lattes.cnpq.br/5641857336054834. bruna.kunz@bruning.com.br

Felipe Tusset - Engenheiro Mecânico pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (2006), MBA em Marketing com Ênfase em Vendas pela FGV-RJ (2011). Mestrado em Projetos e Processos de Fabricação pela Universidade de Passo Fundo (2015). Tem experiência na área de Engenharia Mecânica, com ênfase em Engenharia de Manufatura e Processos de Fabricação, atuando na área de Consultoria Técnica em Processos de Fabricação, Dimensionamento e Capacidade Produtiva. É professor do Curso de Engenharia Mecânica e do Curso de Pós-graduação em Engenharia Industrial da UNIJUÍ. http://lattes.cnpq.br/3154215575156910. felipe.tusset@unijui.edu.br

MAR / ABR 2024 // REVISTAFERRAMENTAL.COM.BR // 55 PROCESSOS

NEGOCIAÇÃO –O PERFIL DO DAN

POR

Saber negociar é fundamental para quem quer chegar a um bom acordo, seja para fechar negócio com um fornecedor, garantir uma venda para um cliente, contratar um novo funcionário ou até mesmo economizar em seu roteiro de férias. Na vida e na venda, você não obtém o que você merece, mas sim o que você negocia. Trata-se, portanto, de dar o devido valor e saber defender os próprios interesses de forma positiva.

Uma negociação pode ter vários fechamentos possíveis, e as técnicas de negociação servem para que você fique satisfeito com o resultado. Negocia-se não apenas dinheiro, mas formas de pagamento, garantias e serviços complementares, prazos e formas de entrega, detalhes técnicos, negociam-se expectativas do produto, serviço ou trabalho a ser feito.

Inúmeros são os fatores envolvidos em um processo de negociação, mas abordaremos nesse artigo a preparação em relação ao perfil do negociador e da organização que você

encontrará pela frente. Toda pessoa e toda empresa que se prepara para suas atividades tem mais chance de sucesso, e ele se aplica a um processo de negociação.

Imagine investir dias organizando um planejamento de negociação com propostas irresistíveis, argumentos imbatíveis, objeções mapeadas, condições bem amarradas e falar tudo isso para uma pessoa que não é a responsável pelo “Sim” final. Muito frustrante, concorda?

A primeira dica então nesta preparação é a identificação antecipada do DAN. O DAN é aquela pessoa que tem:

• Dinheiro para assumir e honrar os acordos fechados;

• Autoridade e autonomia nas decisões da compra;

• Necessidade real e latente dos produtos e serviços que estão sendo negociados.

E para que você possa evoluir no conhecimento do perfil do DAN e da organização com quem você está

INVESTIGAÇÃO QUANTO A PESSOA DO DAN

Nome

Empresa/Área

Cargo

Perfil LinkedIn

Perfil Instagram

Posição política atual

Orientação sexual

Nome cônjuge

Filho 1 (nome, idade, o que gosta de fazer, escola, realizações, ...)

Filho 2 (nome, idade, o que gosta de fazer, escola, realizações, ...)

Filho 3 (nome, idade, o que gosta de fazer, escola, realizações, ...)

Cidade de nascimento

Onde já morou anteriormente

Há quanto tempo mora na cidade atual (identificar valores culturais)

Há quanto tempo está na empresa

prestes a negociar, compartilhamos alguns modelos de checklist que irão orientá-lo em um roteiro de perguntas. Nem todas as informações podem ser relevantes para todos os tipos de negociação, e nem todas precisam ser literalmente respondidas.

O que pretendemos com estes roteiros é gerar a reflexão e mostrar que a preparação é fundamental. Cada negociação é única, e toda informação importa. Lembre-se da frase de Sun Tzu: “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de 100 batalhas. Se conhece a si mesmo, mas não ao inimigo, para cada vitória existirá outra derrota. Se você não conhece nem a si mesmo nem ao inimigo, você sucumbirá em todas as batalhas.” Ou seja, o conhecimento do “inimigo” é peça-chave para negociações de sucesso.

CHECKLIST EM RELAÇÃO A PESSOA DO DAN

Um modelo de documento sugerido é apresentado a seguir.

Direita ( ) Centro ( ) Esquerda ( )

56 // REVISTAFERRAMENTAL.COM.BR // MAR / ABR 2024
GENTE & GESTÃO

CHECKLIST EM RELAÇÃO AO AMBIENTE CORPORATIVO

Um modelo de documento sugerido é apresentado a seguir.

INVESTIGAÇÃO QUANTO AO AMBIENTE CORPORATIVO

A empresa que você vai negociar é organizada em relação a pagamentos e prazos acordados? Sim ( ) Não ( )

Existem políticas de pagamento? Estão alinhadas com a sua necessidade como fornecedor? Sim ( ) Não ( )

Quais os critérios para escolha de novos fornecedores?

Quais são as políticas da empresa em relação à renovação dos contratos?

Em caso de novas negociações, com quem você trata? O negociador permanece nomeado ou muda a cada transação?

Quais são as restrições de tempo da empresa e da equipe envolvida nas negociações?

Quais pressões se originam do local de trabalho que influenciam direta e indiretamente o negociador e sua equipe?

A empresa permite que seus colaboradores recebam brindes ou sejam convidados para happy hour de parceiros e fornecedores?

CHECKLIST EM RELAÇÃO A AUTORIDADE DO NEGOCIADOR

Um modelo de documento sugerido é apresentado a seguir.

INVESTIGAÇÃO QUANTO A AUTORIDADE DO NEGOCIADOR

Quais são os limites da autoridade do negociador?

O negociador tem autoridade de assinar sozinho o fechamento da transação?

Em caso negativo, quem mais está envolvido e quanto tempo levará?

Quais são os fatores de influência?

O que você pode fazer para agilizar o processo?

Como o negociador é visto pelos seus superiores?

Existe um programa de incentivo caso os recursos financeiros investidos sejam inferiores ao planejado pelo negociador e sua equipe?

O negociador tem algum outro benefício direto na transação além da comissão?

Como você é visto pelo negociador?

Como sua empresa é vista pelo negociador?

Como você é visto e percebido pela equipe do negociador?

Quais são as suas expectativas de novas negociações nos prazos de 3, 6, 9 e 12 meses?

A rentabilidade dos negócios se manterá? Ou você está pagando para dizer que vende para este cliente em especial para que o mercado veja e perceba seu posicionamento?

Como você percebe e prevê as metas pessoais de seu negociador?

O negociador influencia diretamente a sua equipe, ou a sua equipe influencia o seu negociador?

Sim ( ) Não ( )

Sim ( ) Não ( )

Sim ( ) Não ( )

Sim ( ) Não ( )

Sim ( ) Não ( )

MAR / ABR 2024 // REVISTAFERRAMENTAL.COM.BR // 57 GENTE & GESTÃO

CHECKLIST EM RELAÇÃO A AVALIAÇÕES EXTERNAS

Um modelo de documento sugerido é apresentado a seguir.

INVESTIGAÇÃO QUANTO A AVALIAÇÕES EXTERNAS

Quem fez acordos similares com esta pessoa no passado?

Como posso entrar em contato com essa pessoa para solicitar referências diretas sem ser invasivo?

Quanto tempo e que perguntas farei a essa pessoa sobre as referências que preciso?

Qual é a sua avaliação direta sobre esse negociador?

Vale a pena investir tempo, reputação e dinheiro para gerar uma aliança com esse negociador? Sim ( ) Não ( )

O PERFIL DO NEGOCIADOR

Aliadas às informações que você obteve no preenchimento dos checklists, outro passo importante é conhecer o tipo de negociador de seu interlocutor. É sempre bom lembrar que tratamos aqui de seres humanos, e que não podem ser engessados sempre nas mesmas caixinhas. Pessoas são versáteis e apresentam muitas características, que ora se destacam e ora se apagam, por isso reavalie essas possíveis mudanças de tempos em tempos e de acordo com o cenário da negociação.

Alguns dos principais tipos de negociadores são:

1. CONTROLADOR

Com um perfil mais objetivo e focado entre os tipos de negociadores, o controlador se evidencia por controlar o uso do tempo e reduzir gastos. É ágil na tomada de decisão e orientado pela conquista de resultados. Objetivo, organizado e assertivo, vai sempre direto ao assunto, sem rodeios, podendo por vezes ser insensível e inflexível. O tipo de negociador controlador pauta suas ações em números, resultados,

estatísticas, sendo menos receptivo a interação que não esteja fundamentada na técnica e que não valorize a troca de dados e informações precisas. Quando confrontado, reage apresentando um padrão de comportamento autoritário. Orientado para resultados, o controlador tem necessidade de realização pessoal, da conquista de sua independência financeira. Apresenta baixa competência interpessoal, chegando a ser interpretado como egoísta.

Às vezes, esse tipo de negociador age sozinho, pensando mais em si mesmo, sem importar-se com as

GENTE & GESTÃO

outras pessoas, que considera apenas recursos para realizar as tarefas. Procura atingir as metas, sem se importar com os meios.

Na hora de negociar com o controlador, recomenda-se usar da persuasão, apresentando vantagens de custo x benefício na sua proposta. O controlador precisa ser convencido de que a sua proposta será mais conveniente aos seus objetivos.

Para conquistar o seu apoio invista na eficiência, na realização de um bom trabalho e entregue no prazo combinado.

2. ANALÍTICO

De perfil metódico e perguntador, o tipo de negociador analítico está sempre preocupado com todas as informações que possam afetar a tomada de decisão, típico de pessoa orientada para os processos, para os detalhes, que tem necessidade de segurança. O negociador analítico precisa se sentir seguro e ter garantias de que está fazendo a escolha certa. Arrisca pouco e é muito cauteloso, por vezes moroso na tomada de decisão.

Pessoas com esse perfil estão sempre atualizadas, a par de tudo que está acontecendo, demonstrando que conhecem o tema. Ao conduzir processos de negociação, o analítico pode parecer hesitante, mas procura atingir um padrão perfeccionista. Prefere adiar entregas a submeter uma entrega fora da regra.

Quando for negociar com pessoas de perfil analítico, procure criar um

ambiente seguro e tranquilo, evitando tensões que possam afetar na tomada de decisão.

3. CATALISADOR

O tipo de negociador catalisador apresenta caraterísticas expansivas, é comunicador, criativo e inovador. Com perfil de líder, costuma encabeçar grandes projetos e iniciativas, podendo com isso às vezes dar passos maiores que as pernas. Vaidoso, o catalisador gosta de holofotes, de ser reconhecido, cumprimentado e admirado.

Na negociação, o catalisador costuma aplicar suas habilidades sociais, persuade e usa ideias novas. Sob tensão, fala alto e rápido, agita-se e explode. Cuidado para não ser iludido pelo catalisador.

4. APOIADOR

Dentre os tipos de negociadores, o apoiador é o que apresenta maior espírito de equipe. É extrovertido e gosta de sentir-se querido. Está sempre procurando agradar os outros, fazer amigos e eliminar os problemas e conflitos. O que o leva a ter dificuldade em dizer não ou expor pensamentos negativos.

Está mais inclinado para um perfil missionário do que executivo. Por isso, pode ser visto como incapaz de cumprir prazos e desenvolver projetos. Além de ser lento em suas decisões e preocupar-se demais com as outras partes. Com características mais direcionadas à ação para o grupo, o apoiador foca em relacionamentos profundos e estáveis, atuando secundariamente para a ob-

tenção de resultados. Isso faz com que tenha dificuldade para comprometer-se diretamente com metas.

Quando precisa de apoio, procura fazer amigos trabalhando para o grupo e buscando a paz e a harmonia. Esse é o perfil mais indicado para negociações complexas com ciclos bem dimensionados e que exijam troca de informações valiosas e credibilidade.

A negociação com um apoiador deve ser muito direta e clara para que ele se sinta confiante e estimulado. Cuidado, esse negociador costuma concordar com os termos negociados, mas acaba não os cumprindo.

A negociação é uma linha tênue que envolve todos os comportamentos e intenções não ditos ou demonstrados entre as partes, em cada transação. Técnicas, táticas, modelos, perfis, entre outros, são apenas ferramentas que auxiliam você nesse processo de negociação, aliadas as suas habilidades e competências.

Como regra de ouro, adote um estilo de negociação baseado em confiança, fundamentado em valores compartilhados e balizado por princípios de justiça que promovam situações e benefícios mútuos. Busque resultados que promovam a evolução das relações humanas e valores econômicos superiores durante a criação de seu legado com sustentabilidade.

Tenha um excelente dia e hoje e sempre. Pois o mercado é do tamanho da sua competência, influência e reputação.

Michelle Borchardt Silveira - Administradora de empresas com MBA em marketing pela Fundação Getúlio Vargas. Atua na liderança da área de Customer Success na TOTVS, nos pilares de engajamento, retenção e expansão. Com foco no compromisso genuíno e contínuo com a geração de resultados de negócio para o cliente, conduz estratégias de plano de sucesso, voz do cliente (VoC) e análise de churn. Palestrante nos eventos TDC Business e TDC Innovation. Coautora no livro "Jornada da Experiência do Cliente". Autora do livro "Atitude - A Virtude dos Vencedores" e outros títulos da Coleção Atitude. Voluntária na comunidade luterana, como membro do conselho e diretoria, e no trabalho com crianças.

michelle.silveira@totvs.com.br

Paulo César Silveira - Criador do conceito mundial da Venda Sustentável. Fundador e professor da Escola da Venda Sustentável. Apaixonado por vendas, com mais de 30 anos de experiência de mercado. Conferencista com mais de 2.800 palestras realizadas em todo o Brasil e em alguns países da América Latina. Contratado por mais de 200 empresas das 500 melhores empresas eleitas pela Revista Exame. Autor best seller de 26 livros. Autor dos livros “A lógica da venda” e “Venda sustentável – A lógica da negociação”. Obras adotadas por centenas de empresas para as áreas comerciais, gestão e estratégia. Professor convidado da FGV/SP, FIA FEA/USP, UDESC e UFRGS. Mentor e um dos responsáveis pela implantação do Projeto Aeroshopping Excelência em aliança com a INFRAERO, em todo o território nacional. Articulista com mais de 1.200 artigos publicados. Realizou mais de 850 processos de consultoria de campo para implantar tanto a Cultura da Venda, como a Gestão do Processo de Venda em empresas nacionais e multinacionais.

LinkedIn: Paulo Cesar Silveira. Instagram: @realpaulosilveira falecom@paulosilveira.com.br

MAR / ABR 2024 // REVISTAFERRAMENTAL.COM.BR // 59 GENTE & GESTÃO

Sócios Felipe e Antonio Fac Tools

FAC TOOLS: DE UM SONHO À EMPRESA PROMISSORA

POR GISÉLLE ARAUJO CEMIN

Na Pandemia, empresários viveram momento desafiador e precisaram se reinventar

AFac Tools Soluções em Ferramentaria Ltda. nasceu da experiência e vontade de empreender de dois amigos, Antonio Carlos Providello e Felipe Vigatto, que acreditavam no potencial do setor. Eles vinham de experiências de trabalhos no mercado automobilístico, em empesas distintas, quando decidiram criar juntos uma ferramentaria.

Desde a sua fundação, em junho de 2018, a Fac Tools permanece na cidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo, em um galpão com 2.500 m². Nestes quase seis anos, houve um avanço considerável no número de colaboradores, que passou de 12 para 74

pessoas no time.

Os primeiros ferramentais construídos pela empresa nasceram da necessidade de adequação dimensional de um produto do ferramental Volkswagen. “Tivemos êxito na melhoria do produto e, consequentemente, a homologação de um dos nossos principais clientes de hoje.”, destaca Antonio. Ainda, na lista de grandes parcerias no negócio, clientes como: Kanjiko do Brasil, Benteler, Tower, Gestamp, Delga e Nakayone.

Além do mercado automobilístico, os segmentos de óleo e gás, máquinas e equipamentos, eólico e agrícola também fazem parte de atuação da empresa que tem um

volume de produção que chega a 8.500horas/mês.

Hoje, a Fac Tools atua apenas no mercado nacional, atendendo com mais frequência os estados de São Paulo e Minas Gerais. Suas soluções são focadas em construção de estampos CDR de médio e grande porte. “Focamos na solução completa, desde a simulação até o Try-out de aprovação na planta do cliente. Além disso, oferecemos usinagens diversas com capacidade de até 7 metros e 30 toneladas de peso admissível”, revela Felipe.

O parque fabril da empresa é composto por máquinas CNC Portais Hartford de grande porte, prensas de até 1.000 Ton., pontes

60

rolantes de 20 Ton., empilhadeira, sala de metrologia equipada com braços tridimensionais e scanner de última geração. Também contam com outros equipamentos de pequeno porte para apoio à ferramentaria: CNC, fresas, retíficas e tornos.

Um dos projetos mais importantes desenvolvido no parque fabril da Fac Tools foi o Projeto New LG1, do novo eixo de torção traseiro VW. “Foi um produto com alto grau de complexidade e curto prazo para desenvolvimento”, explica Antonio.

DESAFIOS ENFRENTADOS E PERSPECTIVAS POSITIVAS

Entre os desafios enfrentados desde o início dos trabalhos, os sócios revelam que o período da pandemia foi o maior deles. “Tivemos que paralisar alguns trabalhos devido às restrições impostas pelo Governo. Nosso início era muito recente e as incertezas geraram grandes preocupações”, aborda Felipe.

Porém, para os empresários, o maior deles, nestes quase seis anos de atuação, foi o momento inicial, quando a empresa tinha apenas dois anos de existência. “Estávamos com nosso primeiro pedido de volume expressivo, que tinha como cliente final a Ford do Brasil. De forma repentina houve o comunicado de fechamento das operações Brasil. Isso nos pegou de surpresa, houve o cancelamento de pedidos e tivemos que buscar de forma emergencial alternativas de novos negócios no mercado”, relembra Vigatto.

Hoje, a visão empreendedora e de crescimento está ainda maior. “Temos como meta para os próximos anos atender o mercado de exportação de ferramentais. Acreditamos no potencial do Brasil e podemos oferecer nossas soluções no mercado global”, completa.

Sobre a área da ferramentaria, eles acreditam que o Brasil está buscando nivelar a competitividade global, principalmente com o mer -

cado Asiático. Desta forma, eles acreditam que é preciso avançar de forma rápida em novas tecnologias, novos conceitos e métodos de trabalho e buscar de forma eficiente a Industria 4.0. “É fundamental olharmos para o mercado de ferramentais da Europa e Ásia e observar com detalhes onde existem os diferenciais que hoje nos superam na qualidade de atendimento aos nossos clientes”, acrescentam os empresários.

Ainda nesta visão de perspectiva de crescimento da empresa, Antonio e Felipe destacam o Programa de Capacitação de Ferramentarias motivado pelo projeto Rota 2030 e também outros importantes projetos liderados pela ABINFER/ABIMAQ. “Temos a possibilidade de buscar essa capacitação por meio destas parcerias”, reflete Antonio.

“Quando de uma conversa de amigos nasceu o sonho Fac Tools, jamais imaginávamos estar do tamanho que somos. Tínhamos nos planos iniciar como uma ferramentaria pequena, pois nossos recursos financeiros eram mínimos. Porém, as circunstâncias do momento colocaram desafios enormes logo no início e nos vimos

diante da necessidade de viabilizar um projeto de criar uma ferramentaria de grande porte”, comemora Providello.

Outro diferencial para terem alcançado cada vez mais resultados positivos, os gestores destacam a eficiência no time que possuem.

“Desenvolvemos um trabalho honesto e empenhado em resultados, assim, conseguimos viabilizar a Fac Tools como uma empresa sólida e qualificada para atender os mais diversos desafios da área da ferramentaria e nos diversos setores”, concluem.

FAC TOOLS Solução em ferramentaria

R. Francisco Pímentel, 103 - Bairro dos Casa - São Bernardo do Campo – SP

CEP 09852-040

+ 55 11 4356-2851 factools.com.br

MEMÓRIAS Fac Tools

CURSOS, EVENTOS E FEIRAS

EVENTOS, FEIRAS E WEBINARS

62 // REVISTAFERRAMENTAL.COM.BR // MAR / ABR 2024
CIRCUITO BUSINESS
Mês DIA Cidade Nome Site Fone Abril 17 a 19 Osaka/Japão Intermold 2024 - Feira Internacional de Moldes e Matrizes e Tecnologias para Estampagem intermold.jp/english/ (+81) 6 6944-9911 20 A 28 Shangai/China Chinaplas - Feira Internacional de Tecnologias do Plástico chinaplasonline.com (+86) 852 2516-3305 23 A 26 Stuttgart/Alemanha Control - Feira Internacional para Garantia da Qualidade control-messe.de (+49)7025 9206-651 23 A 26 Wels/Áustria Intertool - Feira Austríaca de Tecnologia de Fabricação intertool.at (+43) 1 72720 2022 29 a 3/5 Ribeirão Preto/SP Agrishow - Feira de Tecnologia Agrícola agrishow.com.br (+55) 11 5043-9680 Maio 6 a 7 Joinville/SC ENAFER 2024 - Encontro Nacional de Ferramentarias abinfer.org.br (+55) 47 3227-5290 6 a 10 Orlando/EUA NPE 2024 - Feira do Plástico npe.org 805 610-0034 7 a 11 São Paulo/SP Feimec 2024 - Feira Internacional de Máquinas e Equipamentos feimec.com.br (+55) 11 3164-1160 8 a 11 Pinhais/PR Autopar - Feira de Fornecedores da Indústria Automotiva diretriz.com.br (+55) 41 3075-1100 14 a 17 Stuttgart/Alemanha Grinding Hub - Feira Internacional de Retificação e Qualidade Superficial grindinghub.de (+49) 711 18560 2641 15 a 18 Bangcoc/Tailândia Intermach - Feira de Máquinas Industriais e Subcontratação intermachshow.com (+66) 2036 0500 15 a 18 Bangcoc/Tailândia Plastic & Rubber Thailand - Feira do Plástico e Borracha da Tailândia plasticsrubber thailand.com (+66) 2036 0500 15 a 18 Kuala Lumpur/Malásia Metaltech - Feira de Máquinas-Ferramenta, Processamento de Metais e Automação metaltech.com.my (+603) 9771 2688 Junho 3 a 7 Bilbao/Espanha BIEMH - 31 Feira Espanhola de Máquinas-Ferramenta biemh.com (+34) 94 404 00 00 3 a 7 Joinville/SC Jornada Internacional ISTMA America 2024 abinfer.org.br (+55) 47 3227-5290 4 a 6 Stuttgart/Alemanha Cast Forge 2024 - Feira de Metalúrgia e Fundição messe-stuttgart.de (+49) 7025 9206-651 18 a 21 São Paulo/SP FENAF 2024 - 20 Feira e Congresso Latino-Americana de Fundição fenaf.com.br (+55) 11 3073-1020 18 a 20 Stuttgart/Alemanha Electric & Hybrid Europe - Feira Européia de Tecnologia para Veículos Elétricos e Híbridos messe-stuttgart.de (+49)7025 9206-651 18 a 20 Stuttgart/Alemanha The Battery Show Europe - Feira Européia de Tecnologia em Baterias messe-stuttgart.de (+49)7025 9206-651 18 a 21 São Paulo/SP Fispal Tecnologia - Feira de Soluções para a Indústria de Alimentos e Bebidas fispaltecnologia.com.br (+55) 11 3164-1160 26 a 28 Nagoia/Japão Intermold 2024 - Feira Internacional de Moldes e Matrizes e Tecnologias para Estampagem intermold.jp/nagoya/ english/ (+81) 6 6944-9911 Agosto 13 a 16 Joinville/SC Interplast 2024 - Feira e Congresso de Integração de Tecnologia do Plástico messebrasil.com.br (+55) 47 3451-3000 Setembro 9 a 14 Chicago/EUA IMTS 2024 - Feira Internacional de Tecnologias em Manufatura imts.com (+1) 703 827-5215 10 a 14 Stuttgart/Alemanha AMB - Feira Internacional para o Processamento de Metais - Conformação messe-stuttgart.de (+49)7025 9206-651 17 a 20 Chapecó/SC EletroMetalMecânica - Feira e Congresso de Tecnologia para a Indústria EletroMetalMecânica messebrasil.com.br (+55) 47 3451-3000 23 a 27 Bogotá/Colômbia ColombiaPlast - Feira Internacional do Plástico colombiaplast.org (+55) 11 236543 13

MISSÕES EMPRESARIAIS

As informações publicadas nesta seção são repassadas à Editora Gravo pelas entidades e empresas organizadoras. A Editora Gravo não se responsabiliza por alterações de data e local dos eventos. ! Utilize o QR CODE para ver todos os eventos em nosso website. CIRCUITO BUSINESS
Mês DIA Cidade Foco Site Fone Maio 4 a 12 Orlando/EUA NPE 2024 - Feira do Plástico + Empresas revistaferramental.com.br (+55) 47 99709-0020 Junho 1 a 9 Stuttgart/Alemanha Cast Forge 2024 - Feira de Metalúrgia e Fundição + Empresas revistaferramental.com.br (+55) 47 99709-0020 Setembro 7 a 22 Chicago/EUA IMTS 2024 - Feira Internacional de Tecnologias em Manufatura + Empresas (EUA/ Canadá) revistaferramental.com.br (+55) 47 99709-0020 Outubro 5 a 13 Querétaro/México MexiMold 2024 - Feira Internacional de Moldes para Plásticos e Man Aditiva + Empresas revistaferramental.com.br (+55) 47 99709-0020 12 a 20 Friedrichshaffen/ Alemanha Fakuma 2024 - 29 Feira Internacional para Processamento de Plásticos + Empresas revistaferramental.com.br (+55) 47 99709-0020 19 a 27 Hanover/Alemanha Euroblech - 27 Feira Internacional de Tecnologias em Proc de Chapas Metálicas + Empresas revistaferramental.com.br (+55) 47 99709-0020 CURSOS (FIXOS E SOB CONSULTA) Mês DIA Cidade Nome Site Fone Março Início dia 11 Joinville/SC CAM PowerMill - Básico tktreinamento.com.br 47 3027-2121 Início dia 16 Joinville/SC Programação CNC fresamento - Parametrizado tktreinamento.com.br 47 3027-2121 Abril Início dia 16 Joinville/SC CAD CAM Cimatron tktreinamento.com.br 47 3027-2121 Maio 25 e 26 Porto Alegre/RS Tecnologia do processo de estampagem de chapas metálicas cbcm-metalforming.com 51 98935-8242 9 e 10 Porto Alegre/RS Tecnologia do processo de forjamento cbcm-metalforming.com 51 98935-8242 Outubro 2 a 4 Porto Alegre/RS SENAFOR - 42 Conferência Internacional de Forjamento e Estampagem senafor.com (+55) 51 98935-8242 8 a 10 São Paulo/SP FutureCom - Feira e Congresso de Tecnologias Emergentes futurecom.com.br (+55) 11 98900-5717 8 a 10 Düsseldorf/Alemanha Aluminium - Feira de Tecnologias para o Alumínio aluminium-exhibition.com (+49) 211 90191-470 9 a 10 Querétaro/México MexiMold 2024 - Feira Internacional de Moldes para Plásticos e Manufatura Aditiva meximold.com (+52) 81 1553-7339 15 a 19 Friedrichshaffen/ Alemanha Fakuma 2024 - 29 Feira Internacional para Processamento de Plásticos fakuma-messe.de (+49) 7025 9206-650 16 a 17 Mineapolis/EUA Excelência em Manufatura Avançada para Equip Médicos, Automação, Plásticos advancedmanufacturingminneapolis.com (+1) 310 445-4273 22 a 25 Hanover/Alemanha Euroblech - 27 Feira Internacional de Tecnologias em Processamento de Chapas Metálicas euroblech.com (+44) 1727 814-451 Novembro 5 a 8 Belo Horizonte/MG SIM - Semana Industrial Mineira - Feira de Produtos e Serviços para a Indústria diretriz.com.br (+55) 41 3075-1100

DICAS DE LEITURA

Livros para você se inspirar

CIENTISTA INDUSTRIAL

O livro, baseado na experiência prática do autor em mais de 2,5 mil projetos de otimização em grandes empresas, é um guia para transformar conhecimento em ação e solucionar problemas na indústria. Ele define o "cientista industrial" como um profissional que combina pensamento crítico, criatividade lógica e rigor científico para alcançar resultados excepcionais. O autor mostra como alcançar esse perfil, inovar proativamente e fazer perguntas transformadoras. Adotar os ensinamentos do livro leva a uma mudança de perspectiva, economia de recursos, redução de desperdício e maior competitividade no mercado. Indicado para profissionais que buscam se destacar e inovar, o título promove crescimento pessoal e contribui para a evolução contínua da indústria. Com 292 páginas em sua 1ª edição. 2023. ISBN 978-65-58725-49-7. learn.net.br

MÉTODOS NUMÉRICOS PARA ENGENHEIROS E CIENTISTAS

Este texto integra o estudo de métodos numéricos com a prática de programação, utilizando o popular software MATLAB na solução de problemas na engenharia e nas ciências exatas. Todas as informações são apresentadas passo a passo, sustentadas por um número de exemplos resolvidos e problemas de final de capítulo.

A obra tem 480 páginas. 1ª edição. Editora Bookmann. 2008. ISBN 978-85-77802-05-0. estantevirtual.com.br

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ACADEMIA FIESC DE NEGÓCIOS

Pensando no aperfeiçoamento de ferramentas de gestão estratégica para as altas lideranças nas indústrias, a Academia FIESC de Negócios traz o MBR PRIORI, composto por 4 camadas, sendo elas:

1. Curso: Proporciona conhecimento teórico e prático.

2. Atividades hands-on: Oferece experiências práticas e aplicadas.

3. Mentorias online: Permite orientação personalizada.

4. Assessoria para desenvolvimento e implantação de Roadmap de Reinvenção do Modelo de Negócio: Ajuda na criação e implementação de estratégias de transformação.

A iniciativa MBR PRIORI visa capacitar lideranças industriais para impulsionar o crescimento e a inovação em suas organizações. Oferece curso personalizado, atividades práticas, mentorias online e assessoria para o desenvolvimento e implantação de um plano estratégico, focando na reinvenção do modelo de negócio e no aprimoramento da gestão estratégica. academiadenegocios.fiesc.com.br

64 // REVISTAFERRAMENTAL.COM.BR // MAR / ABR 2024 ESPAÇO LITERÁRIO / CONEXÃO WWW

A FÁBRICA DO FUTURO

As transformações estão acontecendo todos os dias em diferentes esferas da sociedade. Os recursos tecnológicos têm papel decisivo nesse aspecto, principalmente nas empresas em um movimento que podemos definir como Fábrica do Futuro. Hoje, grande parte das coisas está conectada à tecnologia. O celular que você usa todos os dias, a TV que você assiste, até mesmo um apagar de luzes. Esses são exemplos do cotidiano baseados em processamento de dados e Inteligência Artificial.

Desse modo, as empresas precisam encontrar formas de compreender o processo. Acima de tudo, entender que a transformação tecnológica está acontecendo e pode ser uma importante aliada a fim de aumentar a produtividade, bem como os lucros. Se formos resumir o conceito de Fábrica do Futuro em três termos, seriam: customização, flexibilidade e integração de processos. Outros aspectos dessa nova forma de produção incluem a velocidade ( time-to-market ) e a gestão de controle no chão de fábrica.

Basicamente, a Fábrica do Futuro é aquela que consegue entregar produtos feitos sob medida, de forma rápida e segura. Ao refletir sobre isso, percebe-se que a customização é realmente uma ideia central nos dias de hoje. As linhas de produção em massa, que fabricavam centenas ou milhares de produtos para atender a uma “média” do público, já estão ultrapassadas. Vale notar que, nesse modelo, os processos já eram fortemente automatizados para permitir a produção em larga

escala. Quando dizemos que a Fábrica do Futuro entrega produtos customizados, isso não significa que eles voltam a ser feitos artesanalmente. Os processos continuam automatizados, mas necessitam de integração, inteligência e análise de dados em tempo real para que possam se remodelar e manter a produtividade.

As Fábricas do Futuro incluem, sem dúvida, a presença humana em seus processos. As máquinas inteligentes não foram desenvolvidas para substituir os seres humanos, mas sim para colaborar com eles. A robótica colaborativa, onde robôs e pessoas tomam decisões conjuntas, é fundamental para atender às demandas da Indústria 4.0. Além disso, a customização de processos é uma característica central deste novo contexto. Para isso, estas fábricas dependem de tecnologias que aprimorem o desempenho, tanto em tempo de produção quanto em segurança de dados, permitindo produzir sob demanda sem perder competitividade. Entre estas tecnologias, destacam-se: Máquinas autônomas; Segurança cibernética; Impressoras 3D; Simulações digitais; e Inteligência artificial generativa.

Para implementar uma Fábrica do Futuro, é crucial adotar uma abordagem estratégica e holística, focando em cinco elementos críticos: Digitalização e Automação; Processos Enxutos; Estrutura Eficaz; Pessoas; e Tecnologia.

Os gestores e responsáveis da empresa são, geralmente, os encarregados por idealizar e dar o start nessa transformação. Entretanto, a nova revolução impulsionada pelas tecnologias também promete im -

pactar na relação com os colaboradores. A relação equilibrada entre ser humano e máquinas traz resultados concretos ao tornar processos mais eficientes, com aumento de produtividade. O profissional da Quarta Revolução Industrial tem que ter características que o destaquem em meio à integração tecnológica. Isso se enquadra em aspectos específicos que tornam colaboradores assim muito recomendados: Multidisciplinaridade; Fácil adaptação; Trabalho em conjunto com a Inteligência Artificial; Desempenhar atividades mais criativas; Abertos a novos aprendizados; Flexibilidade; Cooperação; Senso crítico; e Atualização constante.

É muito importante treinar e capacitar os colaboradores para todas essas mudanças. Desse modo, as empresas conseguem moldar pessoas de confiança e que já estão ambientadas ao local. Por isso, não tenha medo de investir em estudos e cursos de especialização.

O desenvolvimento da Fábrica do Futuro vai continuar por um bom tempo, pois a cada dia novas descobertas acontecem em meio à revolução tecnológica. Independente do segmento, a tendência é se beneficiar com a integração entre as partes. POR

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OPINIÃO
RODRIGO PORTES
Rodrigo Portes Consultor e palestrante contato@rodrigoportes.com.br
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