As fabricantes de caminhões estão otimistas com as perspectivas de retomada dos negócios em 2024. Segundo as empresas, 2023 foi um ano desafiador, em que se somaram as dificuldades com a introdução dos modelos Euro 6, incluindo o aumento de preços dos veículos, a mudança de governo, altas taxas de juros, entre outros, problemas que estarão no mínimo amenizados no próximo ano.
“Do ponto de vista operacional foi um ano conturbado, que começou complexo, mas que terminará bem, com um cenário em que o Euro 6 não é mais um bicho de sete cabeças”, disse Christopher Podgorski, presidente da Scania América Latina, em sua participação no Congresso AutoData Perspectivas 2024.
O executivo afirma que já são visíveis os sinais de melhora do mercado neste segundo semestre, com indicações de que este movimento deve se manter até o final do ano. Diante deste cenário, Podgorski diz que a empresa está projetando um crescimento de 25% em 2024.
VWCO – “O mercado reage positivamente neste fim de ano. Desde setembro as vendas cresceram e o quarto semestre indica acompanhar este movimento de alta”, afirmou Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas e marketing da Volkswagen Caminhões e Ônibus, também presente ao evento da Autodata. “Tudo indica que 2024 será positivo, especialmente no segmento acima de 3 toneladas”, acrescentou.
Em sua avaliação, o segmento de caminhões deve apresentar crescimento entre 15 e 20% em 2024. Alouche citou fatores que considera indicadores desta retomada: os frotistas estão retomando as cotações, o crescimento do PIB do agronegócio (11%), o crescimento dos investimentos em infraestrutura, PAC e a redução das taxas de juros.
Alouche lembrou ainda que o segmento de ônibus também deve ser positivo. Aliás, o mercado de ônibus, ao contrário dos caminhões, deve fechar 2023 em alta. “Estimamos que, numa visão conservadora, (em 2024) o segmento de ônibus ficará no mesmo patamar deste ano, que terá incremento em mais de 13%”.
Mercedes-Benz – Na Mercedes-Benz, a expectativa é de um 2024 melhor que 2023, com aumento na produção e em exportações. Porém, Roberto Leoncini, vice-presidente de marketing, vendas e serviços, preferiu não fazer previsões sobre índices de crescimento do mercado.
Para o executivo, as perspectivas são favoráveis, já que o Euro 6 estará estabilizado, seja em preço ou oferta de produtos, o PIB tende a ser positivo, o agronegócio se mantendo como o carro-chefe no transporte de carga, retomada da construção de casas populares e o PAC, importantes para as grandes obras e os caminhões off-road, e a Mercedes-Benz tem portfólio para atender a estes segmentos.
Volvo – Já Alcides Cavalcanti, diretor de operações da Volvo Caminhões, no mesmo evento, disse que ainda não é possível ter uma visão melhor de como será 2024, mas existem alguns fatores positivos. Segundo o diretor, a agricultura está apontando um ano forte, apesar do El Niño e as chuvas que estão afetando o Rio Grande do Sul, “mas a previsão é que o ano seja um pouco melhor na produção”.
Além da agricultura, Cavalcanti apontou outros setores que poderão contribuir na retomada nas vendas de caminhões: mineração, projetos florestais para celulose com rotas de transporte mais longas, construção civil e o programa de renovação da frota de caminhões, que o executivo espera venha a se tornar permanente. No entanto, também optou por não cravar um número de variação do mercado.
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