Indústria de ferramentas: otimismo cauteloso com 2023

A indústria de ferramentas em geral entrará em 2023 otimista, mas guardando uma certa cautela. 

“Existe um certo otimismo no setor em relação ao ano que vem, mas eu diria que se trata de um otimismo cauteloso”, comenta Christian Arntsen, presidente do Sinafer e da ABFA (Associação Brasileira da Indústria de Ferramentas), tomando por base a recente reunião de diretoria, realizada na última quinta-feira, 15 de dezembro.

De acordo com Arntsen, esse estado de ânimo da indústria de ferramentas se deve ao fato de o Brasil estar hoje numa posição competitiva em relação ao resto do mundo. 

Para explicar esse ponto, cita o caso da Europa que enfrenta hoje uma séria crise de energia, problema que neste momento não afeta o Brasil.

Ao mesmo tempo, lembra que existe hoje um movimento forte dos EUA com o objetivo de reduzir a dependência da China e dos países asiáticos em geral.

“Criou-se até um termo para definir esse movimento nos EUA, que é o near shoring, que seria basicamente trazer a produção para perto, próximo, o que já está beneficiando países da América do Sul. Esse movimento traz boas perspectivas para o Brasil”, afirma.

Semestre desafiador

Arntsen explica que este segundo semestre, especialmente os meses de setembro, outubro e novembro, “foi desafiador, com eleições, Copa do Mundo, feriados, o que afetou bastante a indústria”. 

O executivo conta que alguns setores foram mais afetados, como é o caso dos fabricantes de ferramentas para a indústria da construção. 

Porém, em sua avaliação, o motivo se deve mais ao aumento da taxa de juros – que desestimula a compra ou reforma de imóveis residenciais. Já aqueles que fornecem para o setor metal-mecânico sofreram um impacto menor.

Diferentemente dos meses anteriores, dezembro – até a data desta entrevista, na sexta-feira (16) – está dando sinais de melhora. 

Uma das possíveis explicações para este fato, segundo o presidente da ABFA, é que os distribuidores diante do cenário de incertezas dos últimos meses optaram por não comprometer recursos na formação de estoque, porém as vendas não caíram muito , ficaram “desestocados” e, agora, estão sendo “obrigados” a refazer seus estoques.

Apesar das dificuldades, a estimativa do Sinafer e da ABFA é que o setor deve fechar o ano de 2022 com desempenho positivo. 

“Em unidades vendidas, o setor como um todo deve fechar o atual exercício com alta entre 5 e 9% – já em valores, em reais, em parte pela inflação, esse crescimento deve ficar na faixa dos 15%”, informa.

Perspectivas para 2023

Arntsen reconhece que existe um clima de apreensão com a questão política no próximo ano, como provam as oscilações do mercado de ações e de câmbio à medida que vão sendo conhecidos os nomes dos futuros ministros.

Porém, na visão não só do setor de ferramentas, mas de muitos outros setores industriais e de alguns analistas econômicos, a tendência de crescimento da economia não deve ser afetada em 2023. 

Segundo esses analistas, os reflexos das políticas que serão implementadas pelo próximo governo – sejam positivos ou negativos – só devem ser sentidos a partir de 2024.

Fonte: Usinagem Brasil

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