Sobe o índice de confiança na indústria brasileira do aço

No primeiro semestre de 2020, a produção de aço bruto caiu 17,9% em relação ao mesmo período do ano passado. O desempenho, segundo o ICIA – Índice de Confiança da Indústria do Aço, elaborado pelo Instituto Aço Brasil, está relacionado aos impactos da pandemia de Covid-19.

Entre os meses de janeiro e junho, também houve queda nas vendas internas (10,5%), no consumo aparente (10,5%), nas exportações (8,1%) e nas importações (17%). Apesar da retração do mercado de aço no primeiro semestre, na comparação mês a mês (maio/junho), os resultados são um pouco melhores e refletem, de acordo com o Instituto Aço Brasil, o início de uma recuperação.

Em junho, as vendas internas de aços aumentaram 29,6%. Consumo aparente e exportações também tiveram alta de 29,4% e 14,5%, respectivamente. No entanto, a produção de aço caiu 5% em comparação a maio. O relatório aponta que dos 32 altos fornos existentes no Brasil, 10 ainda estão fora de operação. Atualmente, o setor de aço trabalha com apenas 48,5% de sua capacidade instalada.

O ICIA de julho atingiu 62,5 pontos, registrando crescimento de 15,9 pontos em relação ao mês anterior. A volta da confiança (50 pontos é a linha divisória) se deve, segundo o Instituto, aos indícios de recuperação no segundo semestre. O resultado aproxima o ICIA de julho do patamar pré-pandemia. No mês de fevereiro, por exemplo, foram alcançados 70,2 pontos.


O Instituto Aço Brasil acredita que a retomada do mercado interno vá acontecer de forma gradativa e aponta que a exportação pode, a curto prazo, reduzir a ociosidade no setor. Entretanto, a entidade considera que o incremento das exportações depende da recomposição do Reintegra – mecanismo de crédito tributário para exportações, que as empresas sejam ressarcidas dos tributos presentes nas operações de exportação, “que prejudicam a competitividade dos produtos nacionais”.

A expectativa é de que alíquota do Reintegra seja reestabelecida no patamar de 3%, possibilitando que a indústria de transformação recupere os níveis de produção anteriores à pandemia e aumente a oferta de empregos qualificados no país. O Instituto aponta que esta seria uma medida de caráter transitório até que ocorra o fim do acúmulo de impostos, sugerido na reforma tributária.

Em relação ao mercado doméstico, é esperado que o setor de projetos de infraestrutura e construção civil volte a aquecer a demanda por produtos siderúrgicos. Outros setores, como o automotivo, devem ter uma retomada mais lenta. Em níveis globais, a entidade salienta que a pandemia expôs a grande dependência de muitos países em relação a insumos e produtos fabricados, sobretudo, na China. A entidade também destaca que essa situação de vulnerabilidade reforça a necessidade do fortalecimento das cadeias produtivas nacionais, com valorização de pesquisas e inovações tecnológicas e geração de empregos.

Fonte Usinagem Brasil 

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