Projeto que utiliza
recursos de biomimetismo foi desenvolvido para executar tarefas em locais de
difícil acesso e espaços restritos
Os Institutos SENAI
de Inovação em Sistemas de Manufatura e em Processamento a Laser apresentaram
os resultados parciais da terceira fase do projeto do robô Snake, desenvolvido
para a montadora GM com o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial
(Embrapii).
O projeto utiliza recursos de biomimetismo, em que a engenharia busca na natureza soluções para problemas práticos, com a cinemática de serpentes em transposição de obstáculos. O robô Snake tem o movimento do braço humano e a agilidade de uma cobra e foi desenvolvido para executar tarefas em locais de difícil acesso e espaços restritos. O robô se caracteriza pela agilidade e flexibilidade nas operações por isso cada unidade pode substituir de dois a quatro robôs convencionais, tornando assim a produção mais econômica. As pesquisas para o desenvolvimento do robô se iniciaram em 2017.
A concepção do Snake permite que ele seja adaptado a diferentes aplicações, como pintura, montagem de sistemas complexos, soldagem e inspeção de máquinas e equipamentos da indústria aeronáutica, petróleo e gás e automotiva. As aplicações desenvolvidas até o momento encontram-se em fase de testes, antes da implantação em pilotos na indústria.
O gerente de inovação
da engenharia de manufatura da GM América do Sul, Carlos Sakuramoto, disse que
o robô é uma solução global, inédita, da montadora. “Existem robôs snake no
mundo, mas as características que desenvolvemos nesse projeto são únicas”,
disse Sakuramoto. De acordo com o executivo, o modelo, que tem a capacidade de
ultrapassar obstáculo, poderá substituir até quatro robôs, dependendo da
operação. Assim, ele representará economia no processo produtivo, com a redução
de ciclos e de área de produção. Sakuramoto destacou ainda que a GM não deverá
produzir o robô em escala, devendo repassar a outras empresas e já tem um
investidor brasileiro interessado.
“Temos aqui um exemplo de uma multinacional que trouxe ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) o desenvolvimento de um projeto estratégico de seu processo de produção, utilizando-se da parceria com órgãos de fomento, como é a Embrapii”, disse o diretor de Inovação da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), José Eduardo Fiates. Para ele, o processo de inovação em parceria com empresas de grande porte ou multinacionais não é simples. “A FIESC tem o propósito de ser relevante e de que seus parceiros estratégicos tenham uma percepção de valor”.
“Este é um projeto
de indústria 4.0 de demanda do setor produtivo, sendo realizado aqui no Brasil
por uma empresa de grande porte, multinacional, que está trazendo o
desenvolvimento de tecnologia para o Brasil, nos Institutos SENAI”, disse o
diretor de planejamento e gestão da Embrapii, José Luís Gordon.
O secretário de
Empreendedorismo e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Comunicação
(MCTIC), Paulo Alvim, afirmou que o Brasil precisa agregar valor à produção,
incorporando conhecimento e, para isso, deve utilizar as competências já
instaladas. Neste caso, destacou a participação dos institutos ligados ao
Sistema Indústria.
Fonte: Agência CNI
de Notícias
Texto e fotos:
FIESC
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