Lubrificantes renováveis
Os lubrificantes mantêm o mundo em
movimento sem muitos rangidos, mas eles deixam uma pegada ambiental pesada.
Óleos, graxas e similares normalmente
consistem de óleos básicos minerais ou de petróleo - geralmente até 90% em
peso. Esses óleos de base mineral são altamente voláteis e tendem a engrossar
rapidamente, o que significa que os lubrificantes precisam ser substituídos com
frequência, gerando resíduos.
Além disso, cada aplicação apresenta
especificações diferentes, o que exige misturar o óleo base com vários
aditivos, aumentando a pegada ambiental dos lubrificantes.
Por isso, Sibao Liu e colegas da
Universidade de Delaware, nos EUA, desenvolveram uma rota química para criar
óleos base a partir de biomassa não alimentar, prontos para serem usados como
matéria-prima para óleos e graxas renováveis.
A estratégia consiste em usar coisas
como madeira, grama e outros resíduos orgânicos, além de ácidos graxos
presentes em óleos vegetais usados ou em gordura animal.
Lubrificantes de biomassa
A estratégia desenvolvida pela equipe
baseia-se em catalisadores selecionados - dentre uma ampla gama testada - e em
uma rota envolvendo alquilfuranos. Isso permitiu não apenas sintetizar os óleos
base, como também ajustar o peso, as ramificações e o tamanho das moléculas.
"Nós fornecemos uma nova,
eficiente e versátil rota de reação catalítica para a síntese de lubrificantes
renováveis com propriedades ajustáveis," disse Liu. "Esperamos que
isso possa eventualmente substituir o processo de fabricação de alguns
lubrificantes usados hoje e minimizar a pegada ambiental de carbono, embora
ainda haja um longo caminho a percorrer".
De fato, no estágio atual, os testes
mostraram que os três tipos de óleos base produzidos pela equipe a partir de
biomassa ainda exigem alguns aditivos para terem desempenho similar aos
produtos comerciais. Mas, como uma primeira aproximação, os resultados foram
promissores.
"Esta é uma das primeiras
tentativas de fabricar lubrificantes renováveis a partir de matérias-primas
abundantes e de uma maneira química muito precisa, de modo que a arquitetura
dessas grandes moléculas seja ajustada, algo inatingível usando petróleo bruto,"
comentou o professor Dionisios Vlachos, cuja equipe vem trabalhando há algum
tempo com borrachas e plásticos sustentáveis, um esforço que também rendeu um
sabão "perfeito" de origem vegetal.
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Revista Ferramental
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