Saldo da crise: menos 16,1 mil indústrias e 1,1 milhão de empregos

Que a crise econômica brasileira havia atingido duramente a indústria todos já sabíamos. Porém, os dados trazidos pela Pesquisa Industrial Anual (PIA), do IBGE, divulgada na semana passada, dão dimensão mais precisa do prejuízo causado. 

Segundo a pesquisa, em 2017 o País contava com 318,3 mil indústrias ativas, enquanto, no início de 2014, o total de empresas industriais era de 334,4 mil. Ou seja, 16.100 indústrias fecharam as portas no período.

O reflexo disto, obviamente, aparece também nos postos de trabalhos, foco da pesquisa da IBGE. Durante os quatro anos de retração, as indústrias fecharam cerca de 12,5% dos seus postos de trabalho, o que representa 1,1 milhão de pessoas. Na Indústria de Transformação (que responde por 97,5% dos empregos no setor industrial), a retração foi de 12,5% dos postos de trabalho, enquanto na Indústria Extrativa (que responde pelos 2,5% restantes) a queda foi de 15,6%.

Se compararmos 2017 com 2013, o ano em que o número de empregos atingiu o seu pico no País, a redução no número de empregos é ainda maior, de 1,3 milhão de postos de trabalho perdidos.

De acordo com a pesquisa, os setores mais afetados no período foram “Atividades de apoio à extração de minerais”, que reduziu o número de trabalhadores em (-35,4%); “Fabricação de outros equipamentos de transporte (exceto veículos automotores)”, com (-33,3%), e “Fabricação de máquinas e equipamentos”, com perda de (-24,8%). As altas foram registradas em “Fabricação de produtos alimentícios” com (1,5%) e “Fabricação de produtos do fumo” com (6,4%).


Outra comparação apresentada revela que a indústria brasileira emprega 1,9% menos pessoas que dez anos antes. De 2008 para 2017, o setor industrial perdeu 145,8 mil empregos. Segundo a pesquisa, a perda maior se deu entre as indústrias de Transformação, com queda de 2,4% no pessoal ocupado no período, enquanto no segmento Indústrias Extrativas houve elevação no número de empregos de 22,1%.

Quanto aos salários pagos pela indústria em termos reais, a queda chegou a 14,7%, em média, desde 2014. A perda salarial foi maior na Indústria Extrativa (-31,2%) do que na indústria na Indústria de Transformação (-13,9%). Quanto à receita líquida de vendas da indústria em geral, também houve queda em termos reais, de 7,7% entre 2014 e 2017. No setor extrativo (-16,9%) a perda foi mais intensa do que nas indústrias de transformação (-7,4%).

Infelizmente, é bem provável que a próxima Pesquisa Industrial Anual do IBGE, a ser apresentada no próximo, traga números ainda mais negativos que os atuais. Apesar da leve melhora no ano de 2018, esta certamente não foi o suficiente para dar sobrevida a inúmeras indústrias que já enfrentaram uma das mais longas crises do País.

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