02/06/20

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) advertiu novamente que o possível acordo comercial entre o Mercosul e a Coreia do Sul contribuirá para reduzir o Produto Interno Bruto (PIB) de vários segmentos econômicos do país, tanto na indústria de transformação e extrativa quanto nos serviços e na agricultura.

O acordo, que está sendo negociado desde 2018, prevê o estabelecimento do sistema de livre comércio para 90% dos produtos importados e exportados para o bloco econômico sul-americano.

Em abril último, a CNI pediu ao governo federal que suspendesse as negociações. No começo de maio, a entidade participou de reunião com o Ministério da Economia em que reafirmou o seu posicionamento.

Uma simulação elaborada pela entidade mostra que, com a eliminação das tarifas de importação, 51 setores econômicos no Brasil serão prejudicados.

Do total de setores com perdas, 25 estão na indústria, 18 no setor de serviços, e oito na agricultura. Apenas 11 setores terão algum ganho de PIB. Esses cálculos mostram que o crescimento para os setores da Coreia do Sul será oito vezes maior do que para os setores do Brasil.

“Não faz sentido, neste momento de pandemia e recessão, o Brasil e o Mercosul negociarem um acordo que prejudicará tantos setores e beneficiará, de forma desproporcional, a Coreia do Sul”, critica o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi. “Há outros parceiros com quem podemos negociar de forma mais equilibrada, com ganhos mútuos, como os Estados Unidos e o México”.

Segundo a CNI, o acordo ampliará o déficit comercial da indústria brasileira com a Coreia (que é o segundo maior alvo de medidas antidumping no mundo, atrás apenas da China) em cerca de US$ 7 bilhões.

Atualmente, a Coreia do Sul é o 13º destino das exportações brasileiras e o quinto principal país de origem das importações.

As exportações brasileiras para o país asiático são compostas principalmente de produtos básicos, enquanto nas importações predominam produtos manufaturados como máquinas, automóveis, plásticos, veículos para vias férreas, artigos farmacêuticos e instrumentos de precisão.

Fonte Usinagem Brasil 

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