O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, afirmou na semana passada que a pandemia do novo coronavírus fez a indústria do setor perder o equivalente a quase quatro meses de produção.
“Se não fosse a pandemia, na metade de maio já teríamos chegado aos patamares de produção atingidos no fechamento do mês de agosto”, explicou o executivo, evidenciando o tamanho do golpe sofrido pelo setor automotivo devido aos impactos da covid-19 sobre a economia.
O mês de agosto registrou, de qualquer forma, os melhores números da produção desde o início da pandemia, o que para Moraes comprova que a crise mais aguda ficou limitada ao segundo trimestre.
De fato, em comparação com julho, a produção de autoveículos registrou em agosto um crescimento de 23,6%, com 210,9 mil unidades. Em julho, foram produzidos 170,7 mil autoveículos.
O número de agosto foi também o melhor para as montadoras no ano. Apenas em fevereiro a indústria havia superado a marca de 200 mil unidades fabricadas, com 204,2 mil veículos.
A produção não foi o único indicador com viés positivo em agosto. O número de licenciamentos, 183,4 mil, também registrou crescimento, de 5,1%. Já as exportações caíram 3,4%, para 28,1 mil.
No entanto, o presidente da Anfavea observou que, quando confrontados com os volumes de agosto do ano passado, esses três indicadores apresentam quedas superiores a 20%, indicando que há ainda um longo caminho de recuperação até os níveis pré-pandemia.
No acumulado dos primeiros oito meses, a comparação é ainda mais desfavorável. A produção despencou 44,8%, para 1.110,8 mil, volume similar ao de quase vinte anos atrás. Entre janeiro e agosto de 2019, foram produzidos 2 milhões de unidades.
Já os licenciamentos recuaram 35%, para 1.166,7 mil, e as exportações encolheram 41,3%, para 176,7 mil unidades. No caso dos licenciamentos, segundo Moraes, é como se o setor tivesse perdido três meses de vendas internas. Os estoques nas fábricas e concessionárias somou 140,2 mil unidades em agosto, contra 138,3 mil em julho, o correspondente a 23 dias de vendas, pelo ritmo atual, nos dois meses.
Fonte Usinagem Brasil
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