

Impressão 3D de vidro
Produzir objetos de
vidro usando a impressão 3D não é fácil. Apenas alguns
grupos de pesquisadores em todo o mundo conseguiram produzir vidro usando
fabricação aditiva.
Alguns criaram
objetos imprimindo vidro fundido, mas a desvantagem é que isso requer
temperaturas extremamente altas e equipamentos resistentes ao calor. Outros
usaram partículas de cerâmica em pó, que podem ser impressas a temperatura
ambiente e depois sinterizadas para criar vidro; no entanto, isso só permite
imprimir objetos simples.
Por isso
surpreendeu quando pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique,
na Suíça, conseguiram imprimir objetos de vidro complexos usam a
estereolitografia, uma das primeiras técnicas de impressão 3D desenvolvidas,
ainda na década de 1980.
David Moore e seus
colegas conseguiram isto graças a uma resina especial que contém um plástico, e
moléculas orgânicas, às quais são ligados os precursores do vidro.

A resina pode ser
processada e curada pela técnica tradicional, com irradiação com luz UV. Onde
quer que a luz atinja a resina, ela endurece porque os componentes sensíveis à
luz do polímero reticulam nos pontos iluminados. Os monômeros de plástico
combinam-se para formar uma estrutura semelhante a um labirinto, criando o
polímero. Finalmente, as moléculas portadoras de cerâmica preenchem os
interstícios desse labirinto.
A técnica também permite modificar a microestrutura, camada por camada, misturando sílica com borato ou fosfato e adicionando-a à resina. Objetos complexos podem ser feitos de diferentes tipos de vidro, ou mesmo combinados no mesmo objeto.
O objeto que sai da impressora (esquerda) é aquecido a 600 graus para
eliminar a estrutura plástica. Em uma segunda etapa de queima, o objeto se
torna vidro (direita).
[Imagem: Group for Complex Materials/ETH Zurich]
Queima do vidro
Falta então o passo
final. A matriz impressa é aquecida a duas temperaturas diferentes: a 600 °C,
para queimar a estrutura do polímero e, em seguida, a cerca de 1000 °C, para
densificar a estrutura cerâmica em vidro.

[Imagem: Group for Complex Materials/ETH Zurich] - O objeto que sai da impressora (esquerda) é aquecido a 600 graus para eliminar a estrutura plástica. Em uma segunda etapa de queima, o objeto se torna vidro (direita).
Durante o processo
de queima, os objetos encolhem significativamente, mas ficam transparentes e
duros como o vidro comum.
Esses objetos de
vidro impressos em 3D são bem pequenos, e tudo indica que a técnica não será
adequada para imprimir objetos de vidro grandes, como garrafas, copos ou vidros
para janelas.
No entanto, assim
que a equipe solicitou uma patente da tecnologia, um grande fabricante de
vidrarias da Suíça entrou em contato e já está negociando o licenciamento da
patente - sem especificar quais produtos a empresa pretende produzir com a
tecnologia.
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