Indústria do aço pede proteção ao governo; mercado interno terá queda mínima em 2020

Vendas domésticas já estão iguais a 2019, produção deverá cair menos de 6%

A indústria do aço no País tomou o rumo de recuperação acelerada, com baixas pequenas nas vendas domésticas e produção. Já bastante protegidos pela alta do dólar que inibe importações do insumo e permitem reajustes que em alguns casos já chegam a 30% este ano, o setor segue pedindo proteção ao governo. Os principais dirigentes do Instituto Aço Brasil, que representa dez siderúrgicas associadas, estiveram reunidos na sexta-feira, 27, em Brasília com ministros e o presidente da República, com pedidos de planos para recuperar a sua competitividade na concorrência com produtos importados e nas exportações.

O Instituto apresentou aos representantes do governo dados que revelam uma rápida recuperação das siderúrgicas após o pico da crise provocada pela pandemia em abril, quando as usinas desligaram altos fornos e operaram com apenas 45% da capacidade instalada. Mas os equipamentos foram quase todos religados e hoje a indústria do aço produz com 68,4% do seu potencial, porcentual que já ultrapassou o verificado em de janeiro deste ano, antes da pandemia, portanto.

Com isso, segundo estimativas do Instituto Aço Brasil, o consumo aparente de aço no Brasil deverá este ano ser quase igual ao de 2019, com leve queda de 1%, somando 20,8 milhões de toneladas. A produção deverá registrar retração de 5,6%, atingindo 30,7 Mt em 2020: o resultado negativo é motivado principalmente pela retração de 16,3% nas exportações, que devem totalizar 10,7 Mt. A entidade calcula que as importações vão cair 17,4% em relação a 2019, totalizando pequeno volume de 2 Mt.

Para 2021 o Instituto mostra otimismo, projetando retomada sustentada do crescimento econômico. A expectativa é de aumento de 5,3% nas vendas internas de aço e 5,8% no consumo de produtos siderúrgicos no próximo ano em comparação com 2020. Segundo a entidade, a expectativa é de crescimento no consumo de aço na construção civil, nas obras de infraestrutura e maior participação da indústria nacional no setor de óleo e gás e energia renovável.

Os representantes das siderúrgicas levaram ao governo seus temores sobre o movimento de abertura comercial da economia brasileira. Para eles, é preciso que a retirada de barreiras à concorrência externa seja vinculada à correção das assimetrias competitivas. Também pediram medidas de isonomia de tratamento entre o produto nacional e o importado. Para exportar, assim como outros setores industriais, a aciarias defendem o aumento porcentual da restituição do Reintegra sobre as vendas externas para compensar os resíduos tributários que pesam sobre os produtos brasileiros exportados.

Fonte Automotive Business 

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