Indústria 4.0 reformula mercado e exige novo perfil profissional

As mudanças promovidas por tecnologias presentes na indústria 4.0, como inteligência artificial, impressão 3D, robótica, realidade virtual e computação em nuvem, trazem novas necessidades e perspectivas ao mercado de trabalho. 

A nova demanda afeta pelo menos 60% dos empregos formais, que possivelmente serão substituídos por novas atividades profissionais ofertadas por empresas.

No Brasil, instituições como IEDI (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) e EMBRAPII (Epresa Brasileira de Pesquisa e Inovação) já apresentam em seus relatórios e estudos a necessidade de formação profissional dentro das áreas de conhecimento, que poderão atuar em novas atividades no mercado. 

Neste sentido a importância da contribuição das universidades em formarem profissionais capacitados a atuarem no contexto da indústria 4.0.

É o que mostra o estudo da quinta Carta de Conjuntura, divulgada pelo Conjuscs (Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura da Universidade Municipal de São Caetano), assinado pela doutoranda e pesquisadora Maria do Socorro Souza.

Fora os cursos tecnólogos – que não foram abordados na pesquisa – as cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano e Ribeirão Pires, concentram o maior número de cursos que capacitam os profissionais para a tecnologia avançada. A expectativa, em um horizonte próximo, é que novas profissões sejam criadas dentro deste novo cenário.

De acordo com a pesquisadora, é importante que “as cidades que concentram maior número de empresas relacionadas ao setor industrial, possuam em suas proximidades Universidades que preparem o público para a nova demanda”.

 No ABC, entre as faculdades que contribuem para atualização dos estudantes estão Anhanguera (Santo André), Centro Universitário FEI, Faculdade de São Bernardo do Campo – FASB, Fundação Santo André, Instituto Mauá de Tecnologia, Metodista, Universidade Municipal de São Caetano do Sul e Universidade Brasil (Ribeirão Pires). Em sua maioria, ofertam cursos ligados a Engenharia e Tecnologia da Informação.

A tendência, de acordo com a professora, é que a automatização alcance todos os setores da economia, e apesar do auxílio de consultorias, o novo modelo exigirá profissionais atualizados no mercado de trabalho. 

“A indústria 4.0 veio para ficar. Por isso é necessário se manter atualizado, acompanhar os avanços, para não ficar para trás”, orienta. Iniciativas educacionais para requalificação serão essenciais para sobrevivência dos funcionários, mas também exigem ensino de qualidade. “

Antes de se pensar em criar mais universidades, devemos oferecer ensino de qualidade, com grades curriculares atualizadas e que favoreçam qualidade profissional que atenda as necessidades das empresas”, explica ao dizer ainda que preparar os profissionais para o mercado ainda é um desafio que se propagará nos próximos anos.

Um dos principais artifícios já utilizados no contexto da indústria 4.0 por empresas da região é a impressora 3D, que possui apenas 1.258 profissionais aptos para a nova tecnologia. Foi o que evidenciou pesquisa realizada pela especialista para o Conjuscs. Entre os profissionais aptos para o uso da ferramenta estão os que atuam em Engenharias de mecatrônica, controle e automação, química, materiais e produção.

 “Estes resultados ainda são tímidos se compararmos por exemplo com o exterior”, explicou Maria do Socorro, que pesquisa a reestruturação de fábricas e universidades do ABC. “O ideal é que empresas e universidades construam planos estratégicos de médio e longo prazo para atenderem as novas exigências e necessidades impostas pela indústria 4.0”, acrescenta.

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