Fundidos: Abifa alerta para risco de desabastecimento

O presidente da Abifa - Associação Brasileira de Fundição, Afonso Gonzaga, divulgou nota na última quinta-feira, 3, advertindo para um possível risco de desabastecimento no setor devido aos desequilíbrios provocados pela pandemia do novo coronavírus no mercado internacional.

De acordo com Gonzaga, embora a indústria de fundição já dê sinais de gradual recuperação - em julho a produção de fundidos foi 16,6% superior à de junho, por exemplo - a retomada econômica de alguns países antes de outros está provocando uma corrida por insumos no mercado. Além disso, a valorização do dólar tornou mais atraente a exportação de matérias-primas e insumos básicos, como sucata.

“É uma boa notícia para quem exporta, mas péssima para quem depende direta ou indiretamente das importações”, afirmou Gonzaga. “Mesmo aqueles que não importam podem acabar muito prejudicados, pois suas matérias-primas estão sendo exportadas e valorizadas no mercado interno como se fossem itens importados”.

Para Gonzaga, o desalinhamento de preços pode acabar até inviabilizando o processo de retomada do setor. O Brasil tem capacidade instalada de 4 milhões de t anuais de fundidos, suficientes para atender à demanda crescente, mas para isto é preciso que os insumos não interfiram negativamente nos custos de produção.

Segundo Gonzaga, a distorção está afetando, principalmente, o alumínio, insumo básico para a produção de fundidos não-ferrosos, e o ferro-gusa. Cotado em dólar, o alumínio é originado em grande parte da sucata descartada no mercado, cuja geração praticamente cessou com a paralisação do mercado interno na pandemia.

Mas a recuperação verificada nos últimos meses está atendendo principalmente o mercado externo. Já o ferro-gusa é uma commodity que sempre teve um volume significativo voltado à exportação.

“Diante desse desequilíbrio do mercado mundial e da inexistência no Brasil de uma política industrial e de mercado, poucas empresas estão conseguindo repassar seus custos baseando-se nos índices existentes, a exemplo do que ocorre nos países mais desenvolvidos”, sublinhou o presidente da Abifa. “A maioria tem de ficar provando para os clientes que os preços dos insumos aumentaram, apesar de o próprio mercado já ter reconhecido isso”.

Fonte Usinagem Brasil

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