Em novo confinamento, Argentina suspende produção de veículos

País entra em quarentena de 22 a 30 de maio e fábricas serão paralisadas.

O novo confinamento decretado pelo governo argentino na quinta-feira, 20, para conter a explosão de contágios e mortes por Covid-19 no país, deverá paralisar por completo de 22 e 30 de maio a produção de veículos e autopeças no país vizinho, interrompendo a esperada recuperação do setor este mês. 

Nos últimos meses, alguns fabricantes como Ford, Renault e Volkswagen fizeram contratações e ampliaram turnos e para produzir novos modelos e atender ao aumento da demanda interna e externa.

A nova quarentena afeta toda a cadeia do setor na Argentina, incluindo fábricas de veículos e autopeças, além das concessionárias que também terão de fechar as portas pelos próximos nove dias. A paralisação ocorre após a queda de 32,1% na produção das montadoras argentinas em abril na comparação com março.

A retração ocorreu por uma combinação de fatores: algumas fábricas reduziram o ritmo porque precisaram reorganizar suas equipes afetadas pelo aumento de contágios pela Covid-19, outras estavam ajustando suas linhas para produção de novos modelos – caso da Renault com a picape Alaskan e a Volkswagen com o SUV Taos a ser lançado na semana que vem –, e também houve uma greve dos trabalhadores dos portos e dos transportadores nas fronteiras do país, impedindo o fluxo comercial de peças e veículos.

Passados esses efeitos, esperava-se agora em maio pela recuperação da produção, exportações e vendas na Argentina, o que deve ser prejudicado pela nova interrupção total das linhas de produção. 

A paralisação também afeta as exportações ao Brasil, com possível atraso nas entregas de alguns modelos produzidos no país vizinho, como é o caso já citado do Taos em processo de lançamento, além de outros que vêm de lá como Toyota Hilux, Ford Ranger, Nissan Frontier, Peugeot 208 e Fiat Cronos, para citar só os cinco argentinos mais vendidos este ano no mercado brasileiro.

Em 2020 os fabricantes na Argentina produziram apenas 257 mil veículos, em queda de 18,3% sobre 2019, e este ano há expectativa de ultrapassar 370 mil unidades, contando ppara isso com a recuperação do mercado brasileiro e também das vendas internas, que no ano passado tiveram retração de 25,5%, com 342,5 mil emplacamentos.

Em 2021, os 149,3 mil veículos novos vendidos no primeiro quadrimestre significaram crescimento de 57,3% ante o mesmo período de 2020, sendo que seis dos dez modelos mais vendidos são fabricados na Argentina, o que pode impactar ainda mais os resultados se as interrupções de produção persistirem por mais tempo. A expectativa era de um mercado próximo a 400 mil unidades este ano.

Fonte: Automotive Business

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