Disparada do preço do cobalto afeta setor de ferramentas

 O crescente aumento na demanda por carros elétricos fez disparar o preço do cobalto (usado nas baterias desses veículos) e já está prejudicando a indústria de ferramentas de corte, que o utiliza tanto como ligante nos insertos de metal duro, quanto para elevar certas propriedades das ferramentas de HSS. 

A cotação do cobalto saiu de US$ 5 mil/t em 2012 para US$ 75 mil neste ano. E a expectativa é de alta ainda maior, pois a produção mundial de cobalto não está sendo capaz de suprir a demanda com a folga necessária para evitar a explosão dos preços.

No início de 2018, a frota mundial de carros elétricos chegou a 3,2 milhões de veículos - um aumento de 55% na comparação com o mesmo período do ano anterior. 

O problema está na enorme quantidade de cobalto exigida na produção das baterias. Enquanto tablets, laptops e celulares necessitam de menos de 200 g de cobalto para o seu funcionamento, a bateria de um carro elétrico precisa de pelo menos 10 quilos.

Por isso, um relatório do Banco UBS aponta para um possível crescimento da demanda pelo insumo de 2.000% nos próximos anos, de modo que o esperado aumento da produção de carros elétricos não seja descontinuado.

Outra dificuldade está no fato de que mais de 50% das reservas de cobalto do mundo está na República Democrática do Congo, país politicamente instável, e de que quatro quintos dos sulfatos e óxidos de cobalto usados para fazer os cátodos para baterias de íons de lítio são refinados na China. O governo chinês costuma restringir as exportações de metais raros para empresas estrangeiras.

Os fabricantes de baterias já começaram a procurar formas de se proteger de uma possível escassez do recurso. A melhor alternativa encontrada é outro metal intimamente associado ao cobalto, o níquel, do qual até pouco tempo atrás era considerado um rejeito.

Algumas empresas estão produzindo cátodos com menos cobalto, aumentando o teor de níquel para até oito vezes a quantidade de cobalto. Isso permite que a bateria funcione por mais tempo com uma única carga, mas também aumenta o risco da bateria explodir e incendiar-se.

Até agora, o preço do níquel permaneceu estável. Mas, de acordo com a consultoria McKinsey, a demanda por níquel relacionada a carros elétricos deve subir 16 vezes até 2025. O problema parece difícil de resolver.

NIÓBIO - Numa outra frente de pesquisas, a nacional CBMM estabeleceu parceria com a Toshiba e Sojitz para o desenvolvimento de uma nova bateria de lítio contendo nióbio para aplicações em carros elétricos. As três empresas vão cooperar no desenvolvimento da próxima geração de baterias de lítio utilizando ânodos de óxidos mistos de Nióbio e Titânio (NTO), o que permite a produção de baterias mais seguras e duráveis, com alta capacidade de estocar energia e com tempos de recarga ultrarrápidos, características essenciais para aplicações automotivas.


Fonte Usinagem Brasil 

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