

Mesmo com os avanços registrados em 2018, o Brasil continua no
penúltimo lugar na lista que compara o desempenho de 18 países em nove fatores
decisivos para o enfrentamento da concorrência global. Os primeiros colocados
são Coreia do Sul, Canadá e Austrália
Mesmo com a
melhora do ambiente macroeconômico e nas questões burocráticas, o Brasil não
conseguiu avançar no ranking da competitividade. O Brasil continua no penúltimo
lugar, à frente apenas da Argentina, na lista que compara o desempenho de 18
países em nove fatores que têm impacto sobre a eficiência e o desempenho
das empresas na conquista de mercados.
No topo do ranking está a
Coreia do Sul, seguida pelo Canadá e a Austrália. Os latino-americanos Chile,
em 8º lugar, o México, em 11º, a Colômbia, em 14º, e o Peru, que ocupa o 16º
posto, também estão à frente do Brasil, informa o relatório anual Competitividade Brasil 2018-2019, elaborado
pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
“A competitividade do país
define o poder que as empresas têm de conquistar mercado. Na medida em que esse
poder aumenta, a empresa gera mais empregos, mais renda e contribui para o
crescimento econômico”, afirma o gerente-executivo de Pesquisas da CNI, Renato
da Fonseca.
“Se o Brasil não resolver
os problemas de competitividade que afetam as empresas, como as questões
tributárias e de infraestrutura, ficará muito difícil a economia brasileira
alcançar um cenário de crescimento em que o padrão de vida dos brasileiros se
aproxime do padrão de vida dos países desenvolvidos”, completa Renato da
Fonseca.

O ranking anual, feito
desde 2010, compara o Brasil com 17 países de economias similares: África do
Sul, Argentina, Austrália, Canadá, Chile, China, Colômbia, Coreia do Sul,
Espanha, Índia, Indonésia, México, Peru, Polônia, Rússia, Tailândia e Turquia,
em nove fatores decisivos para a competitividade.
Os países são avaliados em
nove fatores e 20 subfatores importantes na disputa por mercados. Os nove
fatores que têm impacto na competitividade considerados pela CNI são:
disponibilidade e custo de mão de obra, disponibilidade e custo de capital,
infraestrutura e logística, peso dos tributos, ambiente macroeconômico,
competição e escala do mercado doméstico, ambiente de negócios, educação e
tecnologia e inovação. Os fatores foram desdobrados em 20 subfatores, aos quais
foram associadas 56 variáveis.
AVANÇOS E RETROCESSOS
O estudo mostra que entre 2017 e 2018, a competitividade brasileira melhorou em quatro fatores: ambiente macroeconômico, peso dos tributos, ambiente de negócios e disponibilidade e custo de mão de obra. O maior avanço foi no quesito disponibilidade e custo de mão de obra, em que o Brasil avançou da 10º posição em 2017 para o 6º lugar em 2018, por causa do acelerado crescimento da força de trabalho. Aliás, foi apenas neste fator que o Brasil ficou entre os seis primeiros colocados. O primeiro lugar no quesito disponibilidade e custo da mão de obra ficou com o Peru e, o último, com a Espanha.
No fator ambiente macroeconômico, o Brasil saiu da 18ª posição
em 2017 para o 16º lugar, graças à queda da inflação e à depreciação do câmbio.
Com isso, ficou à frente da África do Sul e da Argentina neste quesito, em que
os primeiros colocados são a China, a Turquia e a Colômbia. No fator peso dos
tributos, mesmo com o desempenho favorável diante de seus competidores, o
Brasil se manteve em 15º lugar, à frente de Polônia, Espanha e Argentina.
No entanto, o Brasil ficou para trás no fator educação. Caiu do 10º lugar em 2017 para o 11º lugar em 2018, por causa da redução dos gastos na área. O primeiro lugar no quesito educação ficou com o Canadá e o último com a Índia.
A retração das despesas com pesquisa e desenvolvimento (P&D), de 1,34% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 para 1,27% do PIB em 2016, reduziu a vantagem do Brasil em relação à média dos competidores, neste quesito, o que fez com que o país perdesse uma posição no fator tecnologia e inovação. No topo da lista desse fator ficou a Coreia do Sul e, no último lugar, a Argentina.
O Brasil é o último colocado do ranking no fator disponibilidade e custo de capital. Neste quesito, o Canadá está em primeiro lugar e a Coreia do Sul em segundo. “Em todas as dimensões avaliadas – custo, disponibilidade e desempenho do sistema financeiro -, o Brasil está entre os países com o pior desempenho”, diz o estudo.
O maior problema do Brasil é a alta taxa de juros real de
curto prazo e o maior spread da taxa de juros. Em 2017, a taxa real de juros de
curto prazo no Brasil foi de 9,6% e o spread da taxa de juros alcançou 38,4%,
os mais altos entre os 18 países selecionados. A Rússia registrou a segunda
mais alta taxa de juros real de curto prazo (5,2%) e o Peru o segundo maior
spread da taxa de juros (14,2%), valores muito menores do que os do Brasil.
Fonte Confederação Nacional da Indústria (CNI).
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