AutoForm do Brasil discute softwares piratas no mercado chinês e brasileiro

Dentre outros assuntos, o uso de softwares piratas, tanto por empresas chinesas como brasileiras, foi um dos temas tratados durante a segunda palestra realizada hoje, na 12ª ENAFER, em São Bernardo. 

 A AutoForm, desenvolvedora suíça de softwares industriais, desempenha atividades específicas para identificar empresas que estão usando sua tecnologia sem pagar pelo acesso – o que, em paralelo as certificações já emitidas (que comprovam o uso da tecnologia original), tem ajudado a inibir o problema. 

 "Em 2018, a China desembolsou algo em torno de 2 milhões e meio de euros para migrar do software pirata de simulação de estampagem da AutoForm para uma versão original. O país asiático tem o mercado que mais cresce em softwares neste segmento", comenta Cesar Batalha, Gerente Geral da empresa no Brasil. A simulação de estampagem é a  realização de testes que mostram como uma chapa irá reagir ao ser usada em determinado produto, como em um automóvel. 

O montante recuperado pela empresa, de acordo com Batalha, é quase o mesmo ao número de licenças estimado para todo o mercado brasileiro. Não à toa, a empresa abriu neste ano, um escritório próprio em Xangai, onde atuava através de representações. “Há muito para ser explorado, o segmento é altamente promissor e demonstra que no Brasil ainda há um grande caminho a ser trilhado” diz. 

 Mas o uso ilegal de tecnologias não é um problema só na China. “Estima-se que no Brasil, 47% dos softwares são irregulares”, comenta. 

 Só este ano, a AutoForm detectou que mais quatro empresas brasileiras estavam usando seu produto sem permissão – o caso será tratado pelas vias legais. 

Embora não seja uma obrigação, o Gerente Geral reitera que algumas montadoras já solicitam certificações de seus fornecedores, em relação ao uso de softwares, além da capacitação dos usuários para usar os softwares. "O que já é um pequeno avanço", conclui. 

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Erica Tabata Martin

Jornalista de economia e negócios