02/10/20

No final deste ano, a Audi vai parar a produção do A3, na fábrica que divide com a Volkswagen no Paraná, e a fabricação local será paralisada por um ano. 

Esta informação, porém, já era conhecida do mercado. Este modelo vai sair linha e, segundo a montadora, qualquer novo modelo a ser trazido ao País exigiria investimentos em uma nova plataforma e na modernização da linha de produção.

A novidade, de acordo com o CEO da subsidiária brasileira, Johannes Roscheck, é que este investimento pode não mais ocorrer, caso o governo federal não devolva os créditos tributários acumulados no período do programa Inovar-Auto.

O executivo refere-se aos impostos de importação pagos entre 2012 e 2017, período em que os veículos importados sofreram majoração de 30 pontos percentuais. Pelas regras do programa Inovar-Auto, estes tributos deveriam ser devolvidos às montadoras que investissem em fábricas no País. Caso da Audi e também da Mercedes-Benz e da BMW.

As três fabricantes alemãs investiram cerca de R$ 1,7 bilhão para instalar fábricas no País: a BMW, em Araquari (SC); a Mercedes em Iracemápolis (SP); e a Audi voltou a dividir instalações com a coligada Volkswagen em São José dos Pinhais (PR) em 2015, onde já tinha produzido o A3 de 1999 a 2006.

Segundo Roscheck, a Audi do Brasil está tentando convencer a matriz a fazer o investimento, o que dificilmente ocorrerá sem o recebimento desses créditos tributários. “Assinamos um compromisso de pagar e receber de volta e é difícil convencer a matriz alemã a investir num mercado que não é responsável em cumprir compromissos”, observou,

Os créditos tributários destas três montadoras somam R$ 290,7 milhões. Segundo a Audi, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou, há cerca de um ano, que aceitaria pagar a dívida ao longo de dez anos, mas não voltou a falar sobre o tema. “Mesmo que o pagamento seja feito no longo prazo nós aceitamos, mas precisamos de uma decisão”, diz Roscheck. Procurado pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, o Ministério da Economia não comentou a notícia.

Fonte: O Estado de S. Paulo, Automotive Business e G1.

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