Abrimos um negócio por diversos motivos: conhecimento técnico, vocação, perfil empreendedor e necessidade de sobrevivência.
De acordo com pesquisas feitas, o brasileiro não tem a veia altamente empreendedora como acontece com alguns outros povos, ao contrário do que afirmam algumas entidades. Nosso “empreendedorismo” acontece principalmente em razão de necessidades financeiras e preconceitos do mercado de trabalho e, muito pouco por vocação, razão pela qual tantas empresas não se perenizam.
Estudos feitos com mais de um milhão de empresários pela empresa e-Talent, mostraram que não temos como competência principal a capacidade de execução e realização e que somos mais comunicadores e socializadores. Daí nosso jeitinho brasileiro, nossa receptividade e interação social, especialmente percebida por outros povos que nos conhecem com relativa profundidade.
Não é nosso costume fazer análise de perfil para conhecer a capacidade empreendedora e desconhecemos o fato de que as competências socioemocionais são tão ou mais importantes que o conhecimento técnico.
Outro fator crucial é quando temos a veia empreendedora e julgamos que nossos sucessores, em especial nossos filhos, possuem as mesmas forças. A coisa não é bem assim. Nem sempre filho de peixe, peixinho é quando se trata de negócios.
Negligenciamos uma série de fatores e depois sofremos com os resultados que não acontecem como planejamos.
Só vontade também não adianta. É necessário ter uma estrutura cerebral e um percepção com capacidade para enfrentar os revezes que o empreendedorismo exige.
Vamos a algumas realidades:
1 – O empreendedor precisa ter um perfil com grande capacidade para enfrentar frustrações. A força emocional, baixa vulnerabilidade e mente positiva equilibrada para conseguir lidar com situações inseguras são fundamentais.
2 – Não basta ter o conhecimento técnico sobre determinado assunto. É preciso muito mais. Quando o empreendedor é um grande especialista em alguma atividade, ele tende a dar muita atenção a isto, negligenciando as responsabilidades e as necessidades de gestão e liderança que são imprescindíveis para qualquer negócio.
3 – Usar o caixa da empresa para despesas particulares, misturando tudo num “balaio só” é um erro muito comum que prejudica sensivelmente as finanças da empresa.
4 – Vaidade – Muitos empreendedores movidos pela vaidade adquirem bens de alto valor como automóveis importados, barcos, apartamentos na praia e acabam sacrificando o caixa da empresa. Querer mostrar sucesso a qualquer preço pode ser um erro fatal.
5 – Empregar parentes – Não é proibido empregar a mulher ou irmãos desde que eles sejam muito competentes naquilo que fazem. No entanto é comum empregar parentes sem avaliar com exatidão os potenciais que possuem e a contribuição que devem dar a empresa. Empresas familiares dão mais importância a fidelidade e negligenciam as competências necessárias para os diversos cargos.
6 – Gestão e Liderança. Muitas pessoas não possuem competências de liderança e gestão que os negócios precisam. É providencial ter no perfil qualidades como empenho, dinamismo e grande capacidade de realização.
7 – Excesso de confiança e positivismo exagerado – O empreendedor precisa ser positivo, no entanto precisa ter os pés no chão. Grande parte das empresas não prospera em razão do excesso de positivismo e investimentos não conectados com a realidade. Mais empresas fecham em razão de riscos não calculados do que por outros entraves.
8 – Gestão de pessoas - Uma empresa é feita de cérebros e estes precisam estar conectados aos propósitos organizacionais. Não é mais possível contratar de qualquer jeito sem a utilização de ferramentas que avaliem com mais exatidão as capacidades que cada profissional precisa ter, para desempenhar determinadas funções.
9 – Prossociabilidade baixa. Não dar atenção às normas e leis vigentes é um grande risco. Por mais caros e injustos que sejam os impostos eles também precisam ser pagos. Embora tenhamos em nosso país muitos problemas em relação a questão ética é preciso lembrar que os negócios possuem suas regras.
10- Isolamento - O isolamento afasta você do que está acontecendo no mundo, lembrando que o negócio de sua empresa esta inserido num contexto. É importante a interação, a associação e a cooperação num mundo de alta competição.
11- Sócios – É a coisa mais comum do mundo ver um sócio reclamando do outro. Pior ainda é quando a família entra no meio e começa a opinar fazendo críticas severas. Escolher um sócio é como escolher alguém com quem você pretende se casar. Sempre há um risco e eles precisam ser minimizados para você não haver surpresas desagradáveis.
12 – Mix de Competências – Steve Jobs é autor da frase: “Foque no que você é expert e delegue o resto.” Se faltam determinadas competências em você, procure alguém para lhe ajudar. É impossível ser bom em tudo.
13 – Turbulências - Prepare-se para as constantes oscilações mercadológicas. Ser empreendedor no Brasil é quase ser um herói e tenha sempre uma reserva para os dias mais difíceis.
14 – Coragem – Aja com coragem e tome as decisões que precisam ser tomadas, mesmo que seja demitir seu irmão, seu filho ou sua mulher. Negócios são coisas sérias e o mais ou menos não é suficiente.
15 – Motivação - Veja a realidade das coisas. Frases de impacto, motivação superficial e palavras de ordem não funcionam em muitos casos.
16
– Sucesso - O sucesso não acontece por acaso. Ele é fruto de muito trabalho e
dedicação acompanhado de decisões inteligentes e oportunas. Seu cérebro precisa
ser o cérebro de um empreendedor e nem “todo mundo” nasceu para isto. É difícil
aceitar, mas é prudente pensar sobre o assunto, lembrando sempre que existem
competências no mercado que podem ajudar muito a fazer com que a sua empresa
conquiste um lugar ao sol.
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