Você compraria sua empresa de você mesmo?

Sua empresa tem uma estratégia clara ou você trabalha na estratégia dos outros? A estratégia dos outros pode ser perigosa...

Infelizmente, hoje isso é corriqueiro em grande parte das médias, pequenas e microempresas. Esse é o preço que se paga por entender “do” negócio e não “de” negócios. Quando se é empregado, por discordar de ordens superiores, se tenta empreender somente com o conhecimento operacional “do” negócio, e o final disso, segundo a Endeavor, é que 68% das empresas brasileiras fecham as portas por volta de 3 anos. 

Ser empresário vai muito além de saber fazer bolos, fazer roupar ou até mesmo usinar peças. Precisa entender “de” negócios e saber que o empresário possui 3 personalidades distintas: do operário, do administrador e do empreendedor.

Quando se fica muito focado no operacional, centralizando todo o trabalho em si, o estratégico da empresa (que é função do empreendedor) fica abandonado. Neste momento o sonho de empreender o faz tornar-se um escravo da sua própria empresa. 

Frequentemente conhecemos pessoas que não podem deixar de ir à empresa pois dizem que sua empresa não roda sem sua presença. Assim, o tempo de qualidade com a família (em especial com os filhos) se tornam escassos, relacionamento pessoais são abalados, não cuida da saúde, começa a perder noites de sono, e muitas vezes faz uso de remédios controlados para dormir. Tudo isso na esperança de que as coisas vão melhorar...

Nesta etapa pode ocorrer o grande erro: entende que precisa de pessoas no operacional, encontra uma, esta se torna seu grande “braço direito” e em vez de delegar algumas funções, abdica de suas responsabilidades e esta pessoa passa a fazer o que é competência dela própria executar e também o que é da competência do empresário, tudo sem uma supervisão adequada às atividades delegadas. Agora, o empresário está nas mãos desta pessoa.

O empresário passa a ter tempo com a família, sente-se mais relaxado, enfim seu braço direito está fazendo tudo, seu sonho está sendo realizado. O tempo passa e descobre que a empresa não vai bem. Não tem padronização das atividades. Para completar, seu “braço direito” diz que quer ir embora, e agora? O pânico se instala. Não se sabe como as coisas estavam sendo feitas. Não possui processos de fabricação. Estavam na cabeça do seu “fiel escudeiro” e ele agora quer partir e é possível levar alguém junto...

Se possuir a estratégia correta, irá saber gerir seu negócio. Seus colaboradores jogarão em seu time, terá tudo padronizado e não ficará na mão de pessoa alguma. Basta tomar a decisão certa, treinar a habilidade de empreendedor, indo atrás de conhecimento e colocando em prática os aprendizados. Precisa conhecer de marketing, gestão de pessoas, planejamento e mapa estratégico, terá que treinar seus líderes para trabalhar dentro da missão da empresa, e principalmente controlar suas emoções.

Nas finanças da empresa aprenderá a não controlar somente o fluxo de caixa, mas sim o CMV, DRE, fluxo de competência, ponto de equilíbrio, controle de estoque. Estes são importantíssimos em sua empresa. Controlá-los irá ajudá-lo a melhorar sua lucratividade. Existem empresários que tem um CPF gordo e um CNPJ magro, o chamado “CNPFJ”. Todos estes em finais de ano reclamam que pagam todos os colaboradores e ficam sem nada. Quando precisam demitir há a necessidade de recorrer a empréstimos, pois não possuem uma reserva de emergência.

Sua empresa precisa ter missão, visão e valores bem definidos. Senão, quando não se sabe claramente aonde quer chegar, qualquer caminho serve.

Você compraria sua empresa de você, mesmo do jeito que ela está hoje? Se tivesse uma segunda chance, iria empreender novamente?

 

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Anderson Freitas

MBA em Marketing – FGV, Tecnólogo em Automação Industrial – UNIA, Professional e Business Coach – Line Coaching. Sócio da Life Action, empresa especializada em análise e treinamentos comportamentais e de vendas. Profissional com 30 anos no seguimento metalúrgico.