Vivendo Mu-VUCA

Você já ouviu a expressão “estamos vivendo em um mundo VUCA?”. 

Talvez VICA, que é a tradução do termo inglês? Os americanos usam essa abreviatura para explicar o mundo de hoje. Volatily, Uncertainty, Complexity e Ambiguity. Em bom português, Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade.


E, segundo Marcelo de Elias, eles estão certos. O mundo muda com velocidade acelerada, destino incerto e complexidade elevada autorizando diversas respostas para uma mesma situação. Basicamente, uma constante em tempos de guerra e por isso mesmo utilizada pelo exército americano há muito tempo.


Já a sua “aplicação” no mundo empresarial é mais recente mas direciona a mesma abordagem militar, afinal o ambiente de negócios atualmente é agressivo, competitivo, desafiador e ultrarrápido. Ou seja, essa realidade não pode ser descolada de uma gestão baseada em riscos.   


Essa volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade leva às pessoas um risco importante relacionado a saúde e ao bem-estar. 

A denominada síndrome de Burnout ou síndrome do Esgotamento Mental. Definido por Herbert J. Freudenberger, é um distúrbio psíquico de caráter depressivo e mental intenso, ou um estado de esgotamento físico e mental causado fortemente pela vida profissional do indivíduo. 


Outra definição dada pelo Ministério da Saúde diz que é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade. 


A principal causa da doença é o excesso de trabalho e pode resultar em depressão profunda.


E, provavelmente, você nunca ouviu falar de Membro Digital Fantasma (aquele equipamento - celular, notebook, tablet, ... - que mesmo não estando fisicamente, está mentalmente com você), Nomofobia (medo de ficar sem celular) ou de FOMO (medo de estar por fora, do inglês fear of missing out), causado pela crise de ansiedade em função do excesso de informações a que estamos submetidos. As mudanças trazem consigo consequências e a revolução digital atual está criando novas doenças, síndromes, transtornos e preocupações.

Entendida essa combinação explosiva de fatores sobre a vida humana, resta-nos refletir pessoalmente acerca do “por vir” e de nossa reação defensiva e preventiva.

Ocorre que para “encarar” esse novo modo de atuação, é mandatório que as pessoas tenham também novas atitudes, de coragem, de se reinventar diariamente, de abrir a mente para novas possibilidades.

Sabe aquela expressão “matar um leão por dia”? Exato! O leão se reproduziu e agora não é mais somente um. Serão dois, três, ... ou dez, todos os dias. E quando vier aquela pergunta: “é isso OU aquilo?”. Saiba que a resposta mudou. Agora: “é isso E aquilo”.

Nessa situação, alguns profissionais preferem posicionar-se como vítimas do sistema, do governo, do cliente, do fornecedor, do concorrente e até da família. Outros, mais destemidos, “matam a bola no peito e dão um fenomenal passe para fazer o tão desejado gol”.

Não obstante os percalços frequentes no caminho da economia e do mercado, independente desse ou daquele governo, apartado do país A ou B, boa parte da tomada de decisão nos cabe. Somos nós, isso mesmo, você e eu, os responsáveis por grande parte de nossos problemas e soluções. E, se não somos parte da solução, então somos parte do problema.

VUCA, Burnout, FOMO, estresse, depressão, e tantos outros riscos estão e sempre estarão à nossa frente. Cabe a cada um de nós estar preparado para encarar esses monstros.

Afinal é neste Mu-VUCA (Mundo VUCA) que estamos vivendo.

Tags
Compartilhe

Christian Dihlmann

Engenheiro Mecânico e Mestre em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, Especialista em Administração de Empresas pela Fundação Educacional da Região de Joinville - FURJ/UNIVILLE e Inventor. Aperfeiçoamento na área de fabricação de moldes e análise reológica em Portugal e Alemanha. Tem trabalhos publicados em revistas e congressos. Traduziu o livro “Tecnologia dos Plásticos” (Technologie der Kunststoffe). Foi durante 6 anos pesquisador do Grupo de Pesquisa e Treinamento em Comando Numérico e Automatização Industrial - GRUCON do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC.