A Administração científica ou Taylorismo é o método de administração criado por Frederick Taylor (1856-1915), engenheiro americano que é considerado o pai da administração científica e um dos pioneiros da disciplina científica na administração de empresas.
É um sistema caracterizado pelo foco nas tarefas, com o objetivo de aumentar a eficiência operacional, que começou a ser divulgado no século XX.
Além de Frederick Taylor, outros fundadores da administração científica são Carl Barth, Lilian Gilbreth, o casal Frank, Henry Gantt, Hugo Münsterberg e Harrington Emerson.
Henry Ford também é mencionado como um dos pioneiros desse modelo de administração, por algumas práticas adotadas em suas fábricas que estavam relacionadas com conceitos teóricos de Taylor.
Taylor publicou, em 1911, o livro Princípios de Administração Científica, e esse talvez tenha sido o fato mais marcante de sua vida.
No livro, ele sugere que administrar uma empresa é uma ciência.
O principal conceito do livro é a racionalização do trabalho, onde as funções dos trabalhadores é dividida: através disso, Taylor faz uma forte crítica a Administração por iniciativa e incentivo, que ocorre no momento em que um funcionário propõem por iniciativa própria, alguma ideia que possa dar lucro para a empresa, incentivando seu patrão a recompensá-lo pelo esforço.
Essa ideia é duramente criticada por Taylor, porque, no momento em que se recompensa um funcionário por seus atos ou idéias, você se torna dependente dele.
Taylor concentra sua justificativa na eficiência do trabalho, para realizar tarefas de forma mais inteligente e com o mínimo de esforço.
Para tanto era necessário escolher corretamente o funcionário, e treiná-lo para desenvolver essa função específica.
Ele também propôs aumento de salários (ideia aceita por Ford, entre outros) para os funcionários, ao mesmo tempo em que se diminuem os custos unitários de produção, trazendo prosperidade para os funcionários e também para os patrões.
Quem foi Frederick Taylor?
Ele nasceu na Pensilvânia, EUA, em 1856. Formado em engenharia mecânica, Frederick Taylor foi operário e engenheiro em diversas fábricas americanas, onde pôde observar e estudar a administração industrial e o sistema produtivo.
Taylor percebeu que a maneira como o trabalho era organizado era ineficiente, pois não gerava lucro.
Com base nisso, começou a estudar formas de otimizar o rendimento dos trabalhadores, assim como procurar melhores estratégias para a gerência, para aumentar a produção e reduzir o tempo necessário para produzir.
Características do taylorismo
O Taylorismo tem o objetivo principal de otimizar a produção industrial no menor tempo possível.
Taylor constatou que muitos operários, por falta de técnica, gastavam muito tempo com movimentos desnecessários, produzindo muito abaixo de suas capacidades.
Então, era preciso aperfeiçoar o trabalho com base nas aptidões de cada operário. Isso seria feito junto com a segmentação, isto é, cada operário teria apenas uma tarefa e evitaria a lentidão da produção, trazendo melhor custo-benefício para a operação.
Para tanto era preciso que os operários fossem treinados para realizar a função, em busca do melhor aprimoramento possível.
O treinamento deveria ser realizado de acordo com métodos científicos e atividades planejadas na medida que fossem definidos os melhores perfis para cada função específica, gerando uma padronização da tarefa a ser executada e mais controle sobre a linha de produção.
A aplicação desse modelo de organização gerou uma grande mudança: o operador, que anteriormente estava no meio de todo o processo produtivo, agora está fixo em uma única parte da operação, reduzindo seu esforço produtivo e o tornando, então, alheio ao resultado final.
Taylor também observou que a produtividade também tem relação com o rendimento máximo do operador.
Dessa forma, para que ele seja estimulado a produzir, ele precisa ser motivado, com melhoria de salários, redução da jornada de trabalho, bonificação de acordo com a produção e descansos semanais remunerados.
Solucionada a questão do operacional, da força manual que executa o trabalho, era necessário também alguém para gerenciar e planejar, ou seja, uma força intelectual.
Então surge o conceito de gerência científica.
Cabe ao gerente planejar de forma racional, baseado em métodos concretos que serão inseridos no processo produtivo.
O gerente também tem a responsabilidade de controlar os trabalhadores, que agora seriam supervisionados, para evitar tempo ocioso e possíveis resistências, uma vez que as tarefas seriam executadas de forma segmentada, onde cada operário teria o domínio de sua área.
Ele também é responsável por definir padrões e regras referentes à produção, com o objetivo de reduzir o tempo gasto e o esforço desnecessário.
Dessa forma foram definidos prazos de entrega, jornadas de trabalho, horários de descanso, etc.
Nesse momento fica claro uma divisão do sistema produtivo, onde o saber é desapropriado do operário, ficando apenas para os cargos mais elevados, como a gerência.
Princípios do Taylorismo
Taylor deixou um grande legado que contribuiu imensamente para o desenvolvimento industrial. Ele publicou, em 1903, o livro Shop Management, em que demonstra técnicas para a racionalização do trabalho, baseado no estudo do tempo e dos movimentos, conhecido como Time-Motion Study.
No ano de 1911, Frederick Taylor publica sua obra mais conhecida, o livro chamado Princípios da Administração Científica, que demonstra a necessidade de dividir o processo produtivo de acordo com as aptidões dos funcionários e de ter uma pessoa capaz de controlar o processo como um todo, a gerência.
Para tanto, seria essencial parar de utilizar métodos empíricos e aplicar métodos científicos no trabalho.
A partir disso foram apresentados 4 princípios fundamentais do Taylorismo:
Princípio do planejamento
É preciso substituir métodos empíricos por métodos científicos, para evitar ações e julgamentos individuais sobre o trabalho.
Princípio da preparação dos trabalhadores
É preciso atribuir funções específicas aos operadores que demonstram melhores aptidões para elas. Então, é realizada uma seleção e treinamento para aperfeiçoar cada funcionário para que realize a tarefa da forma mais eficiente possível.
Princípio do controle
É preciso ter controle sobre as tarefas realizadas pelos operários, de forma a evitar tempo ocioso, esforço desnecessário e possíveis resistências.
Princípio da execução
É preciso distribuir as responsabilidades e funções para cada funcionário, em busca de um sistema de produção industrial objetivo, disciplinado e com o melhor custo-benefício possível.
Benefícios do método de Taylor
As vantagens para os funcionários no método Taylorista são:
• Melhores salários, chegando a atingir o dobro do que eram antes;
• Os funcionários se sentem mais valorizados e acolhidos pela empresa, fazendo com que exerçam suas tarefas com mais prazer;
• Redução considerável da jornada de trabalho;
• Dias de descanso remunerados.
As vantagens para os empregadores no Taylorismo:
• Produtos de maior qualidade;
• Ambiente de trabalho mais agradável, tanto para a diretoria quanto para os funcionários, evitando conflitos;
• Redução de custos dentro do processo produtivo, com a eliminação de inspeções e gastos desnecessários.
Exemplos do Taylorismo
1- Na década de 50 os japoneses utilizaram as ideias do Taylorismo para renovar sua indústria e criar o famoso Kaizen.
Os resultados conquistados com a aplicação dessa técnica, assim como a subsequente popularidade da guerra ao desperdício, fizeram os conceitos da administração científica continuar recebendo grande interesse.
2- A Primeira Guerra Mundial garantiu aos americanos a oportunidade de utilizar em larga escala e demonstrar aos europeus novos padrões de eficiência de operação militar.
A França ficou extremamente impressionada com a velocidade das tropas americanas para construir cais, estradas e linhas de comunicação.
3- As grandes empresas automobilísticas também são um grande exemplo, pois é impossível imaginar uma produção de automóveis sem divisões de tarefas para cada operador, linha de montagem e premiação para quem conseguir atingir uma determinada meta na produção.
4- Grandes empresas treinam seus funcionários na própria empresa ou financiam seus estudos, proporcionando condições para que esses colaboradores treinados permaneçam na empresa após a formação, um claro exemplo da preparação dos trabalhadores.
5- Podemos notar o princípio do controle em muitas empresas de foco comercial e em fábricas, onde existem supervisores e “superiores” que vistoriam os colaboradores em suas tarefas.
6- O princípio da execução, que podemos resumir como a atribuição de responsabilidades em busca da execução da tarefa de forma mais disciplinada possível, pode ser visto em praticamente todas as empresas com departamentos, uma vez que isso é uma maneira de atribuição de responsabilidades com o objetivo de melhorar a execução do trabalho.
Críticas ao Taylorismo
Embora o modelo de Taylor tenha revolucionado a produção na indústria, com diversas vantagens para os trabalhadores, como por exemplo a redução da jornada de trabalho e melhores salários, o Taylorismo também sofre incontáveis críticas.
A principal está relacionada a otimização da produtividade em detrimento do colaborador.
Mesmo com todas as vantagens do modelo, muitas pessoas que criticam a teoria acreditam que o funcionário, com essa nova forma de organização, é explorado, e pode ser comparado com uma máquina.
A mecanização do trabalhador o limitou a uma única função, desapropriando o seu saber e impedindo seu crescimento dentro da empresa.
Dessa forma, as atividades repetitivos e básicas trouxeram um aspecto robotizado ao operário, que começou a ser questionado e gerou conflitos com os empregadores, que passaram a ser acusados de reprimir a opinião dos funcionários.
Diferenças entre taylorismo, fordismo e toyotismo
Os estudos de Taylor serviram de inspiração para famosos modos de organização da produção industrial, como o Fordismo e o Toyotismo. Abaixo listamos as principais diferenças entre esses sistemas de organização:
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