Há uma luz no fim do túnel que demonstra esperança na retomada da economia com níveis elevados de crescimento.
Em nosso País vivemos
uma contradição: em 2018, o rumo da economia é cada vez mais claro, na exata
medida em que o rumo da política é cada vez mais incerto. Isso não quer dizer
que exista um descolamento das duas partes, mas, sim, que elas se encontrarão
mais adiante e só aí saberemos se a retomada atual será transformada em
sustentada ou se viveremos, mais uma vez, um “voo da galinha”. Costumo dizer
“nesse exato momento, a economia descolou da política”.
Voltemos à economia.
Notícias que costumávamos ouvir a um pouco mais de dois anos atrás: a inflação
oficial de 2015 é de 10,67% ao ano, a maior desde 2002, Copom decide manter a taxa de Selic estável em 14,25% ao ano e o PIB cai 3,8% em 2015 e tem o pior resultado em 25 anos.
E quais são as manchetes hoje: Os juros caem pela décima primeira vez seguida e vão a 6,75% ao ano, menor nível histórico. Este artigo foi escrito em 20 de março em plena reunião do Copom, quando for publicado com certeza a SELIC será de 6,5% ao ano.
À inflação de fevereiro acumulada nos últimos 12 meses é de 2,84 %, pasmem
muito menos que a inflação acumulada na Grã-Bretanha que nos últimos 12 meses
encerrados em 31 de janeiro de 2018 é de 2,959% ao ano. Após dois anos de queda, PIB sobe 1% em 2017.
Existem muitas razões para que eu esteja
otimista e transmito a seguir algumas considerações:
1)
Mercado externo altamente positivo para
investimento em países emergentes, vivendo um momento sem precedentes de
crescimento disseminado, segundo a OCDE, que revisou suas projeções e o PIB mundial deve crescer 3,9% ao ano em 2018 e
2019, inflação baixa, juros baixos e muita liquidez;
2)
Recuperação da economia com
muita capacidade ociosa. A NUCI (Nível de utilização da capacidade instalada)
está em 75% o que representa espaço enorme para crescimento sem inflação;
3)
Espectro político migrando da esquerda em direção a políticas liberais. Se despontar um candidato
reformista, então ninguém segura o País. Sem considerar que a Bolsa engatou uma
alta formidável nos últimos dois anos, com o candidato reformista se
consolidando nas pesquisas.
4) O quarto ingrediente poderá consolidar o maior ciclo de valorização de nossa história. Superior inclusive ao grande ciclo anterior, que trouxe ganhos incríveis de +2.051% para quem investiu na Bolsa.
Isso já está acontecendo e qual é o quarto ingrediente da tese?
Partindo de base 100, o gráfico mostra a valorização do preço das commodities ao longo das últimas décadas. A lógica é simples e pode ser resumida em um provérbio português: “Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe”.
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Horst Schroeder
Empresário, economista, Professor titular da Univille e palestrante sobre Cenários Econômicos.