A manutenção corretiva é a manutenção com o objetivo de recuperar as características originais dos equipamentos ou máquinas que estão com falhas ou danos que prejudicam a eficiência do processo. Essencial para a indústria, a manutenção corretiva é separada em duas categorias: planejada e não planejada.
Entre todos as categorias de manutenções industriais que existem, podemos destacar as seguintes:
• Corretiva;
• Autônoma;
• Preditiva;
• Preventiva;
• TPM (Produtiva total);
Nesta matéria nós vamos tratar especificamente sobre a manutenção corretiva, que tem o objetivo de recuperar máquinas que apresentam falha e possui grande importância nas operações industriais.
O que é manutenção corretiva?
Como indica o próprio nome, a manutenção corretiva é utilizada para corrigir falhas que aparecem durante uma operação.
Isto é, se o equipamento tem uma falha relacionada a um redutor de velocidade, a manutenção será realizada para corrigir a eficiência dele.
Seu objetivo é restabelecer a condição original do equipamento, tornando-o novamente apto para realizar a operação.
Entre todos os tipos de manutenção, a corretiva foi a primeira a ser aplicada na indústria. Como não existia a tecnologia Wi-Fi, internet ou monitoramento de ativos na época, as falhas eram encontradas e analisadas somente quando de fato ocorriam.
Entretanto, ainda hoje, com a infinidade de tecnologias disponíveis, a manutenção corretiva ainda é muito utilizada na indústria e isso vai de encontro com a necessidade de desenvolver estratégias e planos de manutenção preditiva e preventiva, para indicar o nível de desgaste dos componentes do equipamento e seu tempo de vida.
Porém, como existem muitas empresas que não possuem ou não querem fazer essa gestão, a manutenção corretiva se mantém muito presente em indústrias do mundo todo.
Leia também: O que é Manutenção Preventiva e como aplicar?
Exemplos de manutenção corretiva
Vamos analisar a manutenção corretiva na prática para compreender melhor.
Imagine que um equipamento necessário para a operação apresenta um problema. Nessa situação, podemos considerar a atividade de realizar seu conserto uma atividade de manutenção corretiva.
Outro cenário seria de um elevador que estava em operação e de repente para de funcionar. O conjunto de técnicas que serão usadas para fazer o elevador voltar a funcionar é uma manutenção corretiva.
A manutenção deve ser considerada de urgência caso hajam pessoas no interior do elevador.
Em um terceiro exemplo, imagine que uma peça essencial de uma máquina quebrou. A manutenção corretiva é o procedimento realizado para substituir a peça com defeito.
Em resumo, toda vez que um equipamento apresenta problema durante uma operação, seu reparo é considerado uma manutenção corretiva.
Tipos de manutenção corretiva
Atualmente existem várias tecnologias que auxiliam a mensurar o estado de uma determinada máquina ou peça.
Da mesma forma que as manutenções preditiva e preventiva, a corretiva também passou por muitas mudanças desde quando começou a ser utilizada.
Um dos avanços trazidos pela tecnologia é de que não precisamos mais esperar o equipamento quebrar para aplicar esse tipo de serviço.
Através de indicadores podemos acompanhar nossa produtividade operacional.
Com base nos indicadores, o serviço de manutenção corretiva é utilizado quando há:
• Baixa da produtividade na operação;
• Indícios de falha iminente;
• Ruídos e vibrações diferentes do que as máquinas geralmente fazem.
Desta forma, temos dois tipos de manutenções corretivas:
1. Planejada;
2. Não planejada.
A diferença entre elas é que a planejada é feita depois da falha potencial (quando a máquina continua funcionando apesar do problema) e a não planejada é feita após a falha funcional (quando a operação para por conta do problema).
A seguir vamos aprofundar um pouco mais sobre cada uma delas.
Leia também: Por que a manutenção prescritiva é o futuro da indústria?
Manutenção corretiva planejada
A manutenção corretiva pode ser planejada quando existe uma baixa no desempenho das máquinas, sinais de desgastes, falhas ou vibrações diferentes do padrão do equipamento.
Nessa situação podemos agendar a manutenção, porque o maquinário não coloca em risco a segurança dos trabalhadores ou o meio ambiente.
Contudo, é necessário observação com atenção a diminuição de desempenho, pois em certas situações a máquina pode falhar ou quebrar durante a operação.
É importante lembrar que as decisões devem ser tomadas com base em dados, testes e inspeções no equipamento. Dessa forma, se a gerência optar por deixar o equipamento quebrar, é porque essa alternativa traria o melhor custo-benefício para a empresa.
Um exemplo de utilização da manutenção corretiva planejada é em casos onde a empresa tem peças reservas ou de reposição, e caso o equipamento falhar e parar, a operação não sofrerá.
Através da manutenção corretiva planejada é possível estudar o melhor horário e dia para realizar a manutenção do equipamento, sem gerar grandes impactos na operação.
Manutenção corretiva não planejada
Essa é a manutenção corretiva que todo mundo conhece, que é quando um equipamento para totalmente e é preciso realizar a manutenção de emergência para solucionar o problema.
A manutenção corretiva não planejada gera grandes prejuízos para a empresa e deve ser evitada a todo custo, uma vez que toda a operação será forçada a parar até que a correção da falha seja realizada.
Dessa forma, indústria que tem planos e rotinas de manutenção estruturados conseguem resolver de forma rápida qualquer falha que possa acontecer durante a operação, evitando que ela pare totalmente.
Entregando, mais de 70% das indústrias no Brasil utilizam somente a manutenção corretiva não planejada.
Também é fato que os profissionais que aplicam o serviço, muitas vezes não investigam os motivos reais para que o redutor ou motoredutor falhasse. Essa informação é essencial, uma vez que com a correta análise é possível evitar novas falhas.
Além de ocorrer quando há falha em equipamentos, a manutenção corretiva não planejada também ocorre quando há:
• Acidentes;
• Problemas relacionados ao meio ambiente;
• Problemas que comprometam a qualidade do produto final.
Como já falamos, a manutenção corretiva não planejada é o tipo de manutenção mais cara para a empresa, porque ninguém espera que ela ocorra, até mesmo por falta de ter um plano de manutenção.
Abaixo estão alguns exemplos onde esse tipo de manutenção corretiva não planejada deve ser utilizada:
• Quando for necessário trocar um pneu do veiculo após problemas na viagem;
• Quando for preciso substituir componentes de redutores e motoredutores, por causa de má lubrificação ou quebras;
• Superaquecimento do motor elétrico, dentre outros.
Vantagens da manutenção corretiva para sua empresa
Estamos vivendo um momento de alta competitivamente no mercado, então, para se destacar da concorrência, é necessário buscar as melhores práticas.
A boa utilização da manutenção corretiva proporciona vantagens importantes para uma indústria, como:
• Redução de perdas de produtividade (quando a manutenção for planejada);
• É uma ótima opção para máquinas de baixa prioridade ou pouco uso;
• Excelente opção quando da exigência da substituição de peças auxiliares de baixo valor.
Vale lembrar que, com ajuda da tecnologia atual disponível, os procedimentos corretivos vencem em velocidade e assertividade.
Entretanto a manutenção corretiva também possui desvantagens que devem ser consideradas.
Desvantagens da manutenção corretiva
Podemos dizer que os seguintes pontos da manutenção corretiva como desvantagens:
• Tem um custo mais elevado quando não planejada;
• Pode causar uma parada na produção;
• Pode requerer equipes terceirizadas e aquisição de peças em caráter de urgência.
São fatores graves e que podem levar a grandes prejuízos.
Quando utilizar a manutenção corretiva?
A manutenção corretiva pode ser aplicada em todos os tipos de equipamentos, porém é recomendado utilizar somente naqueles na qual a perda de desempenho não gere problemas de segurança para os funcionários e o meio ambiente, e não piore a produtividade da empresa.
Contudo, saiba que se acontecer algum problema em relação a produtividade, a manutenção corretiva precisa ser realizada na mesma hora para evitar prejuízo na sua companhia.
A utilização da manutenção corretiva na sua empresa tem os seguintes objetivos:
• Restaurar equipamentos;
• Evitar falhas piores no futuro;
• Manter a operação funcionando;
• Gerar um controle maior em relação ao custo operacional, investimento em substituições de peças e o custo de reparos.
Como evitar a manutenção corretiva?
Você pode e deve utilizar a tecnologia a seu favor.
Atualmente, muitas indústrias conseguem monitorar seus equipamentos através da rede Wi-fi, analisando indicadores de produtividade e características.
Com ajuda destas informações você pode acompanhar de perto a operação e descobrir o momento correto para agir.
Com a análise desses dados é possível acompanhar de perto a sua operação e saber qual é o momento exato para tomar uma ação.
Você terá máquinas mais confiáveis e com maior disponibilidade para melhorar a produtividade e resultados da sua empresa.
Porém situações de emergência sempre existirão. Por conta disso, logo no início do artigo citamos que a manutenção corretiva jamais deixará de existir.
O que precisamos fazer é evitar ao máximo utilizá-la, diminuindo a probabilidade de falhas acontecerem.
Além do mais, ela é fundamental quando existe negligência por parte dos operadores.
Abaixo estão algumas situações comuns relacionadas a esta negligência:
• Não substituir peças gastas;
• Não lubrificar corretamente o equipamento;
• Ignorar barulhos e vibrações anormais vindas do equipamento;;
• Indiferença em relação às falhas potenciais.
Custo da manutenção corretiva
O custo da manutenção corretiva é bem elevado e, como já falamos, ele se dá por conta de alguns fatores:
• Mão de obra ociosa;
• Atraso na entrega de produtos;
• Piora na qualidade dos produtos finais;
• Redução da produção;
• Tempo inativo devido à falha funcional do equipamento;
• É difícil planejar a carga de trabalho necessária para realizar o serviço.
Esses pontos fazem com que ocorra o lucro cessante, que acontece quando a operação pára devido a uma falha do equipamento. Dessa forma você fica sem dinheiro para circular no caixa.
O investimento em um planejamento de manutenção pode fazer você economizar dinheiro e tempo que você utilizaria em correções emergenciais.
Segundo uma pesquisa realizada pela NASA, chamada RCM Guide Reliability-Centered Maintenance Guide, a manutenção corretiva não planejada é em média 5 vezes mais cara que a planejada
Abaixo temos um gráfico comparativo dos custos de diferentes tipos de manutenção:
RTF: Manutenção corretiva; PdM: Manutenção Preditiva; PM: Manutenção preventiva; PCM: Manutenção Proativa.
Principais causadores de falhas em equipamentos e máquinas
Apesar da manutenção corretiva ser de grande importância para as empresas, não da para negar que evitar que uma máquina estrague é a opção mais barata.
A seguir vamos apresentar os principais motivos de falhas em equipamentos e máquinas.
Tempo de uso dos componentes
Mesmo peças de alta qualidade tendem a se desgastar com o passar do tempo, até chegar a um ponto em que não é mais capaz de suportar a operação.
Uma forma de identificar esse problema antes que ele ocorra é verificar com frequência os componentes de equipamentos e máquinas da sua empresa.
Lubrificação insuficiente
Muitos equipamentos necessitam de lubrificação para funcionar corretamente, e caso ela não ocorra as peças podem se desgastar e ocasionar problemas.
Então, é essencial ter certeza que os equipamentos que necessitam de lubrificação estão devidamente lubrificados.
Fatores externos
Também precisamos levar em consideração o ambiente quando pensamos na segurança de um equipamento.
Oscilações de tensão e temperatura, ou até mesmo um funcionário não qualificado, por exemplo, podem causar problemas.
Para evitar problemas, esteja atento aos fatores externos aos quais as máquinas e equipamentos estão sujeitos.
Classificação ABC
O cenário ideal é sempre estar atento aos equipamentos antes que eles apresentem falhas, e com ajuda da classificação ABC podemos criar critérios para determinar quais são mais importantes para a empresa e devem receber atenção extra.
Com o objetivo de qualificar os equipamentos de acordo com sua importância, a classificação ABC os segmenta em 3 categorias:
Tipo A
Os equipamentos e máquinas da lista A são de prioridade alta.
Nesse grupo estão maquinários que caso apresentem um defeito podem causar grandes danos em relação à produção, ao meio ambiente, à lucratividade, à saúde dos trabalhadores ou um conjunto desses itens.
Como eles podem gerar grandes prejuízos para a empresa, esses equipamentos necessitam de maior atenção: sua manutenção deve ser preditiva.
Tipo B
Nesse grupo estão equipamentos que representam danos bem menores se comparados ao grupo A.
Eles devem ser monitorados com cuidado, mas não requerem a mesma atenção do primeiro grupo. A manutenção dos equipamento de Tipo B pode ser preventiva.
Tipo C
Aqui você deve enquadrar equipamentos que em caso de defeitos e paradas inesperadas não causam grandes prejuízos e podem ser trocados com facilidade.
Considerando todos os fatores, o grupo C é de baixa prioridade e nesse caso podemos utilizar a manutenção corretiva.
Já que evitar um problema é mais barato do que realizar reparos complexos, não podemos deixar de também monitorar as máquinas do grupo C.
Ao longo do artigo você viu que precisamos evitar a todo custo a manutenção corretiva não planejada.
Entretanto, algumas empresas a usam de forma estratégica, e, em certos casos, as pessoas colocam os redutores para operarem no limite de propósito.
No geral, essas estratégias são usadas em redutores e motoredutores que não representam um risco para funcionários ou para o meio ambiente, que tenham peças de qualidade e não parem toda a produção.
Na maior parte desses casos, a empresa possui peças reservas prontas para serem utilizadas.
Como vimos, em alguns casos a manutenção corretiva planejada pode ajudar a aumentar a vida útil do equipamento, evitando falhas funcionais e potenciais.
Espero que esse conteúdo tenha sido útil para você.
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