Até os anos 80 se confundia gestão com liderança.
A coisa era complicada e ainda é em muitos aspectos. A maioria das pessoas não tem clareza do que é liderar e como isto acontece. A partir do momento em que as empresas passaram a ter maiores desafios cresceu a discussão e a análise.
Os ambientes competitivos exigiram posicionamentos e
esclarecimentos em relação aos perfis. É muito fácil comandar pessoas em um
estilo autocrático, em que as pessoas simplesmente obedeciam. Mas os cenários e
os modelos mentais mudaram e aqueles que lideram, tiveram que correr atrás para
se atualizarem e compreenderem o verdadeiro papel.
Hoje, para alcançar os difíceis resultados é preciso recorrer à equipe. Mais cérebros precisam estar voltados à busca de soluções. Infelizmente alguns líderes com medo de sombra, contratam profissionais menos talentosos e habilidosos do que ele próprio.
Por exemplo,
parece brincadeira, mas pesquisa recente (Revista Superinteressante - fevereiro
2016) mostrou que grande parte dos líderes não contrata pessoas vistas como
muito competentes, pois elas são consideradas como ameaças. No fundo a maioria
não quer uma sombra por perto
Há mais de 500 anos Maquiavel disse que
"O primeiro método para avaliar a inteligência de um governante é observar
os homens que ele tem a sua volta”. Os governantes realmente fortes têm pessoas
fortes ao seu lado.
Em seu livro Paixão por Vencer, Jack
Welch faz um apelo para que os líderes parem de fazer campanha como se
estivessem a procura de votos. Segundo ele, quando você desempenha o papel de
líder, você já foi eleito e tem que cumprir o seu papel... Precisa ser um líder
forte em todos os sentidos, pois as pessoas não seguem os fracos.
Como líder, conheça as pessoas que você
lidera. Aproxime-se delas. Observe suas necessidades e competências e ajude a
desenvolvê-las. Pratique a “escuta” empática. Ouça as pessoas com a razão e o
coração, afinal como você vai liderar um grupo, se não conhece os seus
integrantes? Controle o seu lado sobra de liderança. Evite agir com arrogância.
Ela pode ser observada num olhar... num suspiro... num sorrisinho maroto no
canto da boca. Numa esticada de pescoço.
Escute aqueles que estão abalados. Aqueles que não concordam com as normas estabelecidas. Procure saber os motivos. Traga-os para os objetivos organizacionais.
É sua responsabilidade cuidar das
pessoas que você lidera. Diminua o número de conspiradores, pois a empresa já
tem desafios suficientes para enfrentar os verdadeiros concorrentes, aqueles
que estão querendo operar em seu mercado. Roubar o seu cliente.
Na maioria das vezes líderes têm a
convicção errônea que devem competir com as pessoas próximas a ele, em vez de
trabalhar em conjunto. Ambição é importante, mas quando exagerada ela é um
veneno. Vaidade é um dos pecados que mais assombra as pessoas com perfil de
liderança.
Alguns líderes estão mais preocupados com o prestígio que possam ter com seus dirigentes, do que com o resultado que devem atingir.
Outros veem seus parceiros, aqueles que ocupam cargos
semelhantes na organização como inimigos, em vez de se ajudarem mutuamente.
Quando se coloca o desejo individual acima dos objetivos e metas da empresa,
todos saem perdendo. Esta é uma das situações mais presentes nas corporações
por este mundo afora.
Um líder do século XXI e especialmente
aquele que vive em situações de crise, precisa ser fortalecedor. Talvez sozinho
ele não consiga todas as respostas necessárias. Por este motivo precisa de um
pouco de humildade para discutir e buscar ajuda. Ele precisa inovar. Usar ao
máximo sua inteligência para gerar mais inteligência organizacional.
Liderar por definição é estar à frente,
rompendo barreiras, conquistando novos mundos, saindo do “status quo”. É
preciso parar de olhar para o próprio umbigo.
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Pedro Luiz Pereira
Professor, consultor, executivo da ABINFER e sócio proprietário da EURHO Consulting. Especialista em Neurociência e Neurocoaching, MBA em Gestão da Qualidade e Produtividade e em Gestão de Pessoas. Autor do livro “Tomada de Decisão e Negociação”.