Como aplicar Lean Manufacturing na Ferramentaria em quatro passos simples!
Muitas vezes, quando estudamos Lean Manufacturing,
imaginamos sua aplicação voltada para linhas de produção industrial focado em
otimização de recursos e tempo de ciclo.
Mas o Lean é muito mais que isso e pode ser aplicado, além
de linhas de produção ele pode ser aplicado em qualquer setor ou departamento,
inclusive em lojas, hospitais, agências, escritórios entre tantos outros.
Ele é tão famoso porque a correta aplicação de suas
ferramentas proporciona ótimos resultados no ambiente de trabalho, na
organização e na redução dos custos da empresa.
Mas a grande questão é como fazer isso fora da linha de
produção. Quais são as ferramentas corretas e como aplicar em áreas de suporte
ou não produtivas?
Hoje vamos falar especificamente da ferramentaria que é o
setor metalúrgico responsável por desenvolver, produzir e manter as diversas
ferramentas utilizadas no maquinário produtivo.
A ferramentaria fabrica por exemplo, moldes plásticos,
fresas, brocas e dispositivos de precisão que devem estar sempre em condições
ideais de utilização para que não prejudiquem a qualidade do produto final.
Os quatro passos para o Lean Manufacturing na Ferramentaria:
1. Ter em mente que tudo pode ser melhorado.
2. Entender o processo com o Mapeamento de Fluxo de Valor
na ferramentaria.
3. Identificar os 7 principais desperdícios na
ferramentaria.
4. Encontrar soluções para a causa raiz de cada problema
encontrado na ferramentaria.
O primeiro passo para aplicar o Lean Manufacturing na ferramentaria ou em qualquer outra área é ter em mente que tudo pode ser melhorado, ou seja, eliminar completamente pensamentos como: “Sempre foi assim”, “não sabemos fazer de outra forma”, “estamos acostumados com esse processo” ou “a nossa bagunça é organizada”.
Esses pensamentos limitantes não
permitem que tenhamos uma visão mais ampla, nos impedindo de enxergar os pontos
a serem desenvolvidos. Reúna a equipe de trabalho e instigue todos a pensarem “fora
da caixa” e ficam menos resistentes às mudanças.
Aplicando técnicas e ferramentas do Lean Manufacturing
Com os objetivos alinhados, o segundo passo é entender o
processo. Com a ajuda da equipe, respondam a perguntas como:
Quem são os clientes?
Como o departamento recebe a demanda?
Como é realizado o transporte?
Quem são os responsáveis?
Quais são os fornecedores de matéria-prima?
Quais são os prazos?
As respostas dessas perguntas serão as informações para
construir um mapeamento. Se você está pensando que a melhor ferramenta para
utilizar nesta fase é o Mapeamento de Fluxo de Valor (MFV) você está no caminho
certo.
É isso mesmo! Relembrando, o MFV é uma simples observação
do cenário atual e ele permite enxergarmos o todo de uma maneira muito prática
e ilustrativa. Construa o mapa e mãos à obra para o terceiro passo!
Com o Mapeamento de Fluxo de Valor estabelecido, é hora de
identificar os desperdícios.
Pense assim: Qual é a missão da ferramentaria? É entregar
ao cliente (fábrica) ferramentas em perfeitas condições de uso no prazo correto
e que garantam a qualidade do produto final, certo? Sendo assim, observando o
mapeamento, onde estão os desperdícios?
Você se lembra quais são os sete desperdícios?
São eles: Superprodução, defeitos, estoques, processamento
desnecessário, transporte, espera e movimentação.
Podemos também considerar como um desperdício a falta de
capacitação técnica dos integrantes da equipe.
Observe o mapeamento e indique onde estão os desperdícios
principais e potenciais.
Por exemplo: Foi identificado o desperdício de espera, ou
seja, o cliente final precisa aguardar a chegada das ferramentas que foram para
afiação e isso gera parada da linha de produção. Identifique todos os
desperdícios que envolvem o processo e sinalize no mapeamento.
Encontrar soluções não é um bicho de sete cabeças
O quarto passo é encontrar soluções para eliminar os
desperdícios encontrados.
Para o desperdício de espera, por exemplo, a causa raiz
pode ser: Falta de comunicação entre o cliente e fornecedor, falta de
organização da área de trabalho de maneira que as ferramentas não são
encontradas gerando atrasos ou o transporte interno da empresa não garante a
chegada das ferramentas em tempo hábil.
Como solucionar uma causa raiz de problema?
Liste soluções para cada problema. Por exemplo: Estabelecer
uma comunicação viável através de cartões Kanban ou FIFO com determinação de
prazos, realizar o 5S na área de trabalho para garantir o fácil e rápido acesso
a todas as ferramentas de trabalho e realizar um acordo com a logística interna
para mudança de rota, aplicando o trabalho padronizado.
Essas ações devem ser listadas e podem ser acompanhadas
através de um PDCA, estipulando prazos e mantendo uma rotina de verificação a
respeito do andamento das melhorias propostas.
Permita que os integrantes da equipe colaborem com as
soluções, isso incentiva a implementação.
Tudo pode ser considerado, como revisão de layout para
redução de tempo de deslocamento, reestruturação do departamento para melhor
distribuição da mão-de-obra, treinamento e capacitação de colaboradores,
implementação de Jidoka, Poka-Yoke, Heijunka, instruções de trabalho nos postos
e aferição dos dispositivos de medição para garantia da qualidade das
ferramentas.
Um importante pilar a ser analisado é o gerenciamento de
custos de fabricação, isso deve ser controlado e padronizado para que os
projetos não ofereçam prejuízo, então o orçamento de ferramental deve ser
realizado com base em dados reais.
Vamos começar?
Não existe exatamente uma receita de médico pronta, que
selecione as ferramentas ideais do Lean Manufacturing para cada departamento,
elas são muito abrangentes e versáteis, o que permite que sejam aplicadas para
diferentes tipos de problemas, afinal cada setor ou empresa tem um potencial de
melhoria único, mas um pouco de estudo vai ajudá-lo escolher a solução adequada
para cada problema, precisa ser analisada por um especialista, um consultor ou
um “médico” que conheça como aplicar e onde funcionará cada solução.
Você também pode utilizar o Mapeamento de Fluxo de Valor
para ilustrar o estado futuro, ou seja, qual é a meta depois que todas as ações
forem aplicadas, dessa forma fica mais fácil mensurar todos os ganhos obtidos
como tempo, pessoas ou recursos financeiros.
Lembre-se de atualizar o mapeamento conforme os dados são
alterados. O acompanhamento diário é essencial para a realização eficaz de
todas as ações.
Lembre-se que na produção ou na ferramentaria a melhoria é
contínua, então quando as ações forem implementadas e estiverem funcionando com
sucesso, cabe sim refazer a análise e encontrar novos potenciais de melhoria
para resultados ainda mais satisfatórios.
Fonte Fit Tecnologia
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