Desenvolver novas competências, ampliar a visão sobre a empresa e o negócio e, assim, oferecer resultados significativos para a organização.
O Job Rotation é um processo que permite um “rodízio” de funções e dá ao colaborador a oportunidade de conhecer atividades diferentes dentro da própria empresa.
É uma boa prática, tanto para a organização que descobre os potenciais dos colaboradores, quanto para os profissionais.Isso porque eles podem descobrir aptidões e até mesmo dar um novo direcionamento às suas carreiras.
Apesar de ter suas vantagens, o Job Rotation deve ser utilizado com cuidado pela organização para não gerar mal-estar com os funcionários que já realizam as atividades.Um programa bem elaborado e com adesão de toda equipe é fundamental para o sucesso do modelo.
Quando existe a preocupação com os profissionais, a prática tende a ser benéfica, pois nas variadas posições o colaborador tende a se encontrar e sua motivação é mobilizada.
O papel dos gestores é detectar as necessidades de cada um em conformidade com a posição a ser assumida.
Envolvimento! A palavra-chave do sucesso. O processo do Job Rotation não consiste em apenas mudar uma pessoa de cargo, e sim visa um aprendizado maior ao profissional.
O líder deve verificar se o funcionário tem vontade de participar do processo, porque Job Rotation forçado não traz bons resultados.Colocar alguém sem o perfil adequado em alguma função gera problemas.
A principal dica é fazê-lo de forma responsável e com planejamento, criando um processo que traga benefícios tanto para a empresa quanto para o profissional.Se um dos lados sair perdendo, é sinal de que o programa está errado.
O processo de transição de área é válido quando abre a possibilidade do profissional se “encontrar” e se identificar com um setor dentro da empresa.
Já quando ocorre uma mudança sem uma conversa prévia com o funcionário, e sem o estudo de aspectos legais - como compatibilidade de cargos, formação, perfil, salários, sindicatos, entre outros - existe o risco de o processo tornar-se inválido.
Embora o Job Rotation seja mais utilizado em programas de 2 trainee ou estágio com objetivo de qualificar os novatos como futuros gestores, ele também pode ser estendido para funcionários que ocupem diferentes cargos na organização, respeitando obviamente os aspectos legais como pontuado anteriormente.
Como funciona?
A prática do Job Rotation é fundamental dentro de um plano de ação colaborativa, onde os profissionais podem sentir na pele o dia a dia do seu colega, muitas vezes não compreendido dentro de um processo de solução de problemas.
Percebemos que quando há um problema cada departamento/área quer defender o seu e aí surge uma série de acusações ou omissões de responsabilidade.
Independente de quem seja o responsável, o problema é de todos e isso passa a ser compreendido e superado quando temos a oportunidade de implantar um processo de Job Rotation sério e comprometido.
Pode haver variações na forma como cada um estrutura a prática do Job Rotation, mas é importante ressaltar que a aplicação deve estar alinhada com a política organizacional de cada empresa.
Por exemplo, o período de permanência em cada setor pode variar bastante, dependendo da organização.
É mais comum que o rodízio seja entre pessoas do mesmo setor, que trocam entre si suas funções e responsabilidades.
Neste caso, o profissional passa por diversos cargos e vai adquirindo mais conhecimento.
Por outro lado, se for em área diferente, o foco é analisar bem as principais habilidades e se elas são compatíveis com o cargo.
Vantagens do modelo
Logicamente, há pontos positivos e negativos em cada decisão tomada em uma empresa. Com o Job Rotation não é diferente. Podem-se destacar como principais vantagens as seguintes:
• Sabe o que é zona de conforto? Quando estamos muito tempo na mesma área na empresa podemos nos acomodar, o que nos leva a zona de conforto. Infelizmente, isso gera vícios e até a formação das chamadas panelinhas;
• O novo pode gerar medo, mas, na maioria das vezes, quando começamos um novo projeto, entramos com tudo, estamos cheios de energia e curiosidades para questionar e até dar as nossas sugestões. A frase “vassoura nova varre bem” é verdadeira nessa situação;
• Como se está em um ambiente “novo” e com “novos” colegas de equipe, procura-se estudar e conhecer mais e melhor todos os detalhes da nova área;
• Se a escolha das áreas estiver bem alinhada, bem como o processo para a transição do colaborador, os conflitos da mudança são muito menores. Por isso, é essencial organizar bem as funções e áreas para aplicar o Job Rotation;
• O colaborador que passa por várias áreas aumenta significativamente as suas experiências e pode contribuir mais com a empresa e, além disso, ampliar seus conhecimentos. Isso é válido tanto para o atual emprego como para trocar de empresa;
• Profissionais precisam sentir que são valorizados e uma forma de fazer isso é dar a possibilidade de assumir novos desafios, confiando no seu potencial. Isso aumenta a motivação. E a empresa, com a prática de rodízio, corre menos riscos, pois está adaptando alguém que já conhece e não precisa fazer uma nova contratação e;
• A prática do Job Rotation promove a visão sistêmica, ou seja, leva os participantes a enxergarem o cenário organizacional de maneira ampla e considerar fatores variados. Quem já passou por diferentes áreas consegue entender as várias partes que se interligam de uma forma direta ou indireta.
Por conseguinte, quanto estiver em uma posição de comando e que, anteriomente, já vivenciou no Job Rotation, terá maior facilidade no processo de tomada de decisões, uma vez que consegue avaliar de forma mais ponderada os diversos aspectos que influenciam cada área.
Pontos de atenção
Por outro lado, alguns riscos são inerentes do processo uma vez que há pontos de atenção importantes para que o Job Rotation tenha sucesso e eficácia. Observe os pontos negativos principais, a saber:
• Em algumas empresas o colaborador passa um período curto nos setores, fato que pode ser ruim, pois impede que ele adquira o conhecimento mais aprofundado em determinada área e isso pode prejudicar nos casos em que deseja se especializar e seguir carreira em uma área específica;
• Se não for bem planejado e estruturado, pode não ser positivo tanto para o colaborador como para a empresa. Por outro lado, os funcionários podem se “encantar” por alguma área e com a rotação são deslocados para outro setor;
• Apesar de poder ser aplicado em qualquer organização é nas grandes empresas e multinacionais que o ganho é mais visível, já que as áreas são maiores e mais distantes umas das outras e;
• Falta de envolvimento das áreas do programa. Os que participam do processo devem ser treinados e orientados para fazer a diferença na aplicação do Job Rotation.
Assertividade para o sucesso na implantação
Quando a prática do Job Rotation estiver alinhada com os anseios da empresa e principalmente com a “ambição” de crescimento dos colaboradores, é responsável e bem vinda.
Quando implantada de maneira planejada significa que a empresa tem de definir seus planos e expectativas em relação ao processo e direcioná-lo para a estratégia dos negócios.
Pois, sem planejamento, pode ocorrer de uma pessoa ir para outra área e, sem conhecê-la, promover mudanças que podem ser negativas.
Por isso, esses três tópicos devem ser bem analisados.
Avalie os seus colaboradores - O primeiro passo é avaliar os seus colaboradores para verificar se eles estão habilitados para exercer as novas funções.
Por isso, é fundamental que os profissionais já tenham conhecimento básico na área que vai ingressar.
2 - Desenvolva um processo de sequência lógica - No Job Rotation os colaboradores passam a exercem outras funções, mas isso não quer dizer que eles podem ser inseridos em qualquer área e cargo.
É preciso que a empresa analise bem as funções e organize as que se complementam. Assim, o colaborador pode ter uma visão mais abrangente da organização.
Por exemplo: o profissional começa na área de recursos humanos, 3 em seguida vai para marketing interno e, posteriormente, capacitação e treinamento.
3 - Prepare as áreas que serão envolvidas - Não basta apenas que os gestores ou somente algumas áreas saibam do processo.
Para que o Job Rotation tenha resultados positivos é importante que todas as áreas envolvidas neste processo tenham conhecimento para ensinar os colaboradores em suas novas funções, é preciso investir no planejamento.
Vale ressaltar que o Job Rotation busca descobrir habilidades e talentos. Se há algum problema em alguma área onde será implantado, é fundamental que se busque solucionar antes os problemas.
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Alcides Ferri
Experiência de 14 anos na área de RH. Experiência de 09 anos na área Administrativa/Financeira. Atuou nos segmentos de Construção Civil, e Consultoria de RH. Participante ativo no CONARH – Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas, com projetos voltados para área de RH. Habilidade para desenvolver atividades variadas, desde a definição de objetivos e metas, negociações junto à diretoria, planejamento do trabalho, implementação, apuração e controle de resultados. Contribuinte constante com a prática do autodesenvolvimento e com o conhecimento das relações humanas e suas influências no exercício do papel profissional de cada colaborador.