Você já parou para pensar como serão as linhas de montagem daqui há 15 anos? Como produtores de tecnologia e agentes de inovação, nós nos fazemos essa pergunta todos os dias.
E de uns tempos para cá, com uma pandemia em curso, distanciamento social, quarentena
e grandes economias mundiais paradas, entendemos que as definições que
imaginávamos para as fábricas de 2035 estão mudando, como todo o resto do
mundo. Mas, afinal, o que podemos esperar para os próximos anos?
Avaliando as grandes
tendências que estão se construindo no Brasil e no mundo, podemos garantir que
as fábricas do futuro serão muito diferentes das indústrias de hoje, mas
provavelmente não da maneira que todo mundo esperava!
Desde a primeira
Revolução Industrial, quando a mecanização hidráulica e a energia a vapor
passaram a automatizar trabalhos, antes realizados manualmente, mais atividades
foram assumidas pelas máquinas. A partir deste momento, cada avanço
tecnológico, de computadores e robótica, foi marcado por um tipo de automação
adicional.
Inteligência
Artificial, carros autônomos, robôs carregáveis... a cada novo ano, uma
enxurrada de tecnologias foram surgindo. As pessoas passaram a imaginar, então
que 2035 seria marcado pela "Era das Máquinas", mas não é nisso que
acreditamos. Para nós, as linhas de montagem serão marcadas por características
como valor humano na produção em massa, máxima personalização e mão de obra
extremamente qualificada.
Para explicar isso,
convido você a olhar para o que está ocorrendo nas fábricas agora. Neste
momento, muitos fabricantes estão transformando suas linhas de montagem em
sistemas que chamamos de "lights out", uma metodologia em que é
possível produzir bens de alta demanda com qualidade consistente, custo baixo
sem precedentes e pouquíssima intervenção humana.
Ironicamente, ao
mesmo tempo em que esse fenômeno ocorre dentro dessas linhas, do lado de fora,
o consumo global tem tido uma mecânica diferente: a "marca" humana
parece agradar os consumidores mais do que nunca, seja na busca por cervejas
artesanais até na procura de artigos de luxo feitos à mão e, muitas vezes,
completamente personalizados.
Com esse complexo
paradoxo, você deve estar pensando: as fábricas "light out" seriam
opções equivocadas para a manufatura, certo? E a resposta para uma questão
assim, tão enredada, não poder ser simplista.
Em 2035, as fábricas
"lights out" serão sim uma parte vital da fabricação do produto. O
mundo precisa de milhões de produtos que não requerem nenhum toque humano para
serem valiosos. Porém, ao mesmo tempo, também haverá muito mais fábricas que
empregarão trabalhadores com habilidades exclusivamente humanas.
Neste cenário,
combinar mão de obra humana e robôs altamente colaborativos parece ser o melhor
caminho já que os dois podem conviver de forma segura e econômica, contribuindo
ainda para um aspecto muito importante, a qualificação da mão de obra. Dessa
maneira, os trabalhadores que serão necessários nas linhas de montagem do
futuro são aqueles que têm um valor particular a agregar ao produto em questão.
Eles devem ter experiência em uma área necessária para dar ao produto o grau de
toque humano que o mercado exige.
Em suma, o futuro que
enxergamos está na automação com propósito, que coexista com o trabalho singelo
do homem, por isso, sugiro que todos pensem nisso na hora que decidir automatizar
suas linhas de produção. Combinado?
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Revista Ferramental
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