Fica muito claro para todos que o
cotidiano de todo o mundo mudou desde novembro de 2019, quando os primeiros
casos de COVID-19 foram registrados na cidade de Wuhan, na China.
Primeiramente, houve uma
desconfiança se isso chegaria até o Brasil, até que em março iniciamos a nova
realidade de nossas vidas. Este artigo não irá abordar o tema Covid, mas sim
como essa doença afetou a todos e como será a vida da indústria brasileira e do
mundo pós-pandemia.
Todos os dias ouvimos que o
Brasil está acostumado com os altos e baixos da economia, como uma onda no
oceano, mas até mesmo nossos pais, avós ou bisavós nunca passaram por uma
situação como a de hoje, onde somos obrigados a ficar em nossas casas e onde o
consumo de bens industriais teve uma queda nunca antes vista. Comparamos a
situação atual como a de um carro vindo a 100Km/h em uma rodovia e que de uma
hora para outra encontra um muro a sua frente, sem a menor possibilidade de
frear, reduzindo sua velocidade de 100 para 0. Isso não significa que nossa
economia estava à 100Km/h, mas era nítido uma aceleração se compararmos a
atividade econômica com dados de 2015/2016.
O medo tomou conta de todos, seja
pelo âmbito pessoal ou profissional. Ninguém sabia dizer se estaria empregado
no dia seguinte ou se a sua empresa estaria aberta na outra semana. E
infelizmente a triste realidade é que muitas empresas ficaram pelo caminho e
muitos perderam seu emprego. Estimativas recentes apontam um crescimento de 3
milhões no número de desempregados somente no período de Março à Junho.
Mas como será a Indústria no período pós pandemia? Existem lições que podemos aprender com a realidade atual?
Acreditamos que as empresas
passarão por uma grande reestruturação de sua forma de trabalho, seja essa
empresa uma Indústria ou um Comércio. É nítido a realidade que a pandemia
trouxe para o empregado, como trabalho em Home-Office, conferências por vídeo,
adequação de sua jornada de trabalho, reuniões a distância, etc. O que a
pandemia afastou, a tecnologia aproximou. Muitas empresas estão repensando sua
estrutura física.
A Xp Investimentos anunciou
recentemente que está revendo suas formas de trabalho físico, pois viram um
ganho muito grande de produtividade da equipe trabalhando de Home-Office.
Outras grandes empresas seguiram a mesma linha e já pensam em tornar o trabalho
de Home-Office como principal pós-pandemia.
De fato a tecnologia facilitou a aproximação com clientes, parceiros e colegas de trabalho, mantendo a roda girando, mesmo no meio deste cenário de grandes incertezas. O aplicativo Zoom bateu recordes de instalações durante os meses de Fevereiro-Junho de 2020, bem como o compartilhamento de informações pela internet. Isso permitiu uma maior interação entre as partes, abrindo um novo caminho de possibilidades antes inexplorada por muitos. Todos devem conhecer pelo menos um restaurante que teve que se render às vendas online neste momento de pandemia. Essa é uma realidade que veio para ficar.
Tanto a vida pessoal, a sociedade
e as indústrias não serão mais as mesmas. Milton Guerry, presidente da IFR
(International Federation of Robotics) e da SCHUNK USA, acredita que a
robotização dos processos poderá ajudar as empresas a saírem com mais facilidade
da crise criada pela pandemia.
"Os últimos meses provaram ser uma vitrine dos benefícios da robótica, demonstrando como a automação pode ajudar as empresas a se tornarem mais flexíveis e se adaptarem à volatilidade no mercado. Os robôs foram usados para adaptar rapidamente as linhas de fabricação para a produção de equipamentos de proteção individual, respiradores e outros bens necessários desesperadamente pelo pessoal da linha de frente"
A robótica tem um papel
fundamental na indústria atual e terá ainda mais no futuro próximo. "Com o
tempo, espera-se que a automação se torne ainda mais importante para o sucesso
de uma empresa, aumentando sua competitividade, mantendo as cadeias de
suprimentos e reduzindo o contato humano na fabricação para evitar infecções. A
mídia reconheceu rapidamente essas histórias de sucesso, e a robótica recebeu
enorme atenção nas notícias e no público em geral. É claramente parte
integrante do futuro da fabricação", acrescenta Guerry. Na foto ao lado,
vemos uma linha de produção de filtros para respiradores, totalmente
flexibilizada para produção deste produto em poucos dias.
No nosso último artigo, falamos muito sobre a relação entre o ser-humano e o robô. Fica evidente em um momento como este a necessidade das empresas de se automatizarem e das pessoas de se capacitarem. Essa é e será a realidade da indústria mundial.
Thales Cortez, Gerente de Vendas
da SCHUNK Intec BR, diz que: "Existe uma grande preocupação com os
impactos da COVID-19 na economia em geral, mas se refletirmos sobre as
consequências à Indústria, perceberemos que no médio prazo há diversos fatores
positivos. Havia uma estagnação industrial frente à digitalização e/ou a
própria automação, justificado por insegurança, baixo payback ou até falta de
recursos e de tempo, por exemplo. Essa falta de tecnologia expôs principalmente
as empresas que não tinham feito sua lição de casa e agora precisarão recuperar
o atraso tecnológico. Quem deixou para investir posteriormente nesses campos,
pode ter sido forçado a uma parada de linha, não pelo impacto da demanda, mas
para proteger sua mão de obra no pico da pandemia – e agora terá que fazê-lo
descapitalizado".
Infelizmente esse cenário é visto
desde pequenas empresas até grandes. O Brasil estava acostumado a mudar algo
somente quando o "sapato apertava", mas isso já vem apresentando
grande mudança de postura nos últimos anos e ainda mais neste momento.
"Hoje, em empresas de grande relevância, o departamento de TI (Tecnologia da Informação) é cada vez mais tratado como atividade principal e entendido como base de sustentação ao negócio. A tecnologia na fábrica deveria ter a mesma relevância. Em breve perceberemos uma forte tendência das indústrias buscarem investimentos em tecnologia industrial – com foco em digitalização e automação no chão de fábrica. O maior benefício ficou nítido na pandemia, as empresas com a fábrica mais digitalizada e automatizada estão mais preparadas não só para os momentos de crescimento, mas também para as recessões", complementa Cortez.
O Supervisor Comercial e
Marketing da OSG, Rodrigo Katsuda, diz que "nestes últimos tempos,
difíceis e de incertezas, o que sabemos é que o mundo nunca mais será o mesmo,
muita coisa está mudando e muita coisa ainda vai mudar nos próximos meses. As indústrias precisam
ser cada vez mais resilientes, precisam agir no agora, para que criem vantagens
competitivas duradouras e essas ações levarão a mudanças substanciais e muitas
delas permanecerão no pós-COVID. O ponto positivo é que toda esta situação gerada
vem nos tirando da zona de conforto e nos trazendo novas competências e
habilidades, dentre elas a necessidade iminente de entender que o Digital e o Analytics encabeçarão essas
transformações."
"O “novo
normal” já
mudou a forma de pensarmos e trabalharmos, mas ainda haverá muita disrupção, onde o emprego
de novas tecnologias será cada vez mais rápido", finaliza Katsuda.
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Mairon Cezar Anthero
General Manager SCHUNK Intec BR