Dicas para furação em superfícies irregulares

Furar superfícies irregulares pode levar a forças irregulares e excessivas nas arestas de corte da broca, provocando o desgaste prematuro da ferramenta. 

Para evitar essas perdas, a Sandvik Coromant divulgou recentemente uma lista contendo dicas e orientações para o uso de brocas inteiriças de metal duro, com pastilha intercambiável e com ponta intercambiável neste tipo de operação.


Superfícies irregulares 

Podem danificar as brocas ou as pastilhas durante a penetração na superfície e/ou ao sair do furo.

Brocas com pastilha intercambiável

- Reduza a faixa de avanço para evitar danos na pastilha

Brocas inteiriças de metal duro

- Reduza a faixa de avanço a ¼ da faixa normal para reduzir o risco de lascamento nas arestas de corte

Brocas com ponta intercambiável

- Reduza a faixa de avanço a ¼ da faixa normal para evitar o lascamento

Se as condições forem instáveis, faça um furo piloto (preferencialmente com CD870 curta) ou realize o fresamento a ponto para criar uma superfície plana. 


Superfícies convexas

- Centro da broca em contato com a peça primeiro, dando torque normal

- Nenhum ajuste é necessário

Brocas inteiriças de metal duro

- É possível furar se o raio for 4 vezes menor que o diâmetro da broca e o furo for perpendicular ao raio

- Avanço entre 50 e 100% da faixa normal

Brocas com ponta intercambiável

- O raio mínimo recomendado da superfície convexa é 4 vezes o diâmetro da broca

- O furo deve ser perpendicular à superfície

- Condições estáveis

- Use a broca mais curta possível

- Reduza o avanço em ½ da faixa normal durante a entrada

- A qualidade do furo e a vida útil da ferramenta podem ser afetadas se comparadas com condições favoráveis

- Faça um furo piloto (preferencialmente com CD870 curta) ou fresamento a ponto para criar uma superfície plana, se o raio da superfície convexa for menor que o recomendado


Superfícies côncavas ​

Brocas com pastilha intercambiável

- O contato da broca varia de acordo com a superfície côncava e o diâmetro do furo em relação à altura do ponto da broca

- A periferia da broca entrará em contato primeiro se o raio da superfície côncava for menor que o diâmetro do furo

- Reduza o avanço para 1/3 da faixa normal para reduzir a tendência à deflexão da broca

Brocas inteiriças de metal duro

- É possível furar se o raio for 15 vezes maior que o diâmetro da broca e o furo for perpendicular ao raio

- Reduza o avanço para 1/3 da faixa normal

Brocas com ponta intercambiável

- O raio mínimo recomendado na superfície convexa é 1 x o diâmetro da broca (para assegurar que o centro da ponta entre na peça primeiro)

- Condições estáveis

- Use a broca o mais curta possível

- Reduza o avanço em ¼ da faixa normal durante a entrada

- A qualidade do furo e a vida útil da ferramenta podem ser afetadas comparando-se com condições favoráveis

Furos pré-usinados




Brocas com pastilha intercambiável

- O furo pré-usinado não deve ser maior que Dc/4 para manter o equilíbrio da força de corte entre a pastilha central e a periférica em um nível aceitável

Brocas inteiriças de metal duro

Não recomendada devido ao risco de lascamento na aresta de corte

Brocas com ponta intercambiável

Não é possível alargar os furos existentes por meio de mandrilamento reverso porque não haverá quebra de cavacos

 

Furos cruzados (transversais)


Esta operação apresenta alguns desafios: O escoamento de cavacos é afetado, podendo se tornar mais problemático; Derrebarbação no cruzamento é difícil. A formação de rebarbas deve ser a menor possível; Causa maior desgaste da ferramenta que a furação convencional.

Orientações gerais: Geralmente, é necessário reduzir o avanço à medida em que a broca cruza o furo existente. No caso de furos com diâmetros diferentes: faça o maior furo primeiro para reduzir a formação de rebarbas

​Brocas com pastilha intercambiável

- Quando cruzar um furo com diâmetro maior que ¼ do diâmetro da broca, reduza o avanço a ¼ da faixa normal

Brocas inteiriças de metal duro

Reduza o avanço a ¼ da faixa normal quando cruzar o furo existente

Brocas com ponta intercambiável

- O diâmetro mínimo recomendado no furo a ser cruzado é de 2xDc (para assegurar que o centro da ponta entre na peça primeiro)

- Condições estáveis

- Use a broca o mais curta possível

- Reduza o avanço em ¼ da faixa normal durante a entrada e a saída do furo cruzado

- Reduza o avanço de retração

- A qualidade do furo e a vida útil da ferramenta podem ser afetadas comparando-se com condições favoráveis.


​Entrada/saída inclinada

Esse tipo de operação gera forças irregulares e excessivas que agem nas arestas de corte.

Corte intermitente conforme a broca entra/sai da peça; Aumenta as chances de vibração; Pode distorcer o perfil da furação; Causa maior desgaste da ferramenta que a furação convencional.

Recomendações gerais: a estabilidade é crucial. Uma relação comprimento/diâmetro menor ajudará a manter as tolerâncias. O fresamento de uma superfície pequena é recomendado quando entrar em peças com uma inclinação grande. ​

Brocas com pastilha intercambiável

- Use a menor broca possível para minimizar as tendências à vibração e diminuir os efeitos de deflexão da broca

- Se a superfície tiver um ângulo maior que 2 graus, reduza o avanço a 1/3 da faixa normal

- A redução de avanço também ajudará a reduzir a rebarba na saída

Brocas inteiriças de metal duro

- Em inclinações de até 10 graus, reduza o avanço a 1/3 do avanço normal até que o diâmetro completo esteja em corte

- As inclinações de mais de 10 graus não são recomendadas para furação

- Alternativa para grandes inclinações - frese uma superfície plana pequena e então faça o furo

 

​Entrada inclinada 

​Brocas com ponta intercambiável

- O ângulo máximo recomendado é de 6 graus

- Condições estáveis

- Use a broca o mais curta possível

- Reduza o avanço em 1/3 da faixa normal durante a entrada

- A qualidade do furo e a vida útil da ferramenta podem ser afetadas comparando com condições favoráveis

- Faça um furo piloto (preferencialmente com CD870 curta) ou fresamento a ponto para criar uma superfície plana se o ângulo de posição for grande, ou o comprimento for maior

 

Saída inclinada

Brocas com ponta intercambiável

O ângulo máximo recomendado é de 30 graus

Condições estáveis

Use a broca mais curta possível

Reduza o avanço em 1/3 da faixa normal durante a saída

Reduza o avanço de retração

A qualidade do furo e a vida útil da ferramenta podem ser afetadas comparando-se com condições favoráveis

É recomendado manter as margens da ponta em contato com a superfície do furo em ambos os lados

 

Superfícies assimetricamente curvas

Embora semelhante, a furação em superfícies assimetricamente curvas não é idêntico ao de superfícies inclinadas. Este tipo de operação faz com que a broca se curve para além de linha de centro do furo. Inicialmente, somente a periferia da aresta de corte está em contato

Brocas com pastilha intercambiável

- Como a pastilha central não estará em corte inicialmente para equilibrar as forças de corte, reduza o avanço de entrada a 1/3 da faixa normal.

Brocas inteiriças de metal duro

- Não podem ser usadas - somente partes da aresta de corte estarão em corte e a ponta pode não ser o primeiro ponto de contato

- Alto risco de lascamento


Brocas com ponta intercambiável

- O ângulo máximo recomendado a partir do centro para o canto é de 6 graus

- Condições estáveis

- Use a broca mais curta possível

- Reduza o avanço em 1/3 da faixa normal durante a entrada

- A qualidade do furo e a vida útil da ferramenta podem ser afetadas comparando-se com condições favoráveis

- Faça um furo piloto (preferencialmente com CD870 curta) ou fresamento a ponto para criar uma superfície plana se o ângulo for grande, ou o comprimento for maior.

*(Artigo escrito pela área de engenharia da Sandvik Coromant)

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Sandvik Coromant

Sandvik Coromant Parte do grupo de engenharia industrial global Sandvik, a Sandvik Coromant está na vanguarda no que se refere a ferramentas para manufatura, soluções de usinagem e conhecimento que impulsionam o desenvolvimento de padrões e inovações exigidos pela indústria metalmecânica, tanto hoje quanto para a próxima era industrial. Suporte educacional, amplo investimento em P&D e sólidas parcerias com os clientes garantem o desenvolvimento de tecnologias de usinagem que mudam, lideram e direcionam o futuro da manufatura.