Em todo o mundo, a necessidade de treinar pessoal, capacitar e atualizar os conhecimentos é uma constante e um desafio para as indústrias
A indústria está em plena transformação. A chamada indústria 4.0 já é uma realidade em tecnologias, ferramentas, processos e até mesmo na gestão.
A transformação de uma empresa e de todo o mercado exige também a transformação dos profissionais, com maior qualificação e com novas competências para o trabalho industrial.
Em meio a isso, vemos alguns desafios latentes relacionados justamente com a formação de novos trabalhadores e também na capacitação, atualização e retenção dos talentos na indústria.
Neste conteúdo trouxemos alguns cenários interessantes de práticas já implementadas e novos processos que contornam as demandas relacionadas ao trabalho nas indústrias. Confira a seguir!
Capacitação tecnológica em Moçambique
O Instituto de Formação Tecnológica de Moçambique (IFTM) oferece cursos de Mecânica e Elétrica Industrial com o objetivo de prover formação tecnológica de qualidade, contribuindo com a inserção de jovens moçambicanos no mercado de trabalho.
Inaugurado em 2021, o IFTM foi fundado pela empresa brasileira Icro Group, que atua há 67 anos na gestão de ativos físicos industriais e implantação de programas de manutenção preditiva.
Por meio do instituto, a empresa visa contribuir com a elevação do índice educacional de Moçambique, fortalecendo a geração de emprego e renda.
“Quando nós chegamos aqui em Moçambique em 2012, há quase 10 anos, sentimos um déficit muito grande de capacitação técnica dos profissionais.
O nosso portfólio exige uma capacitação mais elevada que o normal, pois são técnicas avançadas na parte de Engenharia de Manutenção.
Diante dessa percepção, resolvemos criar a escola, e hoje temos a oportunidade de sermos formadores de pessoas qualificadas para o setor industrial”, conta Carlos Fávaro, presidente do grupo.
O Instituto de Formação Tecnológica de Moçambique é certificado pela Autoridade Nacional de Educação Profissional (ANEP), órgão regulador que garante a qualidade de Ensino Profissional em Moçambique.
Além de bolsas para participar dos cursos, a empresa oferece oportunidades de estágio no próprio Icro Group. Mais informações sobre os cursos podem ser obtidas por meio do site www.iftm.co.mz
Força de trabalho conectada
Para além do momento de formação profissional, a nível técnico ou superior, o trabalho na indústria exige constante evolução e atualização para acompanhar novas tecnologias, ferramentas e demandas do mercado.
Neste ponto, temos mais um exemplo interessante de trabalho focado na capacitação e integração dos profissionais de chão de fábrica.
As indústrias manufatureiras estão adaptando seus processos de contratação e compartilhamento de conhecimento à nova realidade.
“A mão de obra emergente precisará lidar com dispositivos da Internet das Coisas Industrial (IIoT, na sigla em inglês), usar ferramentas analíticas para fundamentar suas decisões e supervisionar operações tecnologicamente avançadas – tudo isso enquanto mantém tudo funcionando e treina a próxima geração”, contextualiza Joe Mulrooney, Manufacturing Industries Director na ServiceNow.
Os executivos, portanto, devem se empenhar no desenvolvimento de uma força de trabalho conectada que utilize ferramentas digitais para simplificar processos e digitalizar conhecimentos, o que não significa afirmar que os trabalhadores serão substituídos pela tecnologia.
Pelo contrário, “os trabalhadores fabris são uma parte essencial dessa jornada.
Afinal, melhores sistemas de planejamento de recursos empresariais (ERP), sistemas de execução de manufatura (MES), sistemas de gestão de manutenção computadorizada (CMMS), robôs, esteiras e maquinário ainda precisam de pessoas para funcionar", explica Mulrooney.
Benefícios da ‘força de trabalho conectada’
Segundo a ServiceNow, destacam-se os seguintes benefícios de trabalhar com uma equipe atualizada e conectada através das ferramentas mais adequadas:
1. Redução de erros humanos
Nos próximos anos, as indústrias irão precisar integrar novos trabalhadores e requalificá-los por meio de treinamentos no próprio trabalho.
Empregados experientes conseguem mudar rapidamente para uma linha de produção diferente ou colaborar com a equipe, mas os novos contratados precisam de uma ajuda extra.
Enquanto estão se inteirando, esses novos funcionários têm o potencial de cometer erros.
De acordo com o Departamento de Energia dos EUA, de 80% a 90% das paralisações são causadas por erro humano.
Para reduzir os erros humanos, as indústrias contam com procedimentos operacionais padronizados (SOPs) registrados em papel ou comunicados oralmente por funcionários.
Porém, com a atual escassez de mão de obra e com a rápida evolução das tecnologias industriais, as organizações não podem depender do papel e do conhecimento institucional. SOPs obsoletos podem até mesmo provocar condições perigosas de trabalho.
Uma força de trabalho conectada que utilizar SOPs registrados digitalmente poderá achar com mais facilidade, coletar e transmitir informações.
Fluxos de trabalho digitais podem guiar perfeitamente os empregados na execução precisa de tarefas e procedimentos, sendo facilmente acessados a partir de um laptop ou dispositivo móvel.
O registro e a transferência digitais de conhecimento previnem erros humanos, proporcionam treinamentos intuitivos para novos funcionários e permitem que os empregados acompanhem as mudanças nos processos.
2. Eficiência turbinada
A criação de uma força de trabalho conectada quebra gargalos e contribui para uma melhor experiência de pessoal.
Os funcionários necessitam se comunicar digitalmente e acessar informações em uma única plataforma – independentemente de estarem no escritório, no chão de fábrica ou fora da planta.
As indústrias devem considerar sistemas que permitam a conexão e a colaboração entre as áreas de ERP, MES, gestão de qualidade, atendimento ao cliente e gestão de relacionamento com o cliente (CRM).
A colaboração facilitada e o contexto mais claro podem ajudar os empregados a tomar decisões melhores e mais rápidas, gerando eficiência em toda a equipe de produção.
3. Padronização e conformidade de segurança
As indústrias estão sobrecarregadas pelo volume considerável de exigências regulatórias, desde o preenchimento de formulários até o envio de e-mails para que os documentos sejam assinados. Realizar tais tarefas online pode reduzir esse fardo.
Quando tarefas rotineiras simples, como inspeções de 5S e de segurança, são digitalizadas, o sistema certifica-se de que nada esteja faltando. Registros auditáveis, com marcação de data e horário, são armazenados na nuvem.
Notificações e alertas são enviados para as equipes certas, com os devidos escalonamentos caso as respostas não ocorram no tempo certo.
Fonte: A Voz da Indústria
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