Recentemente, em um estudo realizado pela Subseção do
Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a
pedido do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, apontou a necessidade de políticas
de incentivo ao setor de ferramentaria no Brasil.
No documento sobre a evolução do emprego em
ferramentarias, entre os anos de 2008 e 2012, houve um aumento de 13,4% nos
postos de trabalho, com o pico de 59.512 profissionais empregados no segmento neste
último ano.
Após esse período, o estudo apontou uma queda de mais
de 10 mil empregos, chegando em 2018 com pouco mais de 48 mil trabalhadores.
Esses dados reforçam a necessidade de entidades, como
o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC; o Arranjo Produtivo Local, o APL de
Ferramentaria do ABC; a Associação Brasileira das Indústrias de Ferramentaria,
a Abinfer, lutar em defesa do setor e estarem articuladas na construção
coletiva de políticas para o fortalecimento das ferramentarias.
O setor é estratégico para o desenvolvimento de toda a
cadeia industrial, detém conhecimento, trabalhadores com mais qualificação e,
portanto, melhor remunerados, além de impulsionar a produção no país.
Uma das ações, que o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
está empenhado, consiste em pressionar os representantes governamentais para
que incluam a ferramentaria nos debates sobre um novo regime automotivo, o chamado
Rota 2030, como um pilar estratégico no desenvolvimento da indústria brasileira.
A ineficiência do governo federal em aprovar o programa, que seria o substituto
do Inovar-auto, traz sérias implicações para a recuperação e avanço do setor de
ferramentaria.
Outra medida proposta pelas entidades é a utilização,
para a compra de ferramentas, dos créditos do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços, o ICMS, retido das montadoras. Essa medida garante que
os créditos sejam usados exclusivamente com essa finalidade, no intuito de
estimular a produção local.
É importante lembrar que, apesar da indústria
automotiva ser um grande propulsor do segmento, outros setores também podem
contribuir com o crescimento e fortalecimento, com demandas específicas de
ferramental, como a indústria de eletrodomésticos da linha branca, por exemplo.
No esforço de propor novas políticas para o setor, o
Sindicato tem realizado encontros com representantes das ferramentarias com o objetivo
de ter um panorama geral, que possa nortear as ações nesse sentido.
Com o fortalecimento das entidades e a implementação
dessas e outras ações teremos a criação de novos empregos, o crescimento das
empresas do setor de ferramentaria e o surgimento de novas cadeias produtivas.
Tags
ferramentaria indústria Sindicato dos Metalúrgicos do ABCICMSCompartilhe
Wellington Messias Damasceno
Diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, responsável por políticas industriais